Funcionários da Sabesp podem entrar em greve a partir da próxima quarta





Sintaema

Funcionários das unidades da Sabesp do interior podem entrar em greve na quarta, 26

Os funcionários das unidades do interior da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) podem entrar em greve a partir de quarta-feira, 26, segundo declarações do secretário do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), José Antônio Faggian.

Em Tatuí e em outras 55 cidades da região de Itapetininga, já houve paralisação de 24 horas na segunda-feira, 17. A categoria revindica o fim do chamado “salário regional”, pelo qual os funcionários de alguns municípios do interior recebem 20% a menos que os de cidades próximas à capital.

“Esse modelo de pagamento existe desde o ano 2000. Na campanha salarial do ano passado, nós firmamos um acordo com a Sabesp para que fosse feito um estudo sobre o salário regional. O estudo comprovou que não faz sentido manter essa diferença, pois o custo de vida não é tão diferente entre as duas regiões”, explicou Faggian.

O secretário-geral do Sintaema conta que a empresa apresentou o resultado do estudo, “mas se recusa a aplicá-lo”. “A partir da recusa da Sabesp, realizamos uma assembleia no dia 10 de março, em Botucatu, com a representação de todas as cidades que têm salário regional, e traçamos um cronograma de lutas”.

Segundo texto presente na página do sindicato, “esta luta é antiga, e já conseguimos (os funcionários) avanços importantes ao extinguir a modalidade no litoral norte e em alguns municípios do interior. Agora a luta é para acabar com o salário regional em todos os locais onde ele ainda é aplicado, não é justo que companheiros nossos continuem tendo seus salários diferenciados”.

Além da paralisação de 24 horas que aconteceu no dia 17, outra ação realizada pelo Sintaema são as chamadas “paralisações pipoca”, em que representantes do sindicato vão até determinadas cidades, em dias diferentes, para interromper os serviços por um dia.

Faggian informa que essas paralisações vão ocorrer até a próxima segunda-feira, 24, mas não garante se os funcionários da unidade de Tatuí vão parar durante esse período.

“Nós avaliamos a situação a cada dia e, por isso, não temos traçadas quais são as cidades que vão parar. O objetivo é surpreender a Sabesp”.

Na próxima terça-feira, 25, o Sintaema fará nova assembleia geral, em Lins, para avaliar as ações realizadas e decidir se a categoria entrará em greve a partir do dia 26.

“Ainda não temos uma proposta da empresa, e, se tivermos e ela não for plausível, vamos entrar em greve, sim”, garantiu o secretário-geral do sindicato. Faggian ainda destaca que as negociações “nunca são tranquilas”, mas que acredita que vão ter resultados positivos.

Em virtude dos protestos ocorridos em diversas cidades do interior, a Sabesp entrou com pedido de dissídio – quando há discórdia entre empresa e trabalhadores –, e uma audiência de conciliação foi realizada na quarta-feira, 19, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP).

“A juíza não considerou nosso movimento como greve, apenas como um protesto, por isso não houve nenhuma alteração em nosso cronograma de ações”, conta Faggian. Na próxima terça-feira, 25, antes da assembleia geral, o sindicato e a empresa têm nova audiência no TRT-SP.

A Sabesp não quis comentar sobre as paralisações nem sobre a possibilidade de greve, mas informou, por meio de nota, que os serviços da empresa atuam normalmente em todas as cidades atendidas pela Unidade de Negócio Médio Tietê, com sede em Botucatu.