Funcionários da Fatec local aderem greve





Amanda Mageste

Funcionários da Fatec ‘Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo’ iniciam paralisação

 

Após reunião com representantes do Sinteps (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza), na sexta-feira, 7, funcionários administrativos aderiram à greve na Fatec (Faculdade de Tecnologia) “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo”, na manhã desta segunda-feira, 17.

Segundo os manifestantes, o quadro de funcionários da Fatec é pequeno, portanto, até a terça-feira, 18, havia nove grevistas, o que consiste em 75% dos servidores administrativos.

A paralisação foi estudada desde a reunião com o diretor de base, Arlindo Teodoro de Sousa Junior, e com o comando de greve em Piedade, representado por Filipe Bortoletto Ribeiro Toledo.

Mayara Lourenço Mesquita dos Santos, uma das grevistas, disse que, durante toda a semana passada, uma ata foi encaminhada aos professores e funcionários da Fatec para saber qual o posicionamento da maioria.

A ata, segundo Mayara, foi elaborada de acordo com instruções dos representantes do Sinteps. Os servidores assinaram o documento informando se eram contra ou a favor da paralisação.

De acordo com Viviane Tavares do Amaral Matos, outra funcionária administrativa, a maioria absoluta de professores que assinaram a ata era a favor da greve. De 36 assinaturas, apenas seis se disseram contrários à manifestação.

“Portanto, ainda temos esperança de que mais pessoas nos façam companhia na greve. A grande maioria quer (paralisação), então, como os professores têm horários e dias diferentes de dar aula, acredito que, durante a semana, mais pessoas vão aderir”, afirmou Viviane.

De acordo com os manifestantes, antes da reunião com os representantes do Sinteps, os funcionários já estavam com a intenção de aderir, mas queriam um “suporte” para começar, pelo fato de não haver diretor de base e nem comando geral na cidade.

Como não contam com representante, os grevistas se reuniram entre si para iniciar o movimento. Conseguiram uma faixa, por doação, e escreveram cartazes, mas aguardam, ainda, placas que serão enviadas pelo sindicato.

“Paramos hoje, também, porque o sindicato anunciou que estava sendo combinado que todas as unidades do Centro Paula Souza paralisariam totalmente. Então, resolvemos aderir, para ajudar nesta batalha”, contou Viviane.

“Nós iniciamos nesta semana, mas não temos prazo para voltar a trabalhar, tudo vai depender de como as coisas vão acontecer. Mas, o que é certo é que não vai passar do início de abril, quando as emendas enviadas pelo Sinteps serão aprovadas, ou não”, disse Viviane.

Conforme ela, ainda não há programação para ações em Tatuí, até o momento. Os grevistas ficarão protestando com os cartazes diante da faculdade, mas há possibilidade de participarem de uma manifestação na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).

A ação na Alesp será nesta quarta-feira, 19, a partir de 14h. Viviane disse que mantém conversas com o Sinteps para que a entidade envie veículo para os grevistas de Tatuí participarem.

“O plano de carreira que nos apresentaram não é satisfatório, por isso estamos aqui, lutando. Agora, se vai dar certo, eu não sei. Se a gente não brigar, não tentar, quem vai fazer isso por nós?”, acrescentou Mayara.

Viviane, apesar de afirmar que espera que mais funcionários e docentes participem das manifestações, disse que, na unidade local, não vai ser possível atingir 100% de paralisação, porque há muitos funcionários terceirizados.

Ela ressaltou, ainda, que, de qualquer forma, está tentando entrar em contato com os professores para tentar convencê-los a apoiá-los na greve.

Jaqueline de Santana, também funcionária da Fatec, afirmou que o que a “incomoda é saber que há professores de Etecs (Escola Técnica Estadual) de outras unidades que aderiram à greve, mas aqui em Tatuí, não”.

“Estes casos de professores que entraram em greve em outras unidades acontece porque, nas outras Fatec e Etecs, houve união a favor dos funcionários, e aqui em Tatuí não teve isso, por enquanto”, acrescentou Viviane.

De acordo com Mayara, o plano de carreira para os professores “não é tão ruim quanto para os funcionários”. Ela acredita que, por este motivo, não houve mobilização dos professores.

“Por isso que não fomos contempladas no plano de carreira, porque o número de funcionários é pequeno. Então, se a gente parar, na cabeça deles (governo), não vai fazer diferença, pois os professores estão dando aulas. Então, queremos mostrar que podemos, sim, fazer a diferença”, acrescentou Mayara.

Viviane disse que os manifestantes também pretendem entrar em contato com deputados, solicitando ajuda para aprovar as emendas propostas pelo Sinteps.

Ela afirmou que o plano de carreira é problemático, também, porque aborda o funcionário e os professores da Fatec e da Etec juntos.

“Teria que ser um plano diferenciado para cada um, um para os funcionários, um para professor de Fatec, porque é ensino superior, e outro para professor de Etec, porque tem que ter diferença de salário e de função. Não tem como abordar todo mundo”, afirmou Viviane.

Os grevistas pedem reajuste salarial, plano de carreira que permita uma progressão salarial conforme o tempo de serviço e benefícios, como convênio médico, auxílio-refeição e auxílio-transporte.

De acordo com dados enviados pelo Sinteps, até terça-feira, 18, 211 Etecs e 56 Fatecs estavam em greve, totalizando 150 mil estudantes e 23 mil professores e funcionários.