Aqui, Ali, Acolá
José Ortiz de Camargo Neto *
Caros amigos,
Alguns ditos, algumas frases felizes tocam a gente! Estremecem nosso coração! Fazem-nos refletir. Mudam até nossa vida! Aqui vão algumas que me tocaram! Às quais adicionei alguns comentários meus. Espero que gostem.
“Amor sem verdade não é mais do que uma paixão; e verdade sem amor não passa de uma crueldade” (Wilfred Bion, psicanalista).
De fato, quantas vezes pensamos amar uma pessoa, mas não lhe dizemos a verdade, escondemos-lhe seus erros e falhas, para “não magoá-la”… Com isso, não a ajudamos, pois realmente não existe amor sem verdade…
De outro lado, muitas vezes pensamos: “Vou dizer umas verdades àquela pessoa” – e a atacamos verbalmente. Neste caso também não há amor algum, pois falar a verdade sem doçura, sem afeto, é apenas, como diz Bion, um ato de crueldade.
“Não queremos cuidar do paraíso em que vivemos, porque não foi nossa criação, e nos mostra uma grandeza, uma magnificência que não é humana; mostra-nos principalmente a nossa pequenez, e isso acreditamos ser humilhante demais” (Norberto Keppe, “A Glorificação”).
Não será por isso que o ser humano destrói o Jardim do Éden (a Terra), que o Criador lhe deu para cuidar? Não será por isso que o ser humano destrói muitas vezes a si mesmo, porque ele próprio é uma obra maravilhosa do Ser Divino?
“Essa felicidade que supomos (…) existe sim, mas nós não a encontramos, porque está sempre apenas onde a pomos e nunca a pomos onde nós estamos” (Vicente de Carvalho, “Velho Tema”).
Esse poema mostra realmente nossa conduta corriqueira. Geralmente pensamos, amanhã, quando eu tiver isto ou aquilo serei feliz; ou: ontem sim, eu era feliz e não sabia… Ou: quando eu mudar para tal cidade, serei feliz…, colocando nossa felicidade em outro tempo ou lugar, e nunca a pomos aqui e agora, na família que temos, na cidade em que vivemos, nos amigos e parentes que nos rodeiam etc. De fato, assim é impossível ser feliz, como muito bem deduziu o poeta do mar.
“O invejoso passa mal com a vista da fruição. Sente-se à vontade apenas com o infortúnio dos outros. Assim, todos os esforços para satisfazer o invejoso são vãos” (Melanie Klein, “Inveja e Gratidão”).
Eu me pergunto, como poderá uma pessoa muito invejosa ser e fazer os outros felizes? A única saída é perceber dentro de si esse terrível “sentimento” para conseguir controlá-lo e atenuá-lo. A consciência é a luz no fim do túnel!
Até breve.
* Jornalista e escritor tatuiano.