‘Fraldário’ reduz em 60% os gastos com ajuda por unidade





Projeto iniciado pelo Fundo Social de Solidariedade no Jardim Santa Rita de Cássia tem gerado economia para os cofres públicos. O “fraldário” reduz em 60% os gastos por unidade de fralda comprada para pessoas atendidas pela assistência social e pela Secretaria Municipal da Saúde.

Os dados são da primeira-dama e presidente do Fundo Social, Ana Paula Cury Fiuza Coelho. Segundo ela, o Executivo consome, por mês, 7.835 fraldas, doadas a famílias carentes – tanto para crianças como para idosos. Cada unidade sai a R$ 0,90 quando comprada. As produzidas pelo fraldário custam R$ 0,30 – R$ 0,60 mais barato.

Ana Paula informou que a entidade teve “um pouco de dificuldade” para colocar o fraldário em operação. Ele funciona, atualmente, no Santa Rita, com operacionalização feita por um funcionário público. Ele é o responsável pelo treinamento e orientação das pessoas que atuam na produção de peças.

Conforme a primeira-dama, nesse primeiro momento de funcionamento do fraldário, as peças são fabricadas com ajuda da Justiça. Por meio de parceria, o Judiciário envia pessoas sentenciadas a cumprir serviços comunitários. Elas são encaminhadas pela CPMA (Central de Penas e Medidas Alternativas).

“Quem cumpre pena ajuda na produção das peças, por isso que a quantidade fabricada oscila”, disse Ana Paula. Segundo ela, as fraldas são cedidas para famílias carentes, cadastradas tanto pela assistência social como pela Secretaria Municipal da Saúde.

O fraldário começou a operar em agosto do ano passado. Ele fabrica, em média, 120 peças, entre fraldas infantis e geriátricas. O projeto conta com dois equipamentos cedidos ao Fundo Social. “Nós havíamos ganhado um primeiro e, por incrível que pareça, a outra foi doada por um morador”, contou a primeira-dama.

Ana Paula explicou que a família do residente resolveu ceder a máquina porque ninguém sabia manipulá-la. Em função disso – e por conta de regulagem específica – um dos equipamentos produz fraldas infantis e o outro, geriátricas.

Cada uma das máquinas tem capacidade para produzir 15 mil fraldas. Entretanto, o Fundo Social não tem pessoal suficiente para aumentar a fabricação, uma vez que o número de pessoas que atuam no fraldário oscila.

O cumprimento das sentenças de serviços comunitários varia de acordo com entendimento da Justiça e conforme o tipo de infração cometida.

“Nós não conseguimos suprir todo mundo que precisava. Este ano, nós temos esse desafio. Estávamos com dificuldades de funcionário”, disse Ana Paula.

Segundo a presidente do Fundo Social, as famílias assistidas são cadastradas previamente por outros órgãos. Ana Paula disse que a entidade não faz a triagem das pessoas que recebem os materiais.

De acordo com ela, o Fundo Social apenas entrega as fraldas. Os cadastramentos ficam a cargo da Saúde (por meio do PAD – Programa de Atendimento Domiciliar) e da assistência social.

Também conforme ela, a parceria com o Judiciário possibilitou o “arranque do projeto”. “Nós tínhamos a intenção, e vimos que o pessoal das penas alternativas não tinha onde cumpri-las. Fizemos essa ponte, que representa uma economia muito grande para o município, sai bem mais barato”, disse.

Segundo o Fundo Social, o número de assistidos oscila, uma vez que alguns idosos falecem e outras crianças crescem. No ano passado, 120 foram atendidos. “São pessoas de 0 a 90 anos de idade”, descreveu Ana Paula.

Além de ajuda, a primeira-dama informou que o fraldário tem outra função: a de dar perspectiva a quem cumpre pena alternativa. “Faz com que a pessoa reflita no que fez, porque não adianta cometer uma infração e achar que pagando vai resolver tudo. Tudo tem o lado social”, analisou.