Da redação
Um homem de 62 anos foi denunciado, na manhã de segunda-feira, 27 de março, por crime baseado no Estatuto do Idoso – no caso, por abandono de pai em Tatuí, supostamente exposto a risco de integridade e saúde. A vítima tem 88 anos e mora no Jardim Wanderley.
Segundo o boletim de ocorrência, o SIG (setor de investigações gerais) da Delegacia Central foi acionado para verificar uma denúncia anônima feita por meio do Disque 100, canal do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, do governo federal.
Conforme os investigadores, no local, testemunhas disseram que o idoso não vê o filho desde janeiro deste ano. A vítima teria ficado com ele no dia 12 desse mês, ocasião na qual a “cuidadora” estava de folga e o acusado teria sido “agressivo” com o pai.
Segundo denunciado, o homem teria gritado para “humilhar” a vítima, pela necessidade de o idoso usar cadeira de rodas e fraldas geriatrias. O filho ainda teria brigado com o pai em razão do “controle” do cartão de crédito da vítima que, até então, ficava com o acusado.
Na ocasião, o homem deveria permanecer com o idoso até o período da noite, porém, segundo testemunhas, por volta das 15h, deixou a casa e acabou abandonando o pai sozinho no quarto. O homem apenas teria ligado para a cuidadora, avisando que não voltaria mais a ver o pai.
Ainda conforme a PC, a cuidadora disse ter ido até a casa após a ligação, permanecendo com o idoso. Ela ainda teria comunicado um neto da vítima, que sempre acompanhou o avô, para tomar providências.
Segundo relatado, após a discussão, o filho do idoso não quis devolver o cartão de crédito e o neto teve de cancelá-lo e pedir um novo ao banco. Ele teria passado a controlar os gastos e apresentá-los ao avô.
Depois da discussão, o filho nunca mais teria voltado para ver o pai e, segundo a família, o idoso “chora muito pela falta do afeto do único filho vivo”. Ainda na casa do idoso, agentes da PC gravaram o depoimento da vítima.
Na Delegacia Central, foi registrado boletim de ocorrência com base no artigo 99 da lei 10.741/2003, por violência psicológica contra o idoso. O caso também foi notificado ao Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) para acompanhar a situação do idoso.