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Universidade do Agro - Uniube
A campanha Fevereiro Roxo Pet é voltada à conscientização sobre doenças crônicas e degenerativas em animais de estimação, como doenças renais crônicas, artrose e doenças cardíacas. O objetivo principal é educar tutores sobre a importância do diagnóstico precoce, da prevenção e do manejo adequado para melhorar a qualidade de vida de cães e gatos.
A médica-veterinária Rafaela Eduarda dos Reis, especialista em Cirurgia Oncológica e Reconstrutiva e preceptora de Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Uniube, compartilha informações valiosas sobre diagnóstico e prevenção dessas doenças.
Quais doenças crônicas e degenerativas mais afetam os animais de estimação e como elas são identificadas?
Rafaela Reis: As doenças crônicas e degenerativas são bastante comuns em animais de estimação, especialmente à medida que envelhecem, e podem afetar diversas áreas do corpo, como articulações, sistema nervoso e órgãos vitais. Entre elas estão a osteoartrite, a displasia coxofemoral, a doença do disco intervertebral e a disfunção cognitiva. Essas condições frequentemente se desenvolvem de forma gradual, com sinais que podem ser sutis no início. Os tutores devem estar atentos a mudanças no comportamento, mobilidade, apetite e nível de energia do animal. Realizar exames regulares é essencial para monitorar a saúde do pet, especialmente em animais idosos.
Como a campanha Fevereiro Roxo Animal busca conscientizar os tutores sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce?
Rafaela Reis: A campanha Fevereiro Roxo Animal tem como objetivo conscientizar os tutores sobre doenças crônicas e degenerativas em pets, destacando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. A iniciativa compartilha informações sobre sintomas, diagnóstico e tratamentos, além de orientar os tutores sobre cuidados preventivos, como alimentação equilibrada, exercícios físicos e monitoramento regular da saúde. A campanha também oferece suporte emocional e técnico aos tutores, ajudando-os a lidar com o diagnóstico e a melhorar a qualidade de vida dos animais afetados.
Quais são os principais sinais que indicam que um pet pode estar desenvolvendo uma condição crônica ou degenerativa?
Rafaela Reis: Sinais comuns que podem indicar o desenvolvimento de condições crônicas ou degenerativas incluem:
Mudanças no comportamento: letargia ou falta de energia, como relutância em brincar ou realizar atividades que antes gostava; Alterações no temperamento, como agressividade ou ansiedade; Mudanças nos padrões de sono, desorientação, andar em círculos, lamber excessivamente ou vocalização excessiva. Dificuldade de movimento: dificuldade para andar, subir ou descer escadas, ou pular e rigidez muscular, dor ao se locomover e quedas frequentes. Mudanças no apetite e no peso: perda de apetite ou perda de peso inexplicável. Alterações na coordenação motora e reflexos: fraqueza muscular, perda de equilíbrio ou dificuldade em realizar movimentos simples, como levantar-se.
De que forma o manejo adequado e o acompanhamento veterinário podem melhorar a qualidade de vida dos animais diagnosticados com essas doenças?
Rafaela Reis: O manejo adequado e o acompanhamento veterinário são fundamentais para melhorar a qualidade de vida de animais diagnosticados com osteoartrite, displasia coxofemoral, doença do disco intervertebral (DDI) e disfunção cognitiva. Controle da dor: Uso de anti-inflamatórios, analgésicos e suplementos articulares, como glucosamina e condroitina, para aliviar dores e melhorar a mobilidade. Fisioterapia: Essencial para fortalecer os músculos e melhorar a locomoção em condições como osteoartrite e displasia. Controle de peso: Evitar o sobrepeso é crucial para reduzir a sobrecarga nas articulações. Adaptações ambientais: Pisos antiderrapantes ajudam pets com dificuldades de locomoção. Tratamentos especializados: Em casos graves, cirurgias podem ser necessárias para aliviar a progressão da doença. Disfunção cognitiva: Estimulação mental com brinquedos interativos, socialização e dietas ricas em antioxidantes e nutrientes específicos podem retardar a evolução da condição.
Quais avanços a Medicina Veterinária tem implementado no cuidado de animais com doenças crônicas, em comparação à Medicina Humana?
Rafaela Reis: A Medicina Veterinária tem adaptado avanços da Medicina Humana para o cuidado de pets, incluindo:
Terapias regenerativas: Uso de células-tronco e plasma rico em plaquetas (PRP) para regeneração de tecidos. Terapias complementares: Acupuntura, laserterapia e quiropraxia para alívio de dores crônicas e melhora da mobilidade. Gerenciamento multidisciplinar da dor: Combinação de medicamentos, fisioterapia e técnicas complementares.
Essas práticas têm sido fundamentais para proporcionar bem-estar e longevidade aos animais diagnosticados com doenças crônicas.
Como os tutores podem contribuir para a prevenção e o controle dessas doenças em seus pets no dia a dia?
Rafaela Reis: Os tutores desempenham um papel crucial na prevenção e no controle de doenças crônicas em seus pets. Algumas ações importantes incluem: Manutenção de uma dieta balanceada: Auxilia no controle do peso e na prevenção de doenças articulares. Exercícios físicos regulares: Caminhadas e brincadeiras ajudam a fortalecer músculos e manter a mobilidade. Estimulação mental: Uso de brinquedos interativos e socialização para prevenir a disfunção cognitiva, especialmente em animais mais velhos. Check-ups regulares: Consultas veterinárias frequentes garantem o diagnóstico precoce e o manejo adequado de possíveis condições.
Qual é o papel do Fevereiro Roxo Animal em educar a sociedade sobre a importância da saúde preventiva nos animais de estimação?
Rafaela Reis: A campanha Fevereiro Roxo Animal promove ações educativas que incentivam os tutores a adotarem práticas preventivas, diagnosticarem precocemente doenças crônicas e investirem na qualidade de vida de seus pets. Essas iniciativas ajudam a criar uma conscientização coletiva sobre a importância da saúde animal, resultando em uma melhor longevidade e bem-estar para os animais de estimação.