E a cidade se encontra em plena festa de Carnaval, após três anos sem eventos, dois dos quais por conta da pandemia de Covid-19. Há motivos, portanto, a dupla celebração, tanto por Momo dar as caras novamente quanto por Tatuí – e o mundo – estar dando as costas à doença.
Contudo, o cuidado justamente para que, no futuro, não ocorra um refluxo do já não tão novo coronavírus também é real, motivo de atenção e responsabilidade de todos.
Para tanto, em resumo, cabe à população não se descuidar da vacinação – assim ajudando a bloquear novas variantes do vírus – e ao poder público, manter, sempre, um esquema não só de efetiva imunização, mas de informação clara e ágil.
Em outras palavras, foi-se o tempo – deve-se esperar, pelo bem de todos – em que se suspeitava da materialidade do perigo de morte imposto pela Covid-19 e, pior, das irresponsabilidades fatais promovidas por fake news em redes sociais – as quais, como se diz, teriam sido cômicas, senão trágicas, ao afirmar, entre outros absurdos delirantes, que há chip no meio das vacinas ou que os indivíduos protegidos poderiam tornar-se aligátores pansexuais.
Por isto também é de grande satisfação a notícia reportada na semana passada – e repercutida no jornal O Progresso de Tatuí – de que, após alerta no mês de outubro de 2023 em razão do aumento significativo do número de casos, até este 31 de janeiro de 2024, não havia nenhuma morte ou internação por Covid-19 na cidade.
No mês dez do ano passado, a Secretaria Municipal de Saúde havia registrado 422 pacientes infectados – o maior número de casos desde que o órgão deixou de emitir os boletins diários, em junho de 2023. No entanto, de acordo com a pasta, os dados são computados internamente.
De acordo com o secretário da Saúde, Nicolau Júnior, no ano passado, houve dez mortes de tatuianos pela doença, com idades entre 61 e cem anos.
Até 31 de janeiro deste ano, foram confirmados 35.912 casos de Covid-19 em Tatuí, com o consequente falecimento de 532 pacientes.
Em relação ao cumprimento do esquema vacinal pela população, Nicolau Junior declarou que Tatuí “teve uma boa adesão” ao calendário de imunizações.
Conforme a pasta, 92% da população foi imunizada com a primeira dose da vacina, totalizando 114.134 aplicações. Na segunda, 87% de pessoas receberam o imunizante, registrando 107.460 adesões.
A terceira dose imunizou 59%, gerando 73.704 aplicações. Na quarta, com 38.982 doses, o esquema vacinal atingiu 31% da população. Já a quinta dose chegou a 13% dos moradores, com 15.835 aplicações.
A primeira dose da vacina bivalente, que imuniza contra novas variantes da doença, recebeu a adesão de 15% da população, totalizando 18.124 aplicações. E, por fim, 3.092 doses únicas foram aplicadas em 2,5% de tatuianos.
Em razão do significativo recuo no número de infectados pela doença na cidade, Nicolau Júnior informou que Tatuí não está mais em estado de alerta. No entanto, as doses continuam sendo aplicadas em todas as unidades básicas de saúde, exceto as dos bairros Congonhal e Americana.
Os adultos podem ser vacinados às segundas-feiras: no posto de saúde central “Aniz Boneder” (o “Postão”), das 8h às 15h; na ESF “Drª. Maria Eunice Del Fiol”, no bairro Valinho, das 8h às 15h; e na ESF “Dr. João Guilherme Soares Hoelz”, no Jardim Tóquio, das 8h às 15h.
Às terças-feiras, as vacinações ocorrem: na UBS “Aída Rodrigues Mota”, no Santa Cruz, das 8h às 12h30; na ESF “Dr. Simeão Orsi”, na vila Angélica, das 8h às 15h; e na ESF “André Batista”, na vila Santa Luzia, das 8h às 15h.
Nas quartas-feiras, ocorrem: na UBS “Dr. Jenner de Faria”, no bairro dos Mirandas, das 8h às 12h30; na UBS “Dr. Almiro dos Reis”, na vila Dr. Laurindo, das 8h às 15h; e na ESF “Othoniel Cerqueira Luz”, no CDHU, das 8h às 15h.
As vacinas nas quintas-feiras são encontradas nas unidades: ESF do Jardim Santa Rita de Cássia, das 8h às 15h; na ESF “Adriana Mesquita Tibellio Mota”, no Jardins de Tatuí, das 8h às 15h; e na ESF “Dr. Alceu Machado Filho”, no São Cristóvão, das 8h às 15h.
Ainda acontecem às sextas-feiras: na UBS “Enfermeiro Antônio Rodrigues”, na vila Esperança, das 8h às 12h30; na UBS “Dr. Flávio N. de Oliveira”, no Congonhal, das 8h às 12h30; e na ESF “Dr. Medardo Costa Neves”, no Rosa Garcia, das 8h às 15h.
Os dias de vacinação para o público infantil acontecem: às segundas-feiras, das 8h às 15h, no “Aniz Boneder”; e às quintas-feiras, na ESF do bairro Santa Rita de Cássia, das 8h às 15h.
O órgão da Saúde reforça que as vacinas e os testes de Covid-19 estão disponíveis na rede municipal. Para isso, o cidadão deve comparecer aos locais munidos de cartão SUS, CPF, documento com foto, comprovante de endereço e carteira de vacinação ou comprovantes anteriores de recebimento das doses contra Covid-19.
Na vacinação de menores de idade, um responsável precisa estar presente. Informações podem ser obtidas na Vigilância Epidemiológica, por meio do telefone (15) 3259-6358.
De acordo com o Ministério da Saúde, quando infectada pelo vírus, a pessoa vacinada consegue combatê-lo rapidamente, em razão da imunidade adquirida. Desta forma, o vírus evoluirá de modo assintomático ou com a doença “mais leve” (maioria dos casos).
O que difere a vacina monovalente da bivalente é a capacidade das bivalentes de estimularem uma resposta imune mais efetiva contra a variante ômicron, garantindo maior proteção contra a infecção. “Cabe ressaltar, que as vacinas monovalentes continuam a proteger as pessoas completamente vacinadas”, conforme ressaltado pelo órgão federal.
As recomendações atuais do ministério para imunização contra a Covid-19 no país são estabelecidas de acordo com as faixas etárias, os imunizantes disponíveis, as recomendações dos fabricantes e os resultados de estudos nacionais e internacionais.
Como se observa, contra a doença, há vitórias da ciência, da proteção e até do bom senso da população. Pode-se festejar o Carnaval com relativa tranquilidade, portanto.
Apenas o que não se pode é deixar de lado o compromisso da responsabilidade, como já reforçado, seja da população, de se cuidara – e, assim, cuidar da saúde dos outros também-, seja do poder público, de informar imediatamente caso a situação tenha mínima possibilidade de alteração, de tal forma que todos tenha direito de saber do perigo.
Por hora, também como ressaltado, é justo e necessário um merecido desafogo, com o máximo de diversão e alegria, com todos desfrutando de um raro momento em que é possível ser “folião” – algo inadmissível quando se trata de saúde.