Da reportagem
Nesta quarta-feira, 24, o candidato ao governo do estado de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad, esteve em campanha na cidade. A comitiva dele foi recebida pelo vereador e candidato a deputado federal Eduardo Dade Sallum (PT).
Também estiveram presentes os candidatos a deputado estadual Leandro Soares (PT) e “Doutora Calu” (PT) e o primeiro-suplente a senador Juliano Medeiros (Psol).
O ex-governador e vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB), e o candidato ao Senado pela coligação, Márcio França (PSB), não estiveram na comitiva, conforme havia sido previsto e divulgado anteriormente.
Às 13h, Haddad e simpatizantes iniciaram a caminhada no Mercado Municipal “Nilzo Vanni”, onde o candidato conversou com comerciantes e populares. Em seguida, todos caminharam pela rua Prudente de Morais até a Praça da Matriz.
Logo depois, a passeata se dirigiu à frente do Conservatório de Tatuí. No local, Haddad aproveitou para conversar com a imprensa local e regional sobre as propostas de governo dele.
A O Progresso de Tatuí, Haddad abordou algumas das principais. Ele destacou que pretende criar um sistema estadual de inovação tecnológica, pelo qual quer estabelecer parcerias entre o setor privado e as universidades públicas paulistas.
“O objetivo é explorar oportunidades de reindustrialização em São Paulo, com o estado contribuindo com apoio técnico e financeiro, atuando como parceiro desses novos empreendimentos”, explicou o candidato.
“Vamos abrir uma mesa permanente de exploração de oportunidades de negócio em São Paulo. E, se o estado tiver que entrar, vai entrar com apoio técnico e financeiro, quando for o caso”, frisou Haddad. “Esse estado vai voltar a saber o que é emprego industrial”, acrescentou.
Sobre a condição econômica do estado, Haddad afirmou que deseja “reativá-la e baratear a vida da população”. Para isso, o candidato pretende diminuir o ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação), da cesta básica e da carne. “Isso fará com que o povo tenha um maior poder de compra”, acentuou Haddad.
Sobre o tombamento federal do complexo têxtil da fábrica São Martinho, Haddad se comprometeu a, caso eleito, apoiar articulações no sentido da preservação patrimonial e da “utilização social” do espaço.
O candidato salientou que aumentará o salário-mínimo regional para R$ 1.580. “Ele ficou congelado durante dois anos por conta da pandemia, em razão do surto inflacionário que o Brasil viveu”, mencionou. Para ele, a perda do poder aquisitivo afetou a vida dos brasileiros e “não foi reposta” adequada à crise.
Haddad também argumentou que, na área de cultura, atualmente o estado investe pouco, cerca de 0,3% do orçamento. “O Conservatório de Tatuí vem sofrendo há mais de dez anos cortes no orçamento. Precisamos rever essa situação e fazer com que a instituição volte a ter mais alunos e recursos”, enfatizou.
Sobre saúde, Haddad pontuou que pretende construir cerca de 70 “Hospitais-Dia” para desafogar a fila de espera por cirurgias de alta complexidade nas instituições regionais do estado.
Esse modelo de serviço consiste em uma assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial, para a realização de procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos, que requeiram a permanência do paciente na unidade por um período máximo de 12 horas.
“O Hospital-Dia é um procedimento mais em conta do que a internação no hospital regional”, sustentou.
No âmbito da educação, o candidato antecipou que pretende expandir o ensino em tempo integral, em consonância com o Plano Nacional de Educação (PNE). Segundo ele, é preciso reestruturar o projeto pedagógico dessas escolas. Outra proposta é ampliar o ensino técnico, em parceria com o “Sistema S” (conjunto de entidades, administradas por federações patronais, voltadas para o treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica; recebe esse nome porque todas as que a compõem começam com a letra “S”, de serviço).
Com relação ao auxílio financeiro à população, Haddad ressaltou que planeja implementar o programa de renda básica de cidadania, bandeira do vereador Eduardo Suplicy (PT).
“O desafio, neste caso, está no desenho do programa. Isso porque tem gente sem qualquer renda, outras na informalidade, além dos trabalhadores com emprego formal”, observou Haddad.
Na área da segurança pública, o candidato defendeu a formação continuada dos policiais, associada a um plano de metas de combate aos principais crimes.
“Temos que casar o que a sociedade quer das polícias e o que o policial quer da carreira. Essas coisas têm que estar compatibilizadas. Aí, todo mundo cresce junto”, complementou.
Haddad apontou a defesa do meio ambiente como prioridade de governo e indutora da atração de investimentos, desenvolvimento de tecnologias e geração de emprego e renda. “Quero recuperar a estrutura técnica de órgãos públicos de fiscalização, de pesquisa e de desenvolvimento ambiental de São Paulo”, frisou.
O candidato prevê apoio a experiências de produção de energia limpa, por exemplo, de fazendas de geração de energia solar na região oeste do estado e, ainda, geração de energia a partir de biomassa, em especial nas regiões central e norte, a partir do bagaço de cana.