Com grande e justificada expectativa de público ainda maior, acontece mais uma Feira do Doce em Tatuí, agora em sua nona edição. O evento tem impulsionado concretamente não só a economia nesta época do ano, mas colaborado sobremaneira com o desenvolvimento turístico da cidade.
De fato, a feira acabou sendo determinante para, afinal, consolidar-se a ideia de que compensa o investimento nas peculiaridades essencialmente locais como forma de atrair a atenção (e visitantes) a Tatuí como uma opção de destino interessante e viável – senão de uma semana, certamente de pelo menos alguns dias de visitas.
Entre as maiores virtudes tatuianas, claro, ainda se destaca a música como tradição maior, carregando potencial incalculável de apelo turístico, desde que efetiva e criativamente trabalhada.
E uma das melhores formas de se trabalhar uma virtude intrínseca é reposicioná-la em novas ações, em empreendimentos inovadores, concebidos para atrair a atenção de novos públicos. O chamado turismo de eventos representa uma das iniciativas desta natureza.
Tatuí, neste momento, vivencia justamente o maior exemplo prático e concreto de que a união de um potencial peculiar, exclusivo, com o empenho e a criatividade podem gerar resultados positivos. Mais que isto, resultar em muito sucesso.
A Feira do Doce, neste sentido, é o maior exemplo municipal, efetivado nos anos recentes, de como se explorar bem uma tradição.
O evento impulsiona a comercialização dos doces locais, claro, contribuindo mais que oportunamente com os produtores, mas, além disto, acabou por tornar-se uma real atração turística na Cidade Ternura.
A festa – antes assim denominada – partiu de uma tradição essencialmente local – inerente à identidade tatuiana, portanto – e, dela, estruturou-se de maneira organizada e profissional, buscando, justa e corretamente, somar os interesses do comércio local com um apelo turístico e gosto popular, o qual não resiste às “delícias adocicadas”.
Aquilo que, até então, resumia-se ao visitante levar da cidade uma caixinha de doces ABC ganhou dimensão muito maior, por meio da feira, levando Tatuí a ganhar outra saborosa alcunha: a Terra dos Doces Caseiros.
Ocorre que, exatamente, o “caseiro” é o melhor a ser explorado, por representar a essência da identidade de um povo, de uma comunidade.
Essa peculiaridade, por sua vez, sustenta o apelo turístico, aquilo que atrai o visitante à cidade e leva-o a consumir e, além disso, conhecer e, posteriormente, divulgar os destinos positivamente – claro, desde que dele leve boas lembranças.
Por essa feliz iniciativa, portanto, é de se reconhecer e prestigiar a feira tatuiana, realizada pela prefeitura, por meio da Secretaria de Esporte, Cultura, Turismo e Lazer, e pela Associação de Produtores de Doces de Tatuí, a Aprodoce.
A Feira do Doce, que se firmou em quatro dias de programação, já é tida como o maior evento do segmento no interior paulista, com público estimado em cerca de 170 mil pessoas.
Estão sendo comercializados centenas de tipos de doces caseiros, divididos em alas temáticas: finos e brigadeiros “gourmet”, tradicionais e artesanais, chocolates, bolos e tortas, de festa e sobremesas, churros, crepes e pastéis, produtos de milho e bebidas.
Junto à Feira do Doce, também na Praça da Matriz, é promovido o Festival Capital da Música “Maestro Antônio Carlos Neves Campos”, com MPB, jazz, clássico e rock.
A organização da Feira do Doce reforça que o evento tem como objetivo “fomentar o empreendedorismo dos produtores, promover turisticamente o município como a ‘Terra dos Doces’ e dar a oportunidade aos visitantes de encontrarem todas as variedades de doces da cidade em um único evento, movimentando o fluxo turístico e trazendo mais divisas a Tatuí”.
Ainda conforme a organização, a feira ganhou visibilidade já na primeira edição, sendo reconhecida nacionalmente pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e incluída no Calendário Turístico do Estado de São Paulo, por meio da lei 15.844/2015.
Como se observa, os objetivos do evento respondem perfeitamente aos interesses tanto comerciais quanto turísticos da cidade. Esse sucesso da feira, consequentemente, pode e deve servir de exemplo e estímulo a novas iniciativas em Tatuí.
De maneira contínua e crescente, com isso em foco, o turismo tem sido assim reconhecido como possível fonte de recursos e atividade também capaz de resgatar e valorizar as raízes culturais do município – e isso simultaneamente.
Muito menos mal essa consciência ter ocorrido pela comprovação de que turismo atrai recursos, espalhando ganhos por todos os setores da comunidade.
Melhor seria, contudo, se a valorização das riquezas locais ocorresse por apreço à história, às raízes e aos atributos únicos do município. Mas, como apontado, importa que o tatuiano se reconheça como habitante de uma terra de valor – seja dos doces caseiros, da música e da “ternura” – e, claro, orgulhe-se disso!
A consequência, como agora demonstrado pela Feira do Doce, é um ganho generalizado, em muito extrapolando os recursos do programa MIT, chegando mesmo a estimular a própria autoestima dos tatuianos.
Vale muito, portanto, o investimento no resgate e valorização da cultura local, lembrando que os doces caseiros, tal a tradição musical, estão total e intrinsecamente ligados às raízes de Tatuí. Resta reforçar, finalmente, que há muito mais a ser (bem) explorado a favor da cidade.
Por enquanto, sempre com olhos no futuro, é priorizar o paladar e aproveitar a doçura deste momento!