Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa – Cremesp 34.708 *
A febre é um aumento de temperatura corporal temporário. A preocupação quando a temperatura do seu filho aumenta é normal, mas é importante lembrar-se de que a febre não é uma doença em si, mas sim o sinal mais frequente de problemas de saúde. A reação de febre é um alerta para os pais.
Os infectologistas estabelecem os seguintes limites para caracterizar a febre:
Febrícula: de 37,3℃ a 37,7℃;
Febre: acima de 37,8℃; e
Febre alta: considera-se, em geral, a partir de 39℃.
Como medir a temperatura?
Existem diversos modelos de termômetros para medir a temperatura, e os mais comuns, baratos e fáceis de achar são o de vidro com mercúrio e o digital (que é o mais preciso). Ainda mais recentemente, temos indicado o termômetro a laser (importado), que mede a temperatura na fronte, em três segundos e sem tocar na pele.
Para verificar a temperatura na axila, enxugue-a bem e coloque o termômetro, aguarde com o braço imóvel por quatro minutos depois o retire para fazer a leitura. Existe também o termômetro em formato de chupeta para ser usado nos bebês e outros, um pouco mais caros, que são postos nos ouvidos e na testa da criança.
Quando a febre chega
A febre é um sintoma que se associa com outros sintomas que causam desconforto: dor muscular, irritabilidade, mal-estar, perda ou diminuição da força física e falta de apetite, e isso depende da criança, da causa e da intensidade da febre – os medicamentos para febre e dor não atuam sobre a disposição e o apetite.
Sintomas associados
Recusa alimentar: dificuldade para engolir e falta de apetite podem ocorrer, e a criança deve ser alimentada com aquilo que ela aceita melhor. Não force seu filho a comer se ele não estiver com vontade.
Dor e cansaço: ter febre faz com que a maioria das crianças se sinta cansada e dolorida. Durante esse período, incentive o seu filho a descansar tanto quanto ele quiser. É melhor manter uma criança em casa sob cuidados de responsáveis até que a temperatura esteja normal, por pelo menos 24 horas.
Como aliviar os sintomas
Ofereça muito liquido, de acordo com a preferência dela (água, chás, sucos, água de coco etc.), para evitar desidratação. Vista-a com roupas leves e cubra-a com um lençol ou cobertor leve. Mantenha o ambiente ventilado. Quando a temperatura estiver amena, a criança pode ficar ao ar livre, sem exposição do sol. O banho rápido e morno, bem como as compressas mornas, pode ser utilizado, quando isso for de agrado da criança, pois não são tão eficazes quanto os medicamentos para febre. Pode-se usar um copo de 125 ml de álcool a 70% na água do banho, que ajuda a abaixar a febre.
Respeite o intervalo mínimo de cada medicamento e a correta recomendação para a idade e para o peso da criança. A diminuição da febre e do mal-estar só ocorre enquanto o antitérmico está fazendo efeito.
O retorno da febre após esse período de ação do medicamento é esperado, mas não significa que o tratamento da doença em si não está dando certo.
Sinais de alerta! Entre em contado com o médico se:
Seu bebê tiver menos de dois ou três meses e apresentar qualquer febre; seu filho tiver qualquer idade e repetir febres acima de 40°C; seu filho tiver mais de três meses e apresentar febre acima de 38°C, tremores de frio, abatimento acentuado ou forte indisposição (sonolência e irritabilidade, choro inconsolável ou choramingas ou gemência), que não melhoram após o efeito da dose de antitérmico (aparecerem outros sintomas, como manchas na pele, dificuldade para respirar, dificuldade para acordar, vômitos persistentes ou diarreia, ou a febre que ultrapassa três dias completos); seu filho tiver febre e enquanto faz xixi aparentando dor, especialmente em meninas, que pode ser uma infecção urinária.
Bebês entre 3 meses e 2 anos – Febre que dura mais de um dia, acompanhada de dor de cabeça, irritabilidade, sonolência, dificuldade para falar, apatia (sintomas sugestivos de meningite).
Pessoas de qualquer idade – Febre acompanhada dos seguintes sintomas: dor de cabeça forte e persistente; sensibilidade excessiva à luz; dor de garganta que impede a deglutição; vermelhidão na pele; nuca endurecida e dolorosa ao curvar a cabeça; confusão mental; vômitos repetitivos; dificuldade para respirar ou dor no peito; irritabilidade, apatia ou sonolência; dores abdominais; dor ao urinar ou micção frequente em pequena quantidade.
Fontes: https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/febre; folheto explicativo ao público em geral do Laboratório Mantecorp Farmasa, com sua respectiva Bibliografia; arquivos do autor.
* Título de especialista em pediatria pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e AMB (Associação Médica Brasileira); Membro da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações e diretor clínico da Alergoclin Cevac – Clinica de Vacinação Humana.