Familiares de Andreza Schitini realizam passeata em Tatuí ‘Não se Cale’

Homenagem também será feita para Raísa Martins no dia 23

Projeto das camisetas com rosto de Andreza (Foto: Divulgação)
Da reportagem

A família de Andreza Schitini fará uma passeata em Tatuí com o tema “Não se Cale” no dia 23, um sábado, às 9h, com saída em frente à Câmara Municipal e caminhada até a Praça da Matriz.

O objetivo da passeata é conscientizar a respeito da violência contra as mulheres. Familiares levarão faixas e camisetas com uma foto da Andreza e a frase “Por Andreza, não choramos só lutamos. Transformamos luto em luta, por dor em clamor”.

“Uma frase que, para nós, é o que estamos sentido e esperando: justiça, pois não aceitamos o julgamento. Ele acabou indo para a segunda instância; esperamos que a pena aumente”, contou um familiar de Andreza.

A expectativa é de que a caminhada receba grande quantidade de pessoas, com familiares e o colégio Cenep utilizando camisetas da vítima, além de uma fanfarra em homenagem a ela e a outras mulheres mortas por feminicídio.

“Será uma homenagem muito bonita. Ela será sempre lembrada pelo sorriso e alegria que trazia para as pessoas, além do amor pelo município”, antecipou o familiar.

A passeata também homenageará Raísa Martins, que, de acordo com a polícia, foi assassinada pelo ex-marido. A homenagem para ela será feita pelo grupo O Boticário, onde Raísa trabalhava.

O caso Andreza

Familiares de Andreza notaram o desaparecimento da jovem em 7 de agosto de 2024, uma quarta-feira. No dia, familiares dela saíram para trabalhar e ir à escola, enquanto ela ficou dormindo. Quando todos voltaram para o imóvel naquele dia, perceberam que ela não estava, porém, “pensaram que logo voltaria”.

Na manhã do outro dia, notaram que as coisas da jovem estavam em casa. Então, na sexta-feira, a mãe registrou boletim de ocorrência e, após buscas, o corpo foi encontrado enrolado em um cobertor de um dos filhos dela, embaixo de sacos de lixo.

Inicialmente, os policiais suspeitaram de algum ex-namorado, mas, após investigação, descobriram que o autor era o irmão da vítima, Edinilson Aparecido Lima.

Segundo informado pelo delegado Luiz Henrique Nunes na época, as investigações avançaram após a análise de dados do celular da vítima, que estava espelhado no aparelho do filho. Conforme ele, Andreza estava em uma conversa via WhatsApp “abruptamente” interrompida, por volta de 7h15.

Além disso, câmeras de segurança registraram o acusado saindo da residência da família às 8h30, contrariando o primeiro depoimento dele, em que dizia estar em uma obra, trabalhando como pedreiro.

O irmão dela foi preso após confessar o envolvimento no crime. Segundo a polícia, a motivação seria problemas financeiros, porque ele não estaria ajudando nas despesas domésticas.

Em depoimento na época, o irmão alegou que o crime ocorreu durante uma discussão. Ele também teria dito que tinha a intenção de “agredir”, no entanto, acabou matando-a por esganadura.

Lima foi condenado, no dia 24 de junho, a 18 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo assassinato da irmã.

O caso Raísa

Um irmão de Raísa, André Martins, divulgou na noite do dia 21 de junho o desaparecimento da irmã, via redes sociais. Segundo ele, a irmã tinha conversado com a mãe por volta das 10h e não deu mais notícias, além de não receber mais ligações ou mensagens pelo telefone. O carro da vítima foi visto pela última vez na avenida Vice-Prefeito Pompeo Reali, por meio de câmeras de segurança.

Após investigações, o ex-marido de Raísa confessou tê-la assassinado. De acordo com a Polícia Civil, o homem foi levado para interrogatório após o desaparecimento dela e acabou confessando o crime na quarta-feira, 23 de junho.

Ainda de acordo com a polícia, o acusado indicou onde estava o corpo, o qual, após buscas, foi encontrado com sinais de violência. Segundo pessoas próximas à vítima, ele havia a ameaçado semanas antes do assassinato. A Polícia Civil ainda continua investigando o caso.

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