Da redação
Fábio José Menezes Bueno (PL), acusado de “comprar” vaga de vereador, divulgou nota nesta sexta-feira, 27, a respeito do caso e do pedido de uma comissão especial de inquérito (CEI), agendada para ter votação nesta segunda-feira, 30, na Câmara Municipal de Tatuí.
O parlamentar, em nota entregue na redação do jornal O Progresso de Tatuí, nega as acusações, divulgadas na sessão ordinária de segunda-feira, 23, e, também, formalizadas em denúncia apresentada junto ao Ministério Público.
“A denúncia realizada na Câmara Municipal contra mim não passa de um fato político criado pelo grupo adversário para desfocar as diversas ações que podem resultar na cassação do mandato e do registro do Prefeito Miguel”, aponta Menezes.
“O grupo político do então prefeito fabricaram conteúdo falso em que me acusam para criar inverdades de conversas de WhatsApp que nunca existiram, buscando abafar as acusações de que o Professor Miguel estaria utilizando funcionários públicos para sua campanha eleitoral”, continua o parlamentar.
“Cumpre ressaltar que o denunciante é investigado pela Polícia Federal, por produzir ou divulgar documentos falsos com a intenção de confundir o eleitor, e nessa denúncia em que ele faz, apresenta ‘prints’ forjados, de um aparelho que sequer sabe-se a origem”, finaliza a nota, sem citar o nome do denunciante.
O pedido de CEI ocorreu após os vereadores receberem, por e-mail, denúncia em que Menezes é acusado de “comprar” a vaga de vereador de Débora Cristina Machado de Camargo (na época do PSDB), de quem era primeiro suplente.
O atual candidato a vice-prefeito pela coligação “Amor e Trabalho por Tatuí”, encabeçada por Alessandra Gonzaga, é acusado de ter pagado R$ 120 mil para que Débora deixasse o cargo.
Os “prints” circulados por WhatsApp e anexados ao processo apresentam imagens de suposta troca de mensagens entre assessores do então suplente e da titular, nas quais teria ocorrido a suposta “negociação”. Nas imagens, é usado o termo “documento”, o qual, conforme a denúncia, representaria R$ 1.000. De acordo com a conversa, seriam 120 “páginas de documentos, 80 em julho, 10 em agosto, 10 em setembro, 10 em outubro e 10 em novembro”.
Ainda segundo a denúncia, a referência a “documentos” seria a negociação dos valores para que Débora pedisse exoneração. Esses prints de WhatsApp contam com ata notarial, realizada no Primeiro Tabelião de Notas e de Protestos de Letras e Títulos de Tatuí.
A ex-parlamentar deixou a cadeira na Câmara Municipal em 23 de julho de 2023. À época, justificou a decisão apontando estar sofrendo problemas de saúde relacionados a depressão.
Já neste do mingo da semana passada, 23, Débora compareceu na Delegacia de Polícia Civil de Tatuí para registrar boletim de ocorrência de calúnia e difamação, reforçando, no documento, que renunciara em julho de 2023 por conta de “problemas pessoais e abalos psicológicos que levaram ao enfrentamento de uma profunda depressão”.
Débora também declara que “a acusação gerou enorme desconforto e prejudicou o seu tratamento contra a depressão”.