Expressão ‘dor nas costas’ bate recorde de buscas na web

Fernanda M. Cercal Eduardo *1 | Thayse Zerger Gonçalves Dias *2

De cada dez pessoas, oito terão dores nas costas ao longo da vida. Este é um dado divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que tem se confirmado nos últimos meses, pelo recorde de buscas no Google utilizando o termo: dor nas costas.

Esse aumento das buscas por alguma referência em tratamento ou dicas de cuidados tem sido atribuído às consequências das medidas preventivas, home office e isolamento social em tempos de pandemia, mas a realidade é que os cuidados e atenção à coluna vertebral nunca foram foco da população, e que esse segmento do corpo humano sempre necessitou de atenção e acompanhamento profissional.

A coluna vertebral é constituída por 33 vértebras divididas em quatro segmentos vertebrais que formam as curvaturas fisiológicas que permitem toda a funcionalidade estrutural para as atividades de vida diária do indivíduo.

Alguns desses segmentos, apesar de serem intercalados por cartilagens resistentes, permitem os movimentos de deslizamento intersegmentares que, somados, tornam a mobilidade ampla em todos os sentidos do tronco. Dessa forma, podemos dobrar a coluna para frente, para trás, para os dois lados e também executar movimentos de torção.

A região mais baixa da coluna, a qual chamamos coluna lombar, por possuir essa ampla mobilidade intersegmentar, é uma das regiões mais afetadas em termos de lesão, e a dor nessa região é considerado o principal problema de saúde funcional nos países ocidentais industrializados.

As causas são comuns e geralmente estão associadas a desgastes excessivos das estruturas por excesso de movimento ou por descargas de peso constantemente influenciadas pela postura prolongada em algumas situações disfuncionais.

Mas a notícia boa é que a dor nas costas nem sempre é sintoma de alguma doença e pode ser prevenida através de boas orientações profissionais e de diferentes técnicas de prevenção e tratamento das estruturas anatômicas e movimentos fisiológicos do corpo humano.

A quiropraxia é uma ciência antiga, fundada entre 1845 e 1913, por Daniel David Palmer, no Canadá, baseada no alinhamento vertebral como premissa de cuidado preventivo e também tratamento das microdisfunções articulares denominadas “complexos de subluxação vertebral”.

Esse método bastante estudado e comprovado utiliza-se de mobilizações articulares e ajustes que minimizam os efeitos das hipomobilidades entre os segmentos, trabalhando com os movimentos acessórios das articulações.

Dessa forma, é capaz de distribuir de maneira uniforme as cargas, corrigindo a mecânica errada que perpetuaria as microlesões e processos de cicatrização provenientes do uso contínuo e em excesso desses segmentos.

O quiroprático trabalha como um facilitador e a resposta aos seus estímulos (mobilizações e ajustes) é o corpo que executa, tendo este o mecanismo vital da cura pela liberação de todo o sistema de integração do organismo, que é o sistema nervoso descrito por Galeno em 129-199 a.C. como “a chave máxima da saúde”.

Todas as disfunções biomecânicas, não só da coluna vertebral, mas de todos os segmentos corporais, podem ser trabalhadas pela quiropraxia a fim de melhorar-se a capacidade do sistema nervoso de regular as funções controlando e minimizando as disfunções articulares e não permitindo as acomodações viciosas do organismo.

Este método antigo, mas também atual e promissor, pode ajudar nas queixas de “dor nas costas” e ainda melhorar perspectivas futuras de disfunções que surgem com o tempo, com os posicionamentos e vícios do dia a dia, produzindo bem-estar e qualidade de vida através de articulações funcionais e cargas bem distribuídas, possibilitando a base de movimentação do aparelho locomotor em todas as atividades, sejam elas de trabalho, de lazer ou de vida diária.

* 1 – Fisioterapeuta e coordenadora do curso de fisioterapia do Centro Universitário Internacional Uninter.

* 2 – Fisioterapeuta e tutora do curso de fisioterapia do Centro Universitário Internacional Uninter.