Exposição Nacional do Cavalo Árabe acontece no Centro Hípico de Tatuí

Quarta edição do evento esportivo recebe mais de 200 animais a partir de 4ª

Apresentação na modalidade "halter”
Da reportagem

O Centro Hípico de Tatuí (CHT) promove, entre quarta-feira, 13, e domingo, 17, a partir das 9h, a 4ª Exposição Nacional do Cavalo Árabe de Esporte. Organizada pela Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Árabe (ABCCA), a mostra tem entrada gratuita e é aberto ao público.

Os organizadores revelam esperar reunir mais de 200 animais de raça, que devem também participar de outros três eventos: a 27ª Brazilian Breeders’ Cup, a 30ª Exposição Internacional e a quinta etapa da Copa Brasil 2024, que consistem em disputas exclusivas nas modalidades de “halter” e performance.

Segundo a assessoria de comunicação da ABCCA, esses são os últimos eventos da temporada. Por conta disso, “é esperado que participem animais de todo o país, sobretudo, de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro”, antecipa.

Francisco Carrasco, presidente da entidade, afirma que o foco da exposição é valorizar o cavalo árabe montado. “Criamos uma exposição para que a raça demonstre toda a sua versatilidade em um único evento”, reforça ele.

Carrasco ainda revela o valor do prêmio e as expectativas para o evento: “Estamos otimistas em relação ao número de inscritos, que já ultrapassou o do ano passado. A premiação será de mais de R$ 200 mil, resultado de um investimento significativo em esporte nos últimos anos”.

Outro ponto destacado é o “test ride” (“passeio de teste”, em tradução livre do inglês), que, segundo os organizadores, permite que os visitantes experimentem, de forma gratuita, a montaria em cavalos árabes. “É uma excelente chance para criadores e para quem deseja conhecer melhor a raça”, comenta Carrasco.

A exposição também terá três restaurantes – um do próprio local e mais dois, que representarão a cidade -, além de barracas de “food truck” disponíveis para o público.

As provas

Estão programadas competições em 12 segmentos. Essas modalidades equestres abrangem provas de habilidade, estilo e controle, incluindo o hipismo rural, que testa destreza em percursos naturais; três tambores e seis balizas, focadas em velocidade e precisão em curvas e obstáculos.

Também são integradas por “western pleasure” e “english pleasure”, que avaliam postura e suavidade; traje típico, com vestimentas tradicionais; e maneabilidade, exigindo técnica em desafios controlados.

Ainda, por “hunter pleasure”, baseado em estilo de montaria inglesa; “halter”, que julga a conformação dos cavalos em pista; e salto, que combina rapidez e precisão na superação de obstáculos.

Além das modalidades e eventos, o ABCCA também divulga a disputa “Corrida da Raça”, que ocorrerá simultaneamente no Jockey Club de São Paulo, “enquanto o enduro — competição de longa distância que exige adaptação da velocidade à resistência — foi realizado em outubro, em local apropriado para a prova”.

O cavalo árabe

O cavalo árabe é uma das raças mais antigas do mundo, com origem datada de milhares de anos nas regiões áridas do Oriente Médio. Desenvolvido por tribos beduínas, que valorizavam sua resistência e capacidade de adaptação, tornou-se um animal de destaque em diversas atividades equestres.

Sua aparência distinta tornou-o popular entre criadores e, ao longo dos séculos, a raça foi incorporada em programas de melhoramento genético de diversas outras raças.

No desempenho, o cavalo árabe é amplamente utilizado em modalidades de resistência e enduro, nas quais se sobressai pela habilidade de enfrentar longas distâncias. Sua capacidade de adaptação e inteligência o tornam uma escolha frequente para treinadores, que valorizam o fácil manejo e a resposta rápida às instruções.

O valor de um cavalo árabe varia, com exemplares de linhagens específicas podendo atingir preços elevados no mercado, determinados por fatores como pedigree e histórico de desempenho. Atualmente, mantém papel de destaque no universo equestre global, tanto em competições quanto em programas de criação.

“Com o avanço da biotecnologia, a raça árabe segue sendo estudada e preservada, garantindo que suas qualidades continuem a contribuir significativamente para a equinocultura moderna”, aponta a organização do evento.

A organização relata ter escolhido Tatuí por conta da presença de haras diversos que criam a espécie. “A cidade fica em uma boa localização, onde temos muitos haras de cavalos árabes a seu entorno, além da receptividade e da boa estrutura que o Centro Hípico de Tatuí oferece”, detalha.

ABCCA

Segundo informações dos organizadores do evento, “o marco inicial da criação do cavalo árabe no Brasil ocorreu em 1929, com a importação, pelo gaúcho Guilherme Echenique Filho, de um garanhão e sete éguas puras da Argentina.

O haras Er Rasul, fundado em Arroio do Sul, homenageava Rasul, o garanhão que abriu o “Stud Book” (livro de registro genealógicos de algum animal) brasileiro. O primeiro puro-sangue árabe nascido no Brasil foi registrado como “Airé”, uma fêmea que mais tarde seria exportada para os Estados Unidos, onde sua linhagem continua”.

Nos primeiros dez anos, criações nacionais no Rio Grande do Sul, como as Coudelarias Saycan e Rincão e a família Echenique, registraram cerca de 160 animais.

Em 1936, o Ministério da Agricultura impulsionou a criação de árabes na Estação Experimental de São Carlos, em São Paulo, com importações adicionais da Argentina e França para melhorar a genética nacional. As iniciativas incluíram importações posteriores, como o garanhão egípcio Ibn Manial, em 1939, e o inglês Indian Crescent, em 1952”.

“Até 1960, a criação de cavalos árabes no Brasil estava concentrada nas mãos de poucos criadores, principalmente o Ministério da Agricultura, o governo do Rio Grande do Sul e a família Echenique, que somavam mais de 98% dos registros”, conta a entidade.

A maior parte da produção destinava-se a regimentos do Exército e à regeneração de tropas em fazendas. Em 1956, a Comissão Coordenadora da Criação do Cavalo Nacional (CCCCN) foi criada para organizar a produção equina no país.

A criação de árabes entrou em nova fase em 1964, com a fundação da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Árabe (ABCCA), promovida pelo empresário Aloysio de Andrade Faria.

“A associação consolidou os registros já existentes e participou da primeira Exposição Nacional de Equídeos, em 1968. Em 1969, a ABCCA mudou-se para São Paulo, onde a criação de árabes continuou a crescer, e o primeiro volume completo do Stud Book foi publicado após quase 50 anos, com cerca de 50 mil animais registrados até hoje”, conclui a associação.

Serviço

O CHT está situado na rodovia Senador Laurindo Dias Minhoto (SP-141), km 24,5, no trevo da Ceagesp. Informações sobre a exposição estão disponíveis no site www.abcca.com.br e nas redes sociais @abccaarabe.

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