Exposição ‘Imagem e Haicai’ é nova atração do Museu ‘Paulo Setúbal’





O MHPS (Museu Histórico “Paulo Setúbal”) inaugurou no sábado, 13, a exposição “Imagem e Haicai”. Ela segue até 6 de março, um domingo. A curadoria da mostra é compartilhada por Raquel Fayad, Altina Felício, Carlos Alberto Bueno e Marília Franco.

A exposição reúne vídeos, gravuras, pinturas e instalações de artistas plásticos que aceitaram a proposta de criar obras a partir de “sentimentos” provocados por haicais, que são poemas curtos de origem japonesa.

O haicai, que chegou ao Brasil no início do século 20, tem origem no tanka, um tipo de poema curto, que significa “instante ou expressão poética”. Originalmente, a forma poética do haicai obedece à composição fixa de três linhas, somando 17 sílabas, e tem como características a brevidade e a síntese.

“Os mestres dos haicais são admiráveis e influenciaram a produção poética não apenas no Brasil, mas em outros países da América Latina, como Uruguai, Chile, Argentina, Guatemala e México”, comentou Altina.

Os poemas que serviram de ponto de partida para a criação dos artistas são de autores japoneses, brasileiros e latino-americanos. Guimarães Rosa, Jorge Luiz Borges, Garcia Lorca, Millôr Fernandes e Paulo Leminski são alguns dos autores que inspiraram o trabalho.

“Sou fascinada pela ligação entre palavra e imagem, e nessas obras os artistas exprimem as sensações e sentimentos a partir da leitura dos haicais. Quem visita não vê apenas a poesia e a criação, mas também pode imaginar outras coisas”, declarou Altina.

Para a abertura da exposição, com formação instrumental tradicional, com flauta, cavaquinho e violão, o grupo Choro Enturmado realizou uma apresentação.

O grupo, composto pelos músicos Mabel Zattera (flauta), Rafael Meira (cavaquinho) e Carlos Altro (violão), surpreendeu o público com alguns elementos inusitados, como malabares, clavas e instrumentos feitos a partir de materiais recicláveis.

O objetivo, explicou o trio, “é dar condições a uma apreciação musical rica em estímulos e sentidos novos aos ouvintes. Os nomes dos choros são ponto de partida para a criação das intervenções durante a música”.

O grupo interpretou canções conhecidas pelo público com arranjos inéditos, além de possuir composições autorais.

Outra atração do mês de fevereiro é o cinema, oferecido por meio de parceria com o Ponto Mis (Museu da Imagem e do Som). Dois filmes estão em cartaz, com exibições gratuitas de terça-feira a domingo, com sessões às 9h e às 14h, no auditório do museu.

Um deles é o curta-metragem “O Copista”, com 11 minutos de duração, que foi produzido em 1997 e é inspirado no conto “Bartleby, O Escriturário”, de Herman Melville, escritor, poeta e ensaísta norte-americano.

Já o longa-metragem alemão “A Queda. As Últimas Horas de Hitler”, com 2h36min, foi produzido em 2005 e mostra os últimos dez dias de vida de Adolf Hitler no Fuhrerbunker, nome do complexo subterrâneo de salas em Berlim onde ele passou as últimas semanas do regime nazista e cometera suicídio, em 1945.

A intenção do museu, explica Raquel, “é aproximar cada vez mais um público que traga participações e ideias, e, principalmente, preserve a memória e a história da cidade”.

O museu fica aberto para visitação de terça-feira a domingo, das 8h30 às 17h. Aos sábados, domingos e feriados, o horário de funcionamento é das 9h às 17h. A entrada é gratuita.