Tatuí entrou “na onda da contenção de gastos”. Seguindo o exemplo do governo federal, que anunciou medidas econômicas para equilibrar as contas, a Prefeitura prepara um “pacotão próprio”, com intuito de enxugar despesas.
A medida foi anunciada pelo prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, em entrevista a O Progresso. Conforme ele, o Executivo está numa “fase de transição” de Orçamento.
Manu afirmou que a Prefeitura está se preparando para “abrir” o Orçamento deste ano, que estima as receitas e fixa as despesas do município em R$ 320.768 milhões – 14,63% a mais que em 2014.
Antes de comentar sobre o corte nos gastos, ele enfatizou que a Prefeitura conseguiu terminar o ano fiscal com “duas grandes conquistas”.
Trata-se de dois prédios adquiridos pelo Executivo e que serão transformados em creches (reportagem nesta edição). Elas devem ser entregues em fevereiro ou março.
Por ocasião da “transição”, o prefeito disse que a Secretaria Municipal de Fazenda, Finanças e Planejamento terá um tempo de 15 dias para trabalhar com o novo Orçamento. A previsão é de que ele seja “aberto” a partir de amanhã, já com uma contenção de gastos. Os cortes atingirão todas as secretarias, em especial, a da Saúde, na qual o Executivo investiu 36% do Orçamento em 2014.
“Vamos estudar a porcentagem e o que vai ser feito numa reunião”, disse Manu. O prefeito deve definir o que pode ser “enxugado” junto com o primeiro escalão. O encontro deve acontecer ainda nesta semana, quando Manu repassará ao secretariado a posição do Executivo para o reajuste nas contas.
Entre as razões apresentadas pelo prefeito, estão a queda do repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), por parte do governo federal, e a “dívida herdada”.
“Não é novidade para ninguém que a arrecadação caiu e que temos um passivo muito grande. Nós ainda não conseguimos, com alguns ajustes econômicos feitos no ano passado, acertar a casa”, argumentou.
O Executivo deve “passar o facão” em praticamente todas as pastas. Contudo, Manu disse que o objetivo é “reduzir os custos sem prejudicar a população”.
“Na Saúde, investimos 36% do Orçamento. Graças a Deus, isso refletiu positivamente. Hoje, temos uma Saúde com tranquilidade, e que posso dizer que é a melhor da região. Agora, é a vez de reajustarmos os investimentos”, disse.
Para o Executivo, a redução de gastos na Saúde pode ser considerado um desafio. A área demandou investimentos junto ao Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”, ao PSF (Programa Saúde da Família) e em UBSs (unidades básicas de saúde). Conforme o prefeito, “algumas tiveram médicos contratados”.
A Prefeitura também contratou novos profissionais para a implantação do PA (pronto atendimento) no bairro Tanquinho. “Tudo isso tem dado um bom resultado. Tanto que tivemos o menor número de mortalidade infantil da história da cidade, que hoje é de sete óbitos por cada mil nascidos vivos”, declarou.
O projeto do prefeito é distribuir “o que sobrar” para investimento em infraestrutura. “Nosso planejamento é de trabalhar para a melhoria de asfalto, de implantação de praças e áreas de lazer, avenidas e recuperação de ruas”, citou.
Ainda conforme ele, o município precisa de obras de sinalização de trânsito (modernização de semáforos, instalação de radares inteligentes, entre outros).
“Tudo isso entra no pacote da infraestrutura. O nosso interesse é transformar a cidade, nos aspectos físicos. Para isso, vamos economizar”, concluiu.