Cristiano Mota
Viaturas do serviço de atendimento de urgência e emergência já começaram a operar a partir da sede da Guarda Municipal
Desde a semana passada, as ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) têm ponto de partida para prestação de socorros modificado.
Há mais de dez dias, o Executivo mudou a base de atendimento que funcionava no quartel do Corpo de Bombeiros para a sede da GCM (Guarda Civil Municipal).
Para os próximos meses, pode implantar uma segunda, em região a ser definida. A proposta inédita do Executivo é de dividir as equipes do serviço em duas áreas de cobertura para facilitar o atendimento e agilizar a chegada de viaturas.
Até que isso aconteça, o Executivo transferiu provisoriamente o atendimento. A mudança acontece no mês de aniversário dos 187 anos da cidade, por conta de demanda detectada pela administração municipal junto ao Samu.
Conforme informou o vice-prefeito e secretário municipal do Governo e Segurança Pública, Vicente Aparecido Menezes, o serviço precisava de mais espaço físico para acomodar as ambulâncias e os integrantes das equipes de atendimento.
Por conta disso, a Prefeitura decidiu mudar a base de um ponto da vila Dr. Laurindo para outro, no mesmo bairro, após discutir o assunto com os socorristas.
A opção pela sede da GCM representa economia aos cofres públicos (uma vez que o Executivo não precisará alugar imóvel) e pode ser temporária, porque a permanência do Samu no local depende de outro projeto.
De acordo com o vice, os planos iniciais do Executivo eram de transferir a sede da GCM para o antigo prédio do TG (Tiro de Guerra), no bairro Santa Cruz, e deixar o Samu no local em que está – de modo definitivo.
Entretanto, o imóvel que havia sido utilizado pelo Exército e pertence à municipalidade é ocupado, por enquanto, pela 4a Companhia da Polícia Militar.
Esta, porém, deverá ser incorporada à 2a Companhia, que tem sede no Jardim Wanderley. Com a fusão efetivada – o processo teve anúncio no início deste ano –, o comando será transferido para Boituva. A expectativa é que isso aconteça neste mês.
Vicentão explicou que, mesmo com o comando transferido, a Prefeitura não fará imediatamente a mudança da estrutura da Guarda da vila Dr. Laurindo para o bairro Santa Cruz. Isso porque a administração aguarda decisão de equipe do IFSP (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia) de São Paulo.
“Nós iríamos fazer isso. Acontece que, depois que anunciamos, recebemos a visita de uma equipe do IF”, justificou. Conforme ele, a vinda do instituto está sendo articulada pelo deputado federal Cândido Vaccarezza (PT). “Ele nos ofereceu essa possibilidade”, adicionou.
Segundo ele, o IF é uma espécie de universidade pública federal. Oferece cursos tecnológicos e de graduação, incluindo áreas de formação não atendidas pelo município, como engenharia.
Caso seja instalado, o campus de Tatuí será o segundo da região. O primeiro funciona na cidade de Itapetininga.
Representantes do instituto também estudam implantá-lo em Sorocaba. Em maio deste ano, eles reuniram-se com o prefeito da cidade vizinha, Antonio Carlos Pannunzio, vereadores e deputados para apresentar o projeto.
Em Tatuí, ainda não há decisão. A proposta, entretanto, é de que o vestibular da primeira turma a ser aberta no município aconteça em janeiro de 2014.
Ainda conforme Vicentão, na última visita feita à cidade, os técnicos do IFSP apresentaram solicitação. “Eles nos pediram que apresentássemos prédios prontos e que teriam de ser públicos, ou seja, não poderiam ser alugados”.
Como o Executivo tem a possibilidade de utilizar o espaço ocupado atualmente pela Polícia Militar, as autoridades municipais sugeriram que o IFSP fosse implantado lá.
“Os técnicos adoraram o local. Acham que ele tem todos os ambientes necessários para um bom funcionamento”, contou.
O vice informou, também, que a Prefeitura já se dispôs a permitir a reforma do prédio, caso o instituto decida instalar-se no município.
“Eles (os técnicos do IFSP) já têm uma proposta de melhorias. O investimento será feito pelo próprio instituto, caso nós façamos a doação do imóvel”.
A partir dessa possibilidade, Vicentão afirmou que o Executivo reuniu-se com guardas civis municipais para explicar a mudança de planos e discutir sobre um novo local para a sede. “Os guardas nos disseram que preferem ir para o bairro Inocoop”.
Conforme o vice, eles deverão ocupar o prédio – ainda inacabado – que era utilizado pelos GCMs como estande de tiros e área de treinamentos. Desta forma, o Samu poderá permanecer na sede atual da corporação.
Entretanto, a permanência em definitivo do serviço de urgência e emergência na vila Dr. Laurindo depende de disponibilidade financeira do Executivo.
A Prefeitura não tem recursos próprios para reformar o imóvel, mas deve tentar buscar verbas. “O prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, está tentando ver se consegue uma emenda parlamentar”, antecipou Vicentão.
Segundo ele, o Executivo está “buscando uma saída jurídica” para viabilizar a reforma. Também disse que isso é necessário porque os custos não constam no Orçamento deste ano (elaborado pela gestão passada). “Se não conseguirmos, vamos deixar para o Orçamento do ano que vem”.
A decisão do instituto deve ser anunciada neste mês. Caso os representantes confirmem a vinda de um campus para Tatuí, o Samu deverá mudar novamente de endereço. A Prefeitura vai, então, dar início a outro projeto: o que prevê a divisão do atendimento em duas bases no município.
De acordo com o vice, o Samu poderá ir para um local provisório e locado, até que a GCM mude para a área onde o efetivo realiza treinos, no Inocoop.
A locação da nova sede do serviço de urgência e emergência deverá ser paga pelo governo federal durante a reforma da nova sede da Guarda.
Independentemente das decisões, Vicentão adiantou que a tendência é que a atual sede da GCM abrigue definitivamente o Samu.
“Durante esse tempo em que o serviço funcionar lá (na vila Dr. Laurindo), vai poder ‘testar’ o prédio, ver como vai ser a mecânica do atendimento com a mudança”, disse.
Por conta das reestruturações, a Prefeitura dissolveu o CCE (Centro de Comunicação de Emergência). Este funcionava em prédio anexo ao quartel do Corpo de Bombeiros e concentrava os chamados de ocorrência feitos à Polícia Militar (190) e Guarda Civil Municipal e Defesa Civil (199).
Vicentão afirmou que optou por mudar o sistema de atendimento por entender que eles não priorizavam a comunicação com o cidadão.
“Esses serviços, principalmente de emergência, o grande segredo deles é a comunicação. Tem que ser muito rápido o atendimento”, argumentou.
Por essa razão, apontou que o Samu realiza levantamento periódico. A intenção é verificar o tempo que as equipes levam para atender às ocorrências. “Estamos procurando ver isso e estudar locais estratégicos”.
Também por conta do acréscimo de uma viatura – a segunda ambulância de suporte básico –, o Executivo estuda a divisão do serviço em dois postos.
Trata-se de ideia apresentada pelo secretário municipal da Saúde, José Luiz Barusso. “Por questão de logística, a cidade deverá ser dividida em duas regiões”.
O vice lembrou que o Samu já conta com nova equipe, o que facilitaria a divisão. Disse, também, que a Prefeitura está se programando para oferecer “atendimento recorde” do serviço de urgência e de emergência. “Nós estamos nos preparando, nos estruturando para isso”, adicionou.
Conforme Vicentão, apesar da mudança de sede, o serviço continua a funcionar do mesmo modo. As ligações para solicitação de envio de ambulância são realizadas por meio do 192 e reguladas pela central em Itapetininga. Quem necessita de atendimento da GCM deve ligar para o 199.
A Prefeitura também prepara novo número para a Ouvidoria do município. Segundo o vice, o objetivo é permitir que os serviços públicos estejam disponíveis da forma mais rápida ao cidadão. “Isso é fundamental no serviço de urgência e emergência. Isso representa vida”, destacou.
Além da divisão, Vicentão afirmou que a administração municipal mantém a ideia de implantar uma central reguladora. Na opinião dele, o município necessita desse tipo de mudança para poder oferecer melhor atendimento à população.
A criação de uma central, entretanto, depende de autorização do governo federal, uma vez que o Samu é resultado de convênio.
Esse pleito deverá ser apresentado pelo prefeito em Brasília e já é estudado pelo secretário municipal da Saúde. De acordo com Vicentão, se a cidade receber autorização, deverá iniciar estudos para definição de onde a central funcionará.
“Isso resolve aquele velho problema que nós temos: nem todos os atendentes de Itapetininga conhecem geograficamente a cidade. Aí, gera-se uma dificuldade de referência e, com isso, uma demora no atendimento”, concluiu.