Ex-provedora renunciou por ‘ficar somente com dí­vidas’





Conhecida pelo trabalho ligado a entidades filantrópicas – em especial, junto ao Grev (Grupo de Estímulo à Vida) -, Nanete Walti de Lima deixou de responder pela Santa Casa. A ex-provedora falou com a O Progresso um dia depois do anúncio da desrequisição do hospital.

Nanete explicou que optou por não continuar na função depois de ter enfrentado problemas por cobranças. “Quando requisitaram, eu continuei sendo provedora, mas sem saber de nada, sem poder estar lá e com as dívidas todas para mim. Então, renunciei para que ficasse só sob o aval da Prefeitura”.

Por conta do modelo de requisição, a ex-provedora afirmou que a Prefeitura ficou com a administração do prédio e dinheiro proveniente do SUS (Sistema Único de Saúde), mas deixou os débitos para serem quitados pela diretoria então destituída.

As dívidas, particularmente, seriam o fator que impediriam o funcionamento pleno da Santa Casa. “É uma coisa bem louca”, comentou.

Nanete informou que, por não ter condições de quitar os débitos, a provedoria renunciou. Dos oito membros, apenas Alexandre Novais permaneceu.

Ainda segundo a ex-provedora, a desrequisição teria sido adotada pela Prefeitura também por conta de impasse com relação a dívidas.

“Parece que não estavam pagando débitos anteriores. E alguns funcionários também entraram na Justiça. Daí, houve uma assembleia para eleger nova direção”, declarou.

O prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, disse que a requisição aconteceu de forma amigável. Citou, ainda, que o mesmo ocorreu com a desrequisição.

“O importante disso tudo é que estamos devolvendo a Santa Casa melhor do que pegamos”, declarou. O prefeito mencionou que a entidade enfrentou greve e atrasos de salário.

“Nós pegamos ele caído e entregamos em pé, arrumado, com várias alas novas, reformado e com questão de funcionários em dia. Esse é a maior recompensa com relação ao tempo em que permanecemos no hospital”, destacou.