Tão ruim quanto a falsa humildade é abusar da autopromoção. Há gente competente que gera antipatia gratuita por exagerar nos autoelogios. Para exemplificar, qual seria sua reação se um palestrante tivesse uma hora para discorrer sobre um tema e usasse metade desse tempo para falar de si, ou quando, em um livro, o autor exaltasse os próprios feitos em quase todas as páginas?
É claro que ter boas referências ou notoriedade é positivo e ajuda a conquistar a admiração das pessoas, além de aumentar o poder da argumentação. No entanto, é preciso tomar cuidado para que o tiro não saia pela culatra. Sua mensagem deveria ter uma relevância maior que você – a carta é mais importante que o carteiro.
Nesse sentido, é preciso diferenciar a arrogância da autoconfiança. Alguém que, de fato, confia em si mesmo reconhece ter pontos fracos e consegue aceitar críticas construtivas. Aliás, saber assumir erros ou descrever situações em que poderia ter feito algo de maneira mais adequada é sinal de que a pessoa tem autocrítica, que é intelectualmente honesta e que consegue aprender com os próprios erros.
Por isso, é essencial saber destacar suas realizações relevantes no contexto correto: uma reunião de apresentação de projetos; um pedido de demonstração; uma pergunta sobre seus atributos ou qualquer outra situação em que você seja convidado a falar sobre sua expertise.
Resumindo: seja respeitoso, aceite críticas justas e, ao mesmo tempo, demonstre confiança naquilo que faz para conquistar autoridade moral e ser cada vez mais respeitado. O elogio fica muito melhor quando vem da boca de outra pessoa.
* Consultor em gestão de pessoas há mais de 25 anos e autor do recém-lançado “Gente que Convence – Como Potencializar seus Talentos, Ideias, Serviços e Produtos”, pela Editora Planeta.