(à sensibilidade do querido amigo Simeão Sobral pelo seu primeiro centenário!…)
Na varanda ensolarada o silêncio matinal
afaga a coreografia da borboleta
inesperada. Ela sobrevoa as jardineiras
vai parando aqui e ali sem pressa
vai beijando flores e mais flores
sem se preocupar com as cores.
A tranquilidade dessa borboleta
me leva a algumas reflexões
sobre o progresso das comunicações
que agora tanto mexe com a vida das pessoas.
Vivo longe muito longe das redes sociais…
Misantropia? Não sei.
Só sei que não existo no mundo das redes.
Minha rede é de pano e pano forte
armada no sossego da varanda
e quando balança os ganchos cantam baixinho
trincando o silêncio da tarde
e eu me ponho a sonhar.
A borboleta sabe disso
e nós nos entendemos.