O escritor angatubense Élcio Mário Pinto lança, na noite do dia 19, seu 38º livro. Intitulado “Correianos – A Corrida das Correias”, o trabalho é descrito como uma homenagem à ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), mas vai além.
Segundo o próprio autor, a obra consiste em uma ação de defesa do patrimônio nacional. É um resgate de memória, a partir de fatos vivenciados pelo escritor. Élcio teve a vida interligada pela atividade dos Correios – a mulher trabalhou na empresa e o pai do afilhado, também vivenciou esse “mundo”.
A vontade de escrever sobre a ECT é antiga. “Pensando na admiração que sempre tive pelos Correios, diria que começou na adolescência”, iniciou o escritor.
Contudo, Élcio conta que passou a concretizar a iniciativa em 2016. “Posso dizer que, desde minha primeira publicação, em 2013, desejava homenagear os Correios do Brasil”.
Segundo ele, a certeza veio depois do lançamento de outro livro, “Clareando”, em Itaporanga, estado de São Paulo. Itaporanga é a terra do pai do ilustrador do livro, Caique Ferraz.
O jovem completará 16 anos no dia do lançamento da obra, com início às 19h. A apresentação oficial acontece na rua Sebastião Pires Pinto, na vizinha cidade de Sorocaba, residência de um casal de amigos do escritor, sendo a mulher funcionária dos Correios.
A relação do autor com o tema remonta à infância. De 1977 até 1984, Élcio estudou em Angatuba. Ele frequentou a Escola Estadual “Ivens Vieira”.
“O caminho que fazia para chegar à escola, todo final de dia, também passava em frente à agência dos Correios. Nela, trabalhava o Celsinho, amigo e conterrâneo”, recorda-se.
“Passar por ali, ver aquele luminoso, postar correspondências e aprender a enviar um telegrama, tudo isso me fez alimentar os sentimentos de admiração pelo pessoal que trabalhava: carteiros e administração”, acrescenta.
Do sentimento para a escrita, “foi questão de inspiração” e tempo. O livro demorou um ano para ser editado e resulta em uma campanha pró-Correios. “Ofereço à empresa e a todos os funcionários esta homenagem, valorizando-os pela comunicação. Afinal, esta é a bandeira do trabalho realizado”.
A produção envolveu a organização de materiais, revisão, inserção de imagens, confecção de capa e efeitos e, principalmente, entrevista e pesquisa histórica.
O livro está estruturado em quatro partes, sendo a primeira “Pensamento, poema, dedicatória, agradecimentos e homenagem”. A segunda contém participação especial do poeta Córdoba Jr., que tem histórico de trabalho junto aos Correios, além da introdução e apresentação a cargo do próprio autor.
“Correianos” segue com conto principal (a parte central da publicação) e o histórico dos Correios. Há, ainda, dois apêndices (com entrevista e memórias) e um anexo, este contendo histórico dos serviços dos correios pelo mundo.
O livro de contos destina-se ao público infantojuvenil, uma vez que trata do histórico da ECT. “Tenho certeza, também os adultos gostarão”, enfatiza o escritor.
Élcio ressalta, ainda, que os “correianos atuais sentir-se-ão retratados e homenageados”. O autor apresenta o livro como sendo do gênero ficção, a partir do conto principal. “Mas, como gosto de unir história à ficção, acrescento ao conto a pesquisa histórica e a participação direta de diversas pessoas”, aponta.
A obra possui 116 páginas, organizadas de modo que a leitura seja “convidativa e prazerosa”. Segundo o autor, a produção focou em diversas direções: começando pela entrevista, pesquisa histórica e o conto principal, que é ficcional.
“Como de costume, deixo que a imaginação conduza à escrita. Como diz o poeta Sergio Diniz, faço-me como uma ‘antena parabólica’ para captar o que o universo quer me enviar. E, assim, as palavras ‘dançam’ comigo, como fazem com a criança que está aprendendo a ler e a escrever. É assim que produzo”.
Neste novo trabalho, Élcio aborda as lembranças da ECT de Angatuba, mas não só ela. “Faço um destaque para a agência dos Correios de Angatuba, mas dedico o livro aos Correios do Brasil como um todo. Então, a homenagem é geral, porque quer alcançar todos os funcionários dos Correios”, acentua.
Já as ilustrações são parte de uma parceria iniciada em 2013. De lá para cá, todos os livros do escritor contam com traços de Caique Ferraz. Em “Correianos”, o jovem – que é afilhado de Élcio – idealizou as imagens a partir da escrita.
“Às vezes, dizia do que gostaria. Também Adriana Rocha, minha esposa e apoiadora cultural, participou, sugerindo e orientando. Caique, então, lendo o conteúdo e ouvindo nossas sugestões, construiu as imagens”, descreve o autor.
Para Élcio, o mais importante de “Correianos” é que ele apresenta a comunicação desde o início da história humana. “Enfim, digo ao leitor: venha conhecer o mundo dos ‘Correianos’, o povo que criou a comunicação entre os povos e que se define, pensando, realizando e vivendo a partir do coletivo, do grupal, do conjunto da sociedade humana”, salienta.