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Sala de aula não atingida diretamente pelas chamas será reformada; apenas telhado ficou comprometido
Laudo preparado por engenheiros da Prefeitura e pela DC (Defesa Civil) aponta que o prédio da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) “José Galvão Sobrinho” não está totalmente comprometido. A unidade, localizada no Jardim Tóquio, havia sido danificada por conta de incêndio, no dia 30 de dezembro.
O caso está sob investigação da Polícia Civil. Na ocasião, o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, considerou a ocorrência como crime. Ele afirmou que haveria indícios de ação de criminosos, uma vez que o prédio sofreu outros danos físicos, mas não teve equipamentos de valor levados.
Divulgado pelo prefeito na sexta-feira da semana passada, 9, o resultado do levantamento apontou comprometimento somente na laje da sala atingida pelo fogo. Manu explicou que as paredes de sustentação não foram afetadas.
“Vamos ter de trocar a laje e o telhado. Será preciso fazer um reforço na estrutura lateral, mas não será necessário o prédio ir ao chão”, disse ele. Preliminarmente, o prefeito havia dito que seria preciso demolir o prédio em função dos danos. Na semana passada, afirmou que 50% seriam aproveitados.
“Os outros 50% não vamos precisar refazer. Teremos de reconstruir, usar as paredes e reforçá-las para que todo o telhado possa ser feito novamente”, emendou. As obras incluirão, ainda, a recuperação da rede elétrica e uma repintura.
Manu recebeu o laudo da equipe técnica da Prefeitura no início da semana passada. Desde então, passou a discutir o início das obras de recuperação.
“Temos a possibilidade de fazermos isso emergencialmente. Creio que poderemos concluir todas as recuperações em fevereiro, ou, no máximo, em março”, falou.
Ainda segundo ele, o tempo de conclusão vai depender do clima. Conforme o prefeito, janeiro é um mês considerado chuvoso (apesar de a incidência de precipitação ter ficado abaixo dos últimos anos). “Também temos que contar com esse atraso, que, se houver, será por conta de um fenômeno natural”, considerou.
A secretária municipal da Educação, Cultura e Turismo, Ângela Sartori, declarou que o Executivo ainda não havia adotado nenhuma providência (no sentido de recuperação da unidade) até a emissão de parecer técnico.
“Nós até tínhamos em mente o que deveríamos fazer. Porém, nos resguardamos, porque precisávamos ter um laudo a respeito da situação”, comentou.
Ângela lamentou o ocorrido com a unidade de ensino e disse que toda a comunidade escolar ficou “muito triste”. “Todos nós pudemos observar o que aconteceu, mas as equipes da engenharia e da Defesa Civil é que analisaram a dimensão do nosso prejuízo, da nossa perca, que não foi pouca”, falou.
Conforme ela, a preocupação da secretaria era de que o prédio precisasse ser demolido completamente. A titular confirmou a informação repassada pelo prefeito e disse que apenas o telhado de uma das salas foi condenado e precisará ser refeito.
Além do espaço, outros ambientes do primeiro prédio precisarão passar por recuperação. Conforme a secretária, o segundo prédio que compõe a unidade também registrou prejuízos. Ângela explicou que o calor do fogo estourou vidros do segundo prédio, retorceu portas e janelas e danificou a pintura.
O fogo atingiu outras duas salas do primeiro prédio, danificando a rede elétrica e hidráulica. A fumaça também fez com que materiais tivessem de ser descartados.
As obras de recuperação do prédio atingido pelas chamas ainda não tiveram início. Já no segundo, o Executivo providenciou os reparos nas janelas e nas portas.
“Nós estávamos aguardando o parecer técnico, mas já enviamos para a Prefeitura o pedido de recuperação. Não sei se vamos fazer licitação ou carta-convite, mas entramos com pedido emergencial de obras”, relatou Ângela.
A previsão é de que os reparos possam começar ainda nesta semana. Entretanto, Ângela afirmou que os engenheiros avaliaram não ser possível concluir os trabalhos até a retomada do ano letivo. As aulas começam no dia 2 de fevereiro.
“Infelizmente, não será possível, porque os danos foram muito grandes. Porém, já estamos adequando espaços na mesma escola para que as crianças não sejam prejudicadas. Vamos conseguir atender a todas”, antecipou.
O plano da pasta é ocupar emergencialmente espaços como sala dos professores, para que os alunos não fiquem sem assistir aulas. Apesar de a secretária enfatizar que os ambientes “farão falta”, eles devem ser utilizados provisoriamente. “Numa situação dessas, é preciso adaptar”, destacou.
Também conforme a secretária, a adaptação deve priorizar a “qualidade do atendimento e do ensino”. Ângela afirmou que a preocupação inicial dela era de atender os alunos com qualidade.
“Se não tivéssemos condições de atender bem, nós teríamos de verificar outro local ou, até mesmo, ter um atraso no calendário escolar, para garantir conforto aos nossos alunos”, disse.
O Executivo ainda não tem orçamento fechado do montante que deverá ser gasto para a recuperação da unidade. Segundo Ângela, os valores não estão fechados porque a Prefeitura terá custos com materiais de construção e escolares.
“Como pode ser observado nas fotografias, nós perdemos tudo”, argumentou a secretária. Em função disso, a Prefeitura terá de fazer aquisições de novas carteiras, cadeiras, materiais escolares, instrumentos musicais e kimonos que estavam sendo utilizados para aulas de educação física.
A secretaria também precisará repor equipamentos danificados pelas chamas, como televisores e rádios. O total de itens será definido nos próximos dias. Ângela afirmou que tudo deve ser adquirido antes do início das aulas.
No total, 400 estudantes frequentam a unidade, que atende a crianças do 1º ao 5º ano (primeiro ciclo do ensino fundamental). “A escola é grande, e isso nos entristeceu mais ainda, porque os danos prejudicam muita gente”, disse a secretária.
Conforme ela, a unidade deve ser uma das primeiras a receber monitoramento. O projeto de implantação de uma central que vai abranger “todos os prédios da Educação” foi antecipado pelo prefeito a O Progresso no início do mês.
Na ocasião, Manu relatou que a Prefeitura passará a monitorar, por meio de câmeras, todo o entorno das unidades de ensino. A vigilância ficará a cargo da GCM (Guarda Civil Municipal), com a conclusão do sistema até o mês de abril.
“Vamos priorizar a unidade, mas o que aconteceu nela poderia ter acontecido em todas as outras. É uma situação que não é comum. Às vezes, eu chego até a pensar que isso não foi só um ato de vandalismo”, concluiu a secretária.
O incêndio
A unidade teve uma sala consumida por chamas no início da noite da antevéspera do Ano-Novo. Conforme a Prefeitura, outras salas também apresentaram danos.
Localizada no Jardim Tóquio, a escola registrou perda de itens escolares e equipamentos multimídia e esportivos. O fogo que atingiu o cômodo também danificou a estrutura.
As perdas materiais incluíram 110 quimonos usados nas aulas de judô (no valor aproximado de R$ 7.000), 60 instrumentos musicais, entre flautas, teclado e de percussão usados pela fanfarra (R$ 10 mil), além de uma TV de 40 polegadas, um DVD player e material das aulas de artesanato e da sala de uso multimídia.
Segundo a Prefeitura, criminosos teriam danificado o prédio após invadi-lo pela secretaria. Eles teriam arrancado um vidro e pegado as chaves dos outros cômodos. Na sequência, teriam revirado os históricos escolares e destruído armários.
O Corpo de Bombeiros recebeu o chamado para controlar o incêndio por volta das 18h20. Peritos do IC (Instituto de Criminalística), da Polícia Civil, estiveram no local após o trabalho de rescaldo. De acordo com o Executivo, os bandidos teriam entrado no prédio durante a troca de turno dos vigias.
A Prefeitura trabalha com a hipótese de incêndio criminoso por conta de indícios de invasão (danos na janela e a falta das chaves das outras salas).
Também conforme o prefeito, apesar de alguns cômodos terem sido revirados, nenhum bem foi levado da unidade, aumentando as suspeitas de crime.
Manu vistoriou a unidade na manhã do dia 31 de dezembro, quando conversou com a diretora da escola. Na ocasião, também divulgou que o Executivo iniciou, a partir deste mês, a implantação de um sistema de monitoramento de todas as unidades escolares. O Executivo concluiu o processo de licitação para contratação de empresa especializada no dia 23 de dezembro.