Entrevista anual





Tradicionalmente, o jornal O Progresso promove, em janeiro, uma entrevista com o prefeito – já há várias gestões – de forma que os fatos e ações mais significativos do ano anterior possam ser revistos e, eventualmente, sirvam de parâmetros para a população avaliar a administração.

Em 2016, contudo, esse apanhado anual, efetivado na forma de “pingue-pongue” (pergunta e resposta), ganha outro caráter, naturalmente porque as movimentações políticas visando às próximas eleições já estão em pleno andamento.

Por conta disso, as próprias questões deixam de focar somente o ano anterior, buscando observar maior amplitude, partindo já de algumas “promessas eleitorais” – no caso, projetos contidos no programa de governo do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, divulgados a partir da campanha eleitoral.

Óbvio que o mandato ainda se estenderá por mais um ano, período no qual muita coisa pode e deve acontecer. Entretanto, isto não impede que, mesmo agora, seja possível um considerável balanço da atual administração.

Outro aspecto pertinente da entrevista, ainda com relação ao futuro político do município, é que o prefeito Manu, respeitando a agenda partidária, não pode se antecipar formalmente a uma possível candidatura à reeleição, mas tampouco a nega.

Portanto, tudo o que o prefeito e a atual administração relembram, declaram, justificam, anunciam, prometem e realizam já passa a ter peso muito maior, até porque, certamente, será subsídio para a campanha – contra e a favor.

Diante disso – e entre inúmeros temas que poderiam ser abordados -, o jornal optou por destacar alguns dos que mais alcançaram repercussão nos últimos anos – além, claro, dos que sempre importam à população.

Assim, a reportagem começa por lembrar a promessa de “choque de gestão”, palavra-chave do discurso de posse do prefeito. Também é lembrada a polêmica em torno das dívidas deixadas pela administração anterior, as quais tiveram números bastante discrepantes, divulgados por ambas as partes.

Outro tema relevante, lembrado pela reportagem, envolve o polêmico IPTU do ano de 2014, quando houve um real desgaste político na atual administração por conta do grande aumento desse imposto, considerado muito acima da inflação.

Ainda na área da economia, está abordado o Orçamento municipal, neste ano estimado em R$ 345,4 milhões. Em 2015, a lei orçamentária havia sido definida em R$ 320,7 milhões e, posteriormente, devido à crise, rebaixada em torno de 10%.

Assim, a questão importante é saber como a Prefeitura pretende enfrentar a possibilidade de nova queda na arrecadação – isso em ano eleitoral e sem comprometer a qualidade dos serviços públicos.

Em 2015, a maior discussão política, que rendeu polêmica entre o Executivo e o Legislativo, envolveu a revisão da lei de zoneamento para a viabilização de um shopping na cidade.

Agora que foi viabilizada a edificação desse centro comercial – ao menos a partir das exigências pré-estabelecidas pelos investidores -, a reportagem questiona se o prefeito crê mesmo na concretização do projeto e qual a importância que ele atribui ao empreendimento para a cidade.

Na sequência, são abordadas as sempre fundamentais áreas da Educação e da Saúde, sempre as que demandam mais recursos, tais como costumam gerar os maiores desafios. Quais seriam os maiores êxitos e os maiores problemas nesses setores.

As áreas da cultura e turismo não ficam de fora, com destaque para o sucesso da Festa do Doce e o projeto ainda não concretizado de tematização da cidade como Capital da Música.

Na segurança pública, as ações que mais repercutiram foram centradas na chamada “cerca eletrônica” e no monitoramento das escolas. Essas iniciativas são observadas pelo ponto de vista dos investimentos.

Também aspectos da infraestrutura são lembrados, como o anel viário e o parque linear do ribeirão Manduca, entre outros.

Ainda, a reportagem convida o prefeito a realizar uma autocrítica, indicando o que ele entende ter como seus maiores erros e acertos. E, encerrando, busca indicações acerca das próximas movimentações e projetos políticos do atual gestor.

Embora sem qualquer afetação desmedida, o jornal busca, com este “balanço de mandato”, já começar a prestar sua contribuição ao eleitor, o qual será chamado, logo, a decidir, mais uma vez, os rumos da Cidade Ternura. Neste caminho, quanto mais informação – e atenção! – melhor.