Aqui, Ali, Acolá
José Ortiz de Camargo Neto *
Mal dezembro bate à porta, e já se pode sentir no ar o espírito mágico do Natal. Que os mais invejosos rebaixam, coitados, sem alcançar o encanto sobrenatural, divino, desta data magna da Humanidade.
O que está no ar não é algo material, que se perceba com os cinco sentidos. É o fascínio de algo muito além, deslumbrante.
Algo que não está somente nas cidades engalanadas pelo mundo afora. Nem nas fileiras de luzes coloridas piscando alegremente pelas árvores e janelas. Nem nas lojas e shoppings enfeitados.
É uma outra coisa, um outro mistério, que surge mansamente dentro de nós….
Talvez o Pinheirão, testemunho vivo desta data, seja seu maior esclarecimento. É só ouvi-lo, como fazia Bilac, o poeta que disse: “só quem ama tem ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas”.
Quem contempla desse modo o gigantesco pinheiro tatuiano, pode ouvir o ano inteiro, mas muito mais agora, a mensagem silenciosa ele dá, através de seus belos ramos, estendidos como braços abertos no Jardim da Santa. Ele é a presença marcante e concreta da mudança que irrompe em nós, à medida que o Natal se aproxima. Podemos senti-la no semblante das pessoas, mas sobretudo dentro de nós mesmos.
Muitos pensam nas viagens, às vezes longas, para ver familiares queridos. Outros se perguntam: que presente comprarei para o meu velho pai? Que lembrança darei à minha mãe? Com que brinquedo presentearei meus filhinhos? E pouco a pouco o afeto vai tomando conta dos corações. Esquecemos as correrias do dia a dia e nos voltamos para a única coisa que realmente importa neste mundo: o amor.
O amor de Cristo veio trazer docemente ao mundo, deixando-nos um único mandamento que resume todas as leis e todos os profetas: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
É o seu nascimento, é a sua vida, que comemoramos em dezembro.
Então termino desejando a todos um Feliz Natal. Comemorem bastante, com todos os seus entes queridos, esta data que assinala a presença, entre nós, do maior homem que já passou por este planeta, cujo nome quer dizer: “Deus conosco”.
Até breve.
* Jornalista e escritor tatuiano.
