Encomendas e campanha visando í  Páscoa são intensificadas na cidade





A um mês da celebração da Páscoa (comemorada no dia 27 de março), encomendas para vendas de ovos caseiros estão em ritmo acelerado em Tatuí. É o que confirma Jhenifer Motta Junior, que trabalha com produção de doces.

Na mesma toada, Circe Machado Bastos iniciou, neste mês, campanha de arrecadação de chocolate. Conhecida pelo trabalho voluntário, ela promove a distribuição de ovos de Páscoa a crianças carentes do município, a partir de colaborações.

As duas iniciaram os trabalhos – cada uma com objetivo distinto – em fevereiro. De olho nas vendas, Jhenifer aposta no aquecimento do mercado com novidades.

Considerada “novata” no ramo de ovos de Páscoa, a doceira inovou: tem como carro-chefe um doce acompanhado de cerveja. “Começamos a produzir ovos de Páscoa neste ano”, comentou. A entrada no ramo veio a pedido da própria clientela.

Jhenifer comercializa trufas, cones trufados e outros produtos por meio de negócio próprio. “As pessoas pediam muito e, atualmente, se nós não atendermos à demanda, podemos perder uma boa oportunidade”, declarou a empresária.

Há duas semanas, a doceira começou a receber as primeiras encomendas do ano. Em função da resposta positiva, Jhenifer informou que os pedidos podem ser feitos até o dia da Páscoa. Até agora, o maior número de encomendas envolvia os ovos caseiros com 500 gramas.

A gama de produtos inclui ovos de Páscoa de colher (com recheio mole e de sabores variados), trufados, com temas à escolha do cliente (mais recomendado para crianças) e uma novidade: o ovo com “recheio de cerveja”. Essa variação acompanha uma lata (de marca conhecida) e bombons.

O produto tem sido o mais procurado entre os clientes da doceira. Jhenifer já registra encomendas em Tatuí e em cidades da região, como Itu. As vendas são potencializadas por meio de aplicativos de celular e da internet, os quais respondem por 80% do volume das encomendas.

A doceira explicou que o custo varia conforme o pedido, personalização e o tipo de chocolate. O mais pedido é o meio amargo, o qual deve ser base para a produção dos “ovos reservas”. “Na verdade, deixamos uma boa quantidade pronta, porque, no dia da Páscoa, é uma confusão. Todo mundo quer”.

Também por meio do telefone, Circe aceita ajuda para ação que desenvolve há mais de duas décadas. Neste ano, ela pretende dar continuidade à campanha de distribuição de ovos de Páscoa para crianças carentes.

“Estou com vontade, mas não sei se será possível”, antecipou a voluntária. A preocupação é que, por conta da crise financeira nacional, não haja doações suficientes para atender ao número mínimo de crianças a serem beneficiadas. Circe pretende distribuir, pelo menos, 300 ovos de Páscoa no mês que vem.

Para isso, já iniciou a coleta dos produtos. Contudo, ela não deverá contar com apoio de empresas privadas. Até o ano passado, a voluntária recebia ajuda de uma indústria local, quando conseguiu levantar fundos para aquisição de ovos.

A intenção inicial era de beneficiar 300 crianças. Com o recurso e uma pesquisa de preços, Circe conseguiu cotar ovos menores (de 300 gramas), mas mais em conta. “Consegui comprar 850 num tamanho bom. Além disso, para a criança, não importa o tamanho, o importante é ganhar”, comentou.

Também por conta de outro fator (a saúde), Circe continuou com a mesma estratégia do ano passado. Ao contrário dos anos anteriores, ela não vai arrecadar barras de chocolate para confecção dos ovos. “Não tenho mais quem faça para mim. A moça que me ajudava, até 2014, não pode mais”, explicou.

Por esse motivo, a voluntária recebe somente ovos prontos. “Já comecei a aceitar ajuda. O problema é que, até o momento, ninguém fez doação”, informou.

As colaborações podem ser feitas até o dia 15 de março e agendadas por meio do telefone 3259-7214. “Quem não puder trazer até minha residência pode informar o endereço, que nós damos um jeito de retirar as doações”, disse Circe.

A esperança da voluntária é que, com a publicação da reportagem, aconteça o mesmo que houve no Natal. “No fim do ano passado, eu pensei que não teria brinquedo para doar. O Progresso publicou e choveu brinquedo. Tomara que isso se repita nessa Páscoa, com os ovos, para alegria das crianças”, falou.

Circe também espera se recuperar melhor de um problema de saúde, para poder prosseguir com a iniciativa. Recentemente, ela sofreu um acidente doméstico (caiu por três vezes) e passou a ficar com dores severas na coluna vertebral.

“Precisei tomar morfina, mas não estava adiantando. Voltei no médico, e ele mandou fazer todos os exames. Na ressonância, deu que fraturei duas vértebras”, contou.

A voluntária está usando um colete por recomendação médica, mas disse que isso não será empecilho para a realização da campanha. Circe vai pessoalmente distribuir os ovos. A ação acontece em parceria com o marido dela, José Carlos Bastos. “Ele e os colaboradores são meus anjos da guarda”, citou.

Caso atinja a cota desejada, Circe deve fazer a entrega, acompanhada do marido, a crianças dos bairros Jardim Thomaz Guedes e Santa Rita de Cássia.