O número de empregos formais de Tatuí fechou com saldo positivo de 256 novas vagas em 2018, conforme o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados foram divulgados na quarta-feira, 23, pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia.
No decorrer de 2018, as admissões superaram as demissões, sendo 8.869 efetivações com carteira assinada contra 8.613 desligamentos, o que representa variação de 1,03% nos 4.774 estabelecimentos consultados. O número de empregos formais, em 1o de janeiro, era de 24.923.
Conforme o mediador de negociações coletivas da Agência Regional do Ministério do Trabalho, Antônio Carlos de Moraes, os números mostram uma leve recuperação na economia, já que este é o primeiro saldo anual positivo desde 2013, quando houve geração de 292 vagas de empregos formais.
“Eu gostaria que nós tivéssemos voltado a patamares de anos muito anteriores, mas, devido à conjuntura do país e da própria economia, considero como um bom resultado. Estabilizou o número de demissões, isso significa que existe uma possibilidade de crescimento muito maior neste ano”, avaliou o mediador.
Em 2014, a cidade amargou queda de 881 postos de trabalho; no ano seguinte, o número foi menos expressivo, mas, ainda assim, foram 719 vagas a menos. Em 2016, o Caged registrou a pior variação, com déficit de 902 postos. Por sua vez, em 2017, acabaram sendo somadas 389 vagas no vermelho.
Segundo os dados do órgão federal, Tatuí obteve saldo positivo em oito dos 12 meses de 2018. O ano começou com saldo negativo de 11 vagas, mas, já no mês de fevereiro, registrou o melhor resultado do ano, com crescimento de 300 novas ocupações formais.
A variação positiva continuou em março, fechando o mês com 23 novos postos, e em abril, com 70 novas contratações. No entanto, voltou a cair, em maio, com menos 40 vagas, e junho, quando teve o pior resultado do ano, com o fechamento de 226 postos de trabalho.
De julho a novembro, os saldos voltaram a ficar positivos e se mantiveram em alta, com 31 empregos a mais em julho, 12 em agosto, 239 em setembro (segundo melhor resultado do ano), 38 em outubro e 46 em novembro.
Moraes aponta que, em dezembro, em decorrência da sazonalidade negativa do mês, o mercado formal teve retração. Cinco das oito atividades econômicas sofreram queda, o que totalizou 219 vagas a menos no último mês do ano. O resultado veio de 507 contratações para 726 desligamentos.
A indústria de transformação foi responsável por 54,3% do saldo negativo do mês, com o fechamento de cem postos de trabalho no mercado formal. Nos 330 estabelecimentos do setor, foram contabilizadas 205 demissões para 105 admissões.
O pior desempenho ocorreu no subsetor da indústria de produtos minerais não metálicos, responsável por 20% das demissões, com déficit de 41 vagas, seguido da indústria do material de transporte, que fechou 30 postos de trabalho.
Para o mediador, a baixa no setor foi “atípica”. Ele destaca que, geralmente, no final do ano, a queda maior acontece no comércio, com a demissão dos funcionários temporários, mas que, neste ano, a contratação por prazo determinado também atingiu as empresas.
“Tem muitas empresas que tinham feito contratos de três meses e haviam prorrogado por mais três. Acredito que esta questão da queda tenha sido pelo encerramento desses contratos de trabalho. Empresas como a Rontan fizeram muitos contratos neste sentido”, argumentou Moraes.
O desempenho do setor ficou em baixa em todo o país no mês de dezembro. As estatísticas do órgão do Ministério do Trabalho apontam fechamento de 118.053 vagas no território nacional. Na microrregião, foram extintas 848 vagas no ano passado. Já no estado, o desemprego do setor atingiu 36.335 pessoas.
No acumulado do ano, o saldo é positivo para a indústria de transformação de Tatuí (mais 89) e na microrregião (462). Contudo, ela teve queda no estado, com menos 3.266 postos, e na totalização do país, com o fechamento de 2.599 vagas.
O setor de serviços teve o segundo pior desempenho do mês de dezembro, com saldo negativo de 68 vagas. O resultado vem do encerramento de 204 contratos formais, frente a 136 novas contratações entre os 1.973 estabelecimentos pesquisados.
Entre os subsetores, o ensino foi o mais prejudicado, com 29 desligamentos e nenhuma contratação no último mês do ano. Os serviços de alojamentos, manutenção, reparação e redação fecharam 20 vagas, e os serviços de transporte e comunicação tiveram déficit de 16 postos.
A queda nas contrações do setor de serviços também atingiu a microrregião de Tatuí, que fechou o mês com saldo negativo de 157 vagas. O estado teve menos 45.590 postos de trabalho e o país, menos 117.411 no setor.
Na totalização dos 12 meses, o saldo ficou em baixa em Tatuí (menos 62) e na microrregião (menos 391). Contudo, a variação absoluta entre admissões e desligamentos no país alcançou 340.683 novas vagas.
A agropecuária obteve o terceiro pior desempenho no mês, contabilizando déficit de 47 postos de trabalho. O setor, que conta com 440 estabelecimentos cadastrados, somou 41 novos funcionários, mas, em contrapartida, demitiu 88.
Conforme o mediador, a entressafra agrícola é uma das responsáveis pela queda no setor. Ele explica que a atividade econômica mantém um quadro fixo de funcionários, mas a contratação e a demissão dependem do período de produção e das estações do ano.
“A contratação no setor é sazonal, mas mantém saldo positivo. Em Tatuí, a maioria deste pessoal é contratado na apanha de frutas, principalmente, da laranja. Então, nos períodos de produção, as empresas contratam; na entressafra, eles acabam mandando embora e, depois, recontratam”, salientou.
Os números da agricultura, silvicultura, criação de animais, extrativismo vegetal e outros subsetores também ficaram no vermelho em todo o país (menos 47.629). Na região, foram 113 empregos a menos e, no estado, o déficit atingiu 13.942 vagas.
No acumulado do ano, o setor fechou no azul em Tatuí (mais seis vagas) e nas cidades da região (mais 181). Já no estado, obteve déficit de 8.742 postos de trabalho e na totalização do território nacional, foram 7.084 vagas a menos no setor.
A sazonalidade de dezembro refletiu-se ainda na construção civil. O setor fechou quatro postos de trabalho em Tatuí, resultado de 43 contratações para 47 desligamentos.
A variação negativa também atingiu o país (menos 51.576). Na microrregião, o déficit atingiu 86 vagas e no estado, 7.807.
O desempenho do mês não afetou o resultado positivo no acumulado do ano. A construção civil despontou como líder absoluta no ano passado em Tatuí, respondendo por 263 efetivações. O setor contabilizou 746 demissões e 483 demissões no município.
A totalização de janeiro a dezembro foi positiva no país (mais 5.223) e na microrregião (mais 187). Contudo, no estado, ficou negativa, com déficit de 1.207 vagas.
A extrativa mineral contabilizou uma demissão e também fechou no vermelho, já que não houve contratação no setor – o mesmo desempenho totalizado na região. Já no país, houve déficit de 1.031 postos de trabalho; no estado, foram 51 vagas a menos.
Nos 12 meses de 2018, a totalização ficou negativa no estado (menos 238), porém, fechou com variação positiva no país (mais 1.360). O desempenho ainda ficou no azul em Tatuí (mais 18), e na região (mais 16).
Na cidade, os setores da administração pública e serviços industriais e de utilidade pública mantiveram-se estáveis, sem registro de contratações e desligamentos no último mês do ano.
No Brasil, o déficit da administração pública atingiu 16.999 postos de trabalho em dezembro, sendo 87 a menos na região e 9.630 no estado.
O desempenho anual fechou em queda, com duas contratações para 31 desligamentos em Tatuí. No país, foram fechadas 5.921 vagas no setor, entre as quais, duas na microrregião e 5.479 no estado.
Já os serviços de utilidade pública mantiveram a mesma média na região, com uma contratação e uma demissão em dezembro. No estado, o déficit atingiu 83 vagas, sendo que, no Brasil, a totalização foi de 1.406 postos fechados.
De janeiro a dezembro, o saldo de empregos no setor de utilidade pública fechou no vermelho (menos dez), assim como na região (menos quatro). Já no estado, a variação entrou no azul, com mais 1.703 vagas, entre os 6.233 postos gerados no país.
A única atividade econômica a fechar o mês de dezembro no azul foi o comércio. Contudo, houve rotatividade. Conforme Moraes, mesmo com maior movimentação no final do ano, o setor totalizou a variação de apenas uma vaga a mais, com 182 admissões para 181 demissões.
Na microrregião, o comércio teve 22 novos funcionários no último mês do ano. No país, o desempenho do setor atingiu superávit de 19.643 postos, com 3.175 deles no estado paulista.
No acumulado de 2018, Tatuí perdeu 12 vagas de emprego formal no comércio, com a contração de 2.641 funcionários para 2.653 demissões. Na contramão do município, o país atingiu 83.183 novos postos de trabalho, 140 vagas a mais na região e 21.493 no estado.
Moraes ressalta que os números oscilam, mas a cidade vem mantendo uma média de contratações “dentro do aceitável”. Além disso, ele mantém as expectativas de melhora e assegura que haverá saldo positivo em quase todos os setores em 2019.
“Acredito que haja um pequeno saldo positivo já no mês de janeiro. A partir de fevereiro e março, acredito que possa ocorrer um número muito maior de admissões. Neste ano, mas em março, já que o Brasil diz começa a funcionar depois do Carnaval”, pontuou.
Ainda segundo o Ministério do Trabalho, para os próximos meses, a expectativa é de que o saldo de empregos volte a registrar crescimento em Tatuí e na região. “Se as expectativas se confirmarem, o setor de indústria deve dar uma guinada”, observa Moraes.
O setor que mais contribuiu em 2018 também deve continuar com saldos positivos em 2019. O mediador salienta que a construção civil deve continuar avançando, pela quantidade de construções iniciadas na cidade.