Da reportagem
Com 8.332 contratações e 6.951 demissões, o primeiro semestre do ano fechou com saldo positivo “recorde” de empregos em Tatuí, somando 1.381 novas vagas de trabalho. Os dados são do informativo mais recente do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
O número, divulgado pelo Ministério do Trabalho no dia 30 de julho, é duas vezes maior que o alcançado nos primeiros seis meses do ano passado, quando foram contabilizados 551 postos de trabalho, com carteira assinada – sendo 6.557 novas admissões para 6.006 desligamentos.
No período, os cinco setores analisados pelo governo federal (serviços, indústria, construção civil, comércio e agropecuária) obtiveram saldo líquido positivo, sendo dois deles (serviços e indústria) responsáveis por mais de 80% das novas vagas.
Na soma dos seis meses, o setor com melhor desempenho é o de serviços, com 583 novos postos de trabalho. O número obtido pela terceira principal atividade econômica do município representa 42,2% das novas vagas do semestre.
O saldo está dividido entre os subsetores: administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com mais 97 vagas; alojamento e alimentação (mais 201); informação, comunicação e atividades financeiras imobiliárias, profissionais e administrativas (mais 108); transportes, armazenagem e correio (mais 170); e serviços domésticos (menos oito).
Já o setor de indústria criou 558 postos de trabalho com carteira assinada nos seis meses – número que representa outros 40,4% do saldo líquido do período.
A segunda maior atividade econômica da cidade abrange os subsetores de água, esgoto, gestão de resíduos e descontaminação (mais 109); indústrias de transformação (mais 552); eletricidade e gás (menos três); e indústrias extrativas (menos um).
Na análise do órgão federal, ainda aparecem os setores da construção civil, com 168 novas vagas; comércio, com mais 40; e a agropecuária, com mais 32 novas vagas criadas entre janeiro e junho de 2024.
Em comparação com o resultado do primeiro semestre de 2023, houve aumento de mais de 150% na geração de emprego. No ano passado, 550 novos postos surgiram, oriundos de 162 vagas da indústria, 162 de serviços, 152 do comércio, 52 da construção civil e 22 da agropecuária.
Em seis meses, o saldo líquido de empregos do município já é 51% maior que o somado em 12 meses do ano passado. Entre janeiro e dezembro de 2023, foram geradas 915 vagas.
Junho
Somente no mês de junho, o município gerou 216 empregos com carteira assinada, resultado de 1.338 admissões e 1.122 demissões. Foram 90 novos empregos a mais que no sexto mês do ano passado.
No mês de junho deste ano, o setor que mais gerou emprego foi a indústria, com 137 vagas, seguido de construção civil (33), comércio (21), serviços (20) e agropecuária (cinco).
Na comparação mês a mês do saldo de empregos, ocorreram seis aumentos consecutivos de janeiro a junho, passando de 92 novas vagas em janeiro de 2023 para 327 no primeiro mês de 2024; de 253 para 372 em fevereiro; de 124 para 183 em março; de 69 para 249 em abril; de menos 113 para mais 34 em maio; e de 126 para 216 em junho.
O Caged registra as contratações e demissões ocorridas a cada mês, com base nas informações que as empresas são obrigadas a informar mensalmente.
De acordo com Hamilton Silva, diretor municipal do Desenvolvimento Econômico, o balanço positivo “reflete os esforços contínuos da administração em fomentar o crescimento econômico e a geração de emprego na cidade”.
Em junho deste ano, a cidade atingiu um estoque de 30.525 trabalhadores em vagas de emprego formais, o equivalente a 24,4% da população estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). “Tatuí vem construindo um novo período de desenvolvimento com a abertura econômica promovida pela administração municipal, com olhos voltados para os próximos 20 anos”, sustentou Silva.
E o diretor acrescentou: “Um crescimento dessa magnitude não acontece por acaso”. Para Silva, a economia global e nacional, a taxa de juros, o câmbio e outros fatores são determinantes para o aquecimento na área econômica.
“O município precisa estar atento a esses indicadores e fazer a ‘lição de casa’, proporcionando aos investidores uma praça com condições adequadas para a sua produção e escoamento”, acentuou o diretor.
Além disso, conforme Silva, condições como a qualidade da Saúde, da Educação, das rodovias, da infraestrutura, entre outras, podem ser decisivas quando as empresas procuram locais para se instalarem.
“Neste sentido, a administração municipal não tem poupado esforços em melhorar essas condições. As empresas têm observado tais avanços e os resultados estão sendo notados por todos”, afirmou o diretor.
Silva ainda apontou os números obtidos no primeiro semestre como expressivos, principalmente se comparados com os dados de outros municípios da RMS (Região Metropolitana de Sorocaba).
Conforme o Caged, até o mês de junho, Votorantim, com 127.923 habitantes, tinha um estoque de 21.610 trabalhadores formais, ou seja, 16,9% da população ocupada; em Itapetininga, os números são parecidos, com 157.790 moradores e 26,4% de ocupação (estoque de 41.586 formalizados); e, em Salto, dos 134.319 habitantes, 27,1% ocupavam postos de trabalho.
Para os próximos meses, a expectativa da administração é de novos saldos positivos no mercado de trabalho. Segundo Silva, pelo menos duas empresas já anunciaram expansão, o que pode representar mais de mil novas vagas de emprego.
“No início do ano, estávamos para perder a quarta fábrica da Marquespan para Contagem (MG. Um esforço envolvendo, inclusive, o governador do estado, Tarcísio de Freitas, fez com que essa unidade (já em construção) permanecesse em Tatuí”, informou o diretor, acrescentando que a Santista também está ampliando investimentos e contratações no município.
“Apenas entre essas duas empresas, teremos nos próximos meses mais de 1.500 novas vagas de emprego à disposição da população. Neste sentido, nossas expectativas são ótimas, considerando que as recentes obras de infraestrutura no município também têm gerado interesse de várias empresas em aqui se estabelecerem”, sustentou.
Conforme o diretor, o Núcleo de Desenvolvimento Econômico, criado pela atual administração, tem diversas ações visando manter a geração de empregos.
O Posto de Atendimento ao Trabalhador de Tatuí (PAT), localizado na praça Martinho Guedes, 12, é um dos setores que fazem parte do “núcleo”. O órgão municipal é voltado aos cidadãos em busca de recolocação no mercado e disponibiliza centenas de vagas em diferentes áreas.
Outra ação mantida pela prefeitura é a disponibilização de diversos cursos gratuitos de qualificação, por meio de convênios. “O esforço na atração de novos investimentos pertence à administração municipal, que envolve todas as secretarias neste sentido”, afirmou.
“O empresário é gerador de riquezas; aqui ele é tratado com o respeito e profissionalismo que merece. Nossa administração trabalha como um facilitador para que empresas venham e/ou permaneçam em Tatuí. A consequência de todo esse trabalho, lá na ponta, é a geração de novos empregos”, acrescentou o diretor.
Investimentos
Silva ainda apontou existirem investimentos, obras e leis fiscais previstas e em andamento para colaborar com a vinda e a instalação de novas empresas no município.
Entre as obras citadas, está a construção da nova ponte que ligará o Jardim Manoel de Abreu ao Jardim Lírio, interligando o anel viário (SP-127 e SP-129) com a rodovia SP-141. “A obra está em processo acelerado de construção e deve facilitar o acesso de caminhões para escoamento da produção”, indicou Silva.
Outra obra pensada para colaborar com o desenvolvimento econômico é uma avenida em construção entre o bairro vila Angélica e o Astória Industrial, “tão prejudicado e esquecido, com toda a infraestrutura necessária para escoamento da produção daquele bairro industrial”.
Outra medida voltada ao desenvolvimento econômico e geração de emprego é a flexibilização da Lei de Incentivo Fiscal, alterada para poder atender a outros tipos de negócios além das grandes empresas, tendo como contrapartida o aumento de produção para gerar mais empregos.
“Pelo menos quatro empresas grandes já estão em processo acelerado de instalação (entre elas, dois supermercados e uma empresa na área automotiva), e várias outras de porte médio também”, antecipou.
“O mercado se conversa, os empresários se comunicam. Hoje, Tatuí é um bom local para se investir, a partir de todos os esforços realizados nos mais variados setores da administração municipal”, comentou.
“O crescimento e o desenvolvimento que tanto queremos não se constrói da noite para o dia. Avançamos bastante e temos muito trabalho pela frente. Nossos olhares estão voltados para os próximos 5, 10, 20 anos”, concluiu o diretor.