Emprego formal volta a ganhar novas vagas

Tatuí registrou a abertura de 118 novos postos de trabalho com carteira assinada em fevereiro. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nesta segunda-feira, 25, pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

O saldo do segundo mês compensou o resultado do acumulado do ano, fazendo a conta fechar no azul com 87 novos empregos formais, já que, em janeiro, o Caged apontou o fechamento 31 postos.

Contudo, o resultado ainda é 60% menor que o saldo registrado em fevereiro do ano passado, quando houve crescimento de 300 novas ocupações formais em Tatuí.

De acordo com o mediador de negociações coletivas da agência regional do Ministério do Trabalho, Antonio Carlos de Morais, o saldo de empregos foi positivo em cinco dos oito setores econômicos analisados.

Ele destaca que o resultado se deve, principalmente, à melhora no desempenho da indústria de transformação, anteriormente prevista para o início deste ano. O setor gerou 95 postos de trabalho, resultado de 232 admissões e 137 demissões.

“Nós já prevíamos que houvesse melhora no setor a partir de fevereiro, devido ao atual cenário econômico e às expectativas de crescimento do mercado financeiro, com a eleição e a posse do novo presidente”, ressaltou.

O saldo foi positivo em dez dos 12 subsetores da atividade econômica, com a geração das 95 novas vagas, o que representa variação absoluta de 1,13%.

Ainda apresentaram melhora os setores de serviços e comércio, com saldo positivo de 20 postos de trabalho em cada atividade. Em janeiro, foram fechadas 16 e oito vagas respectivamente.

Já os serviços industriais e de utilidade pública totalizaram uma nova vaga com duas contratações e um desligamento. A administração pública permaneceu com saldo zerado.

Morais adiantou que, em março – apesar da expectativa de melhora -, pode haver pequena queda no setor. Para ele, as demissões que ocorreram na empresa Yazaki do Brasil (de mais de cem funcionários) podem refletir em pequena queda nos índices, principalmente na indústria de transformação.

Em contrapartida, no setor de construção civil, é previsto um salto, devido à retomada das construções no município.

“O que mais cria expectativa é o setor da construção. Se ele tiver um bom número de admissões, ele vai equilibrar o saldo, e é possível fechar este mês de março com números positivos”, observou.

A atividade agropecuária voltou a fechar o mês no vermelho, com fechamento de 12 postos em fevereiro, resultado de 61 contratações e 73 desligamentos. No mês anterior, o setor foi o que mais sofreu, apresentando saldo negativo de 41 empregos.

Conforme o mediador, nos próximos meses, o resultado não será diferente. Ele aponta que o setor da agropecuária deve apresentar saldo positivo apenas depois de maio.

“Antes disso é muito difícil. Geralmente, é a partir do meio do ano que eles começam a contratar para o início da plantação. Por enquanto, está no período de entressafra, e fica mais difícil para esta área de atuação”, acrescentou.

Em seguida, os setores de pior desempenho no município foram: construção civil (menos três vagas), extrativa mineral (menos três) e serviços industriais de utilidade pública (menos 2).

O Caged fornece informações sobre trabalhadores regidos pela CLT (Consolidações das Leis do Trabalho) e que possuem carteira assinada. O levantamento não leva em consideração funcionários públicos estatutários e trabalhadores na informalidade.

Na microrregião, seis das oito cidades fecharam o mês com saldo positivo. O melhor desempenho foi da cidade de Laranjal Paulista, com a criação de 218 vagas; Em seguida, vem a cidade de Boituva, com cem postos de trabalho.

Ainda tiveram saldo positivo: Cerquilho (mais 45), Pereiras (38), Porangaba (16) e Quadra (uma vaga). Já as cidades de Cesário Lange e Torre de Pedra tiveram o pior resultado, com menos 48 e menos 6 postos de trabalho, respectivamente.

No acumulado do ano, a região teve variação absoluta de 482 novos empregos formais, resultado de 2.680 admissões para 2.198 demissões.

No Brasil, o resultado também foi positivo. O país registrou a abertura de 173.139 novos postos de trabalho com carteira assinada em fevereiro. O saldo desse mês é o sexto melhor da série histórica do cadastro desde 1992.

Além disso, é o terceiro ano consecutivo de saldos positivos e crescentes após os anos de recessão, o que, conforme o Caged, reflete a recuperação do contingente de empregos celetistas desde 2017.

Em fevereiro, o estoque de empregos alcançou 38,6 milhões de postos de trabalho formais, aumento de 0,45% em relação ao mês anterior e de 1,51% em relação ao mesmo período do ano passado.

O saldo do mês é mais que o dobro do registrado em fevereiro de 2018, quando foram gerados 61.188 postos. Em janeiro, o saldo foi de 34.313. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o saldo de 2019 chega a 207,4 mil, superior em 68,4 mil ao do mesmo período de 2018 (139 mil) e em 130,9 mil ao de 2017 (76,4 mil).

Esse resultado representa crescimento de 49,2% na abertura de postos de trabalho, em relação ao acumulado do mesmo período de 2018, e de 171,2%, em relação ao de 2017.

O resultado de fevereiro de 2019 está relacionado, em boa parte, à maior geração de empregos nos setores da indústria de transformação e construção civil, nos quais a retomada do crescimento se mostrava mais lenta que nos setores de serviços e comércio.

No mês, o saldo de empregos foi positivo em sete dos oito setores econômicos, com destaque para o setor de serviços, que abriu 112.412 postos de trabalho e teve saldo positivo em todos os seis subsetores, com crescimento de 0,65%.

A indústria de transformação também foi destaque, com 33.472 novos postos formais, saldo positivo em 11 dos 12 subsetores e expansão de 0,46%.

Outros setores de destaque foram a administração pública, que registrou expansão de 1,34%, com geração de 11.395 postos no mês, e a construção civil, que criou 11.097 postos, com expansão de 0,56%.

Além deles, o setor do comércio registrou o primeiro saldo positivo para o mês de fevereiro desde 2015 (5.990 empregos) e teve expansão de 0,07%. O saldo foi negativo apenas na agropecuária, com redução de 3.077 postos de trabalho, em razão do período de entressafra.

Em relação ao mesmo mês do ano passado, todos os setores apresentaram saldos ainda mais positivos em fevereiro de 2019, com destaque para a construção civil, com aumento de 407,7% (11,0 mil contra menos 3.600); indústria de transformação, com aumento de 92,8% (33,4 mil contra 17,3 mil); e os serviços, com elevação de 70,5% (112,4 mil contra 65,9 mil).

Em âmbito regional, a melhora no emprego foi verificada em todas as regiões, com exceção do Nordeste. No Sudeste, a expansão foi de 0,51%, com a geração de 101.649 vagas formais. Na sequência, aparecem as regiões Sul (66.021), Centro-Oeste (14.316) e Norte (3.594). No Nordeste, o saldo foi negativo em 12.441 postos.

Entre os estados, os maiores saldos ocorreram em São Paulo (62.339), Minas Gerais (26.016), Santa Catarina (25.104), Rio Grande do Sul (22.463) e Paraná (18.254).

O maior recuo ocorreu em Pernambuco, influenciado pela queda sazonal do emprego na produção da cana-de-açúcar (menos 12.396 postos).

Os dados de fevereiro apontam saldo de 4.346 postos de trabalho na modalidade intermitente e 3.404 na modalidade parcial. As maiores gerações de vagas de trabalho intermitente ocorreram nos setores de serviços (2.311) e comércio (973).

Na indústria de transformação, foram geradas 656 vagas no mês. No parcial, também o setor de serviços foi destaque, com geração de 2.658 postos, seguido do comércio, que criou 424 vagas no mês.

Os acordos entre as partes propiciaram 19.030 desligamentos no mês de fevereiro. A maioria dos desligamentos (8.930) ocorreu no setor de serviços, seguido do comércio (4.722) e da indústria da transformação (3.305). Entre os estados, houve mais demissões por acordo em São Paulo (5.892), Paraná (2.273) e Rio Grande do Sul (1.739).

Ainda conforme o Caged, as ocupações de vendedor de comércio varejista (977), faxineiro (812) e auxiliar de escritório (681) foram as que tiveram mais acordos de desligamentos em fevereiro.