Emprego formal em Tatuí tem queda no mês de novembro

Penúltimo mês do ano registrou o fechamento de cem postos

PAT é responsável por pelo menos 50% das contratações
Da reportagem

Após ter saldo positivo no mês de outubro do ano passado, com a geração de 221 vagas, os empregos em Tatuí fecharam o mês de novembro com saldo negativo nas contratações formais. Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontam que houve a perda de cem postos de trabalho no décimo primeiro mês.

O órgão da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia divulgou o resultado na tarde de quinta-feira, 29 de dezembro. Os números referentes ao último mês do ano e com o balanço geral devem ser divulgados até o dia 30 de janeiro.

Conforme o cadastro, o município somou 889 admissões e 989 demissões em novembro. O saldo é 5,66% menor que no mesmo período de 2021, quando Tatuí somou 106 novas vagas.

No 11º mês, quatro dos cinco setores analisados pelo Caged perderam vagas. Segundo o levantamento, na estatística de novembro, o setor que teve melhor desempenho foi o do comércio, com a abertura de 46 novos postos. O saldo é resultado de 381 contratados para 335 desligados.

A atividade econômica é a terceira maior empregadora do município, concentrando 26,43% da mão de obra formal, com o estoque de 7.496 funcionários em novembro. Até o 11º mês, o Caged apontava 28.352 trabalhadores com carteira assinada – variação negativa de 0,29% em relação ao mês anterior.

Na análise entre os subsetores, o melhor resultado é o do comércio varejista, com a abertura de 96 novas (207 para 303), aumento de 68,42% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram abertas 57 vagas.

Porém, dois subsetores do comércio fecharam o mês com saldo negativo. No comércio por atacado, foram fechadas 43 vagas, com 49 admitidos e 92 demitidos, 42 a mais em relação a novembro de 2021, quando o saldo negativo foi de um posto.

No de reparação de veículos automotores e motocicletas, a perda foi de sete vagas, advindas de 29 admissões e 36 demissões. A variação negativa foi de 240% em relação ao mesmo período de 2021, quando o setor obteve cinco contratações.

O pior resultado de novembro foi o da indústria, com a fechamento de 65 postos. O saldo é resultado de 169 contratados para 234 desligados. A atividade econômica é a segunda maior empregadora do município, com o estoque de 8.670 funcionários formalizados em novembro.

Na análise entre os subsetores, o pior resultado é o da indústria de transformação, com a perda de 68 novas vagas (257 para 225) – com saldo negativo de 2166,66% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram fechadas três vagas.

O de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação obteve resultado positivo, com a abertura de cinco vagas, advindas de oito contratações e três desligamentos.

No subsetor indústria de extrativas, houve dois desligamentos, advindos de quatro admissões e seis demissões, com resultado negativo de 128,57%, em relação ao mesmo período de 2021, quando houve duas demissões.

O segundo pior resultado do mês de novembro foi da atividade agropecuária, a quarta maior empregadora de Tatuí, com 1.624 postos. Conforme o Caged, o setor demitiu 30 funcionários, advindos de 53 admissões e 83 demissões.

No mesmo período do ano passado, o saldo foi negativo em cinco demissões. A atividade econômica abrange agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.

O setor de serviços foi o terceiro com pior desempenho no 11º mês de 2022, com 29 perdas de postos – resultado de 253 contratações para 282 desligamentos.

Contudo, ele é o setor com maior empregabilidade do município, com o estoque de 9.684 funcionários formalizados em novembro. No comparativo com o mesmo período de 2021, o setor teve queda de 131,81% no número de contratações, que havia sido de 22.

Entre os subsetores, o com maior número de demissões foi o de serviços de transporte, armazenagem e correio, com saldo negativo de 48 postos, advindos de 48 admissões e 95 desligamentos.

O subsetor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais perdeu sete postos (61 para 68).

Já os subsetores que tiveram saldo positivo são: “outros serviços”, com 11 novos postos de trabalho (25-14); alojamento e alimentação, com dez contratações (46 para 36); informação, comunicação e atividades financeiras, com a abertura de quatro novas vagas (76 para 72); e serviços domésticos, com uma contratação (1 para 0).

O quarto lugar com saldo negativo ficou com o setor da construção civil. A atividade, que concentra 878 trabalhadores, perdeu 22 postos de trabalho formal, com 33 contratações e 55 desligamentos, com variação negativa de 184,61% em relação ao mês de novembro do ano anterior, quando o saldo foi de 26 contratações.

Na análise do saldo dos subsetores, o melhor resultado é de obras e infraestrutura, com a criação de quatro vagas, advindas de nove contratações e cinco desligamentos no mês de novembro. Porém, na área de construção de edifícios, foram fechadas 18 vagas, advindas de 11 admissões e 29 desligamentos.

O subsetor de serviços especializados para a construção aparece em seguida, com saldo negativo de oito vagas, advindas de 13 admissões para 21 demissões. No mesmo período de 2021, ele teve saldo positivo de oito contratações.

A O Progresso de Tatuí, a diretora do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), Fabiana Grechi, falou sobre os dados do Caged referentes à cidade em novembro.

“A queda nas contratações em novembro era prevista, principalmente no setor industrial, em função de ele ter antecipado sua contratação para os meses de agosto a outubro, para atender às demandas de final de ano, findando os contratos temporários e concedendo férias coletivas no período do Natal e Ano-Novo”, explicou.

Apesar do saldo negativo no 11º mês de 2022 do setor de serviços, Fabiana enfatizou que ele é um dos mais consolidados no munícipio e tende a se expandir com o aumento do número de abertura de CNPJs.

“Com o início do período chuvoso, é compreensível que o setor da construção civil tivesse queda dos postos de trabalho. Afinal, longas chuvas prejudicam o andamento dos serviços no segmento”, observou.

“No PAT, temos notado um aumento sensível do número de candidatos a pedreiro e ajudante-geral, que deverão conseguir uma vaga assim que diversas construções estiverem com obras internas, não prejudicadas pelo fator chuva”, ressaltou.

“Tatuí está em franco crescimento, assim como o Brasil, a partir do segundo semestre de 2022. Isso pode ser atribuído a uma somatória de fatores e ações que vêm sendo realizada há longo, médio e curto prazos”, apontou.

Entre as quais, ela cita o mapeamento de áreas disponíveis para instalação de novas empresas, a busca de parceiros e investidores para a abertura de novos negócios, desburocratização de procedimentos para abertura e operação de empresas.

Ela destacou que o PAT está passando por reformulação, com o intuito de torná-lo “mais dinâmico e efetivo”. “Outro ponto importante foi a adoção do atendimento individualizado e personalizado aos contratantes e a humanização do acolhimento à população”, mencionou Fabiana.

Para ela, os ganhos dos postos de trabalho no setor de comércio no 11º mês do ano passado eram esperados por conta do período natalino.

“A partir de outubro já havia a movimentação na contratação de mais pessoas para o comércio local. Muitas foram temporárias e com chances de efetivação. É possível e natural que haja uma leve retração em janeiro”, salientou.

Para o início de deste ano, Fabiana prevê a fase de incremento na produção industrial. “Espera-se que novos postos de trabalho sejam criados em Tatuí com a ampliação de algumas indústrias e implantação de novas”, acrescentou.

“Com os aumentos do consumo, mesmo que ainda numa velocidade baixa, temos visto a consolidação da retomada da atividade econômica tatuiana”, explanou.

Sobre o saldo negativo no setor da agropecuária, Fabiana justificou que, com a mecanização dos processos de plantio e colheita – destacando as colheitas de soja e cana-de-açúcar -, reduziu a contratação de mão de obra temporária.

“Ressalto que isso não representa de todo um saldo ruim, uma vez que um maior número de operadores de máquinas, tratores e implementos agrícolas tem sido contratado. A agricultura está cada vez mais usando ferramentas de tecnologia de ponta”, complementou.

“Outros aspectos são a rotatividade e a informalidade nas contratações de trabalhadores rurais, refletindo diretamente nessa flutuação do emprego formal do setor”, frisou.

“Trata-se do setor econômico com a menor participação de empregos formais no Brasil, representando cerca de 3% do total, devido ao predomínio da mão de obra familiar nas propriedades rurais, da agricultura familiar”, detalhou.

De acordo com ela, a agricultura familiar representa a produção de 70% do feijão, 34% do arroz, 87% da mandioca, 60% do leite e 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30% dos bovinos produzidos no país. “Tatuí tem uma agricultura familiar consolidada, que ajuda a abastecer a cidade e a região”, finalizou Fabiana.

Acumulado

Mesmo com o saldo negativo de novembro de 2022, Tatuí conseguiu manter o saldo positivo na soma dos primeiros 11 meses do ano passado. Entre janeiro e novembro, a cidade gerou 1.031 novas vagas de emprego, advindas de 12.164 contratações para 11.133 demissões. O valor é 38,92% menor que em relação ao mesmo período de 2021, quando o município angariou 1.688 novas vagas de emprego.

Na soma dos 11 meses de 2022, os cinco setores analisados pelo Caged geraram novos postos de empregos. A estatística é liderada pelo setor de serviços, com saldo de 454 novas vagas (4.082 admissões e 3.628 desligamentos).

O segundo setor com maior saldo na geração de emprego nos 11 meses é o da indústria. A atividade econômica abriu 226 novos postos, advindos de 2.935 contratações para 2.709 desligamentos.

Em terceiro lugar, vem o setor de construção civil, com saldo positivo de 190 postos. O resultado vem de 624 admissões para 434 demissões. Em seguida, aparece a agropecuária. Nos primeiros 11 meses, a atividade econômica foi responsável pela geração de 84 novas vagas, advindas de 765 admissões e 681 desligamentos.

Por último na lista dos setores que mais empregaram no ano, aparece o comércio. A atividade econômica foi responsável pela geração de 77 novas vagas, advindas de 3.358 admissões e 3.681 desligamentos.

Saldo nacional

O saldo de Tatuí segue tendência nacional. Conforme o balanço do órgão do Ministério da Economia, o Brasil fechou os primeiros 11 meses de 2022 com saldo positivo de 2.466.377 empregos formais, o que representa variação de 6,29% em relação ao estoque contabilizado até o mês anterior, quando o país tinha 2.320.252 empregos formais.

O saldo nacional de novembro é resultado de 21.230.904 admissões e 18.764.527 desligamentos. Com isso, o estoque de empregos formais no país chegou a 43.144.732.

Os números mostram que, na totalização dos 11 meses, todos os grupamentos de atividades econômicas apresentaram saldo positivo, com destaque para o setor de serviços, com a geração de 1.362.825 novos postos.

Somente em novembro (resultado mais recente divulgado pelo órgão), o país gerou 135.495 novos postos, advindos de 1.747.894 contratações e 1.612.399 desligamentos.

Em relação ao mesmo período do ano passado, a variação é negativa em 56,81%, quando foram criadas 313.773 novas vagas, resultado de 1.862.537 contratações e 1.548.584 desligamentos.