Mais de 700 mil metros quadrados de área construída, parque aquático aquecido, teatro, cinema, hotel padrão seis estrelas com heliponto, “spa”, resort de alto padrão com 2.500 apartamentos, parque de neve, pistas de ski, arena multiuso, shopping ao ar livre com bares e restaurantes, praias artificiais e teleférico.
O conjunto de espaços é uma parte do complexo GranWorld Parks and Resorts, cujo projeto foi lançado na noite do dia 27 de abril. Apresentado em Quadra, ele poderá, conforme os idealizadores, impactar o turismo regional.
O projeto prevê a geração de 6.000 empregos diretos, sendo 2.000 somente para estrangeiros, e promover a valorização de imóveis em cidades vizinhas, como Tatuí.
A projeção de investimento é de R$ 1,5 bilhão no complexo, a ser construído no quilômetro 155 da rodovia Castello Branco (SP-280).
O lançamento contou com a presença do diretor administrativo do GranWorld Resorts, Marcelo Moraes, do arquiteto Daniel Gusmão, do representante de relações internacionais, Anderson Ramos, do advogado do empreendimento, Evaldo Oliveira, e do diretor-geral do resort, Aparecido Moraes.
“Estamos realizando hoje (dia 27) a concretização de um sonho. Há seis anos, fui convidado para fazer parte deste empreendimento. Nunca trabalhei com o mercado imobiliário, mas já prestei assessorias para grandes empresas e posso dizer que este é o maior desafio da minha carreira”, disse Moraes a O Progresso.
O jornal esteve entre os veículos convidados para a cerimônia de lançamento do empreendimento, a ser construído no sistema de vendas de cotas.
Moraes é responsável por mais de 60 empreendimentos e atuou para clubes como o Corinthians, Portuguesa de Desportos, Juventus e Clube Regatas Tietê.
Na região, ele comanda a viabilização do empreendimento, que deve empregar, na fase inicial, mais de 5.000 pessoas. Os planos dos investidores são de concluir a primeira – das quatro fases – em novembro de 2019.
O complexo deve ter quatro inaugurações, sendo entregues de dois em dois anos. Na primeira, deverá ser entregue uma torre com 650 apartamentos, comercializados. “Também vamos inaugurar 60% das atrações do parque”, declarou Moraes.
Pelo cálculo divulgado pela assessoria, todo o complexo deverá ficar pronto em 2025. Entretanto, Moraes estima que a equipe possa reduzir o prazo em dois anos. “Acreditamos que poderemos antecipar muito”, complementou.
Considerando as cifras de investimento e o número de atrativos, Moraes afirmou que “o empreendimento deve mudar não só a história de Quadra, mas da região e do país”. O idealizador sustentou que o complexo é seguro, do ponto de vista do investimento, e que conta com inovações das mais ousadas.
Outro diferencial é que o resort deve ter área de lazer mais elevada. “Esse é um grande desafio, construir um parque aquático acima dos imóveis”, comentou.
Ele também disse que a escolha por Quadra se deve ao clima e à localização. O grupo investidor queria um espaço que pudesse ser de fácil acesso a quem vem da capital, mas que também atendesse às necessidades de topografia.
A meta do GranWorld é de receber, diariamente, 20 mil pessoas nos próximos cinco anos. O público deverá se dividir entre as atrações do resort, as acomodações e o centro de convenções, que deve ter dez mil metros quadrados de área.
O projeto tem a assinatura de Gusmão, arquiteto responsável pela Vila Olímpica, do Rio de Janeiro. Ele também já realizou “megaempreendimentos” pelo mundo. “Nós nos cercamos dos melhores”, disse Moraes.
Para a primeira fase, o diretor-geral pretende comercializar 12 mil cotas. No total, o empreendimento teria 60 mil associados, fora os da fração imobiliária.
Tamanho investimento empolgou o secretário municipal do Planejamento e Gestão Administrativa de Quadra, Hurias Miguel Gomes. “A cidade está bem eufórica, visto que o empreendimento vai possibilitar a criação de vários empregos”, iniciou.
Mais que oferta de vagas, Gomes argumentou que o complexo abrirá portas para que a cidade consiga se desenvolver. Entre outras razões, porque permitirá a ampliação do ramo de atividades. Quadra concentra a maioria dos empregos no agronegócio, um ramo que atinge uma faixa muito estreita da população.
“Esse empreendimento vai nos dar a vertente do turismo, além de novos panoramas para as futuras gerações. Isso abre um precedente para que os jovens concluam os seus estudos e permaneçam no município”, destacou o secretário.
A cidade vizinha possui 3.364 habitantes, com mão de obra estimada em 1.500 pessoas. Dessas, grande parte consegue obter renda por meio da atividade rural.
Com o complexo, esse panorama deve mudar, uma vez que o turismo poderá ser gerador de empregos e também de recursos para a municipalidade.
“A vontade do prefeito (Luiz Carlos Américo) é manter a juventude em Quadra, desenvolver a cidade, e, para isso, já estamos iniciando conversas com o Ceeteps (Centro Estadual de Educação Tecnológica) ‘Paula Souza’”, contou Gomes.
De acordo com o secretário, a Prefeitura quer implantar, no município, uma sala descentralizada da Etec (Escola Técnica) “Sales Gomes”. “Estamos trabalhado para isso, pensando no futuro e em benefício não só da população de Quadra, mas da nossa região”, complementou.
Em outra frente, Quadra tem mantido contatos com instituições como o São Paulo Conventions and Visitors Bureau. A intenção é inserir a cidade no turismo estadual e nacional. Para isso, o Executivo promoverá uma reestruturação da pasta do turismo, comandada atualmente por Benemari Sullivan.
O prefeito de Quadra enfatizou que o GranWorld Resorts vai não só expandir a atividade econômica da cidade, mas valorizar os imóveis no entorno. “Vai ser bom para todo mundo e para a região também. Todo mundo está feliz”, declarou.
Para receber o empreendimento, Américo citou que a administração apresentara como contrapartida a redução nos impostos e uma alteração na lei de zoneamento.
O Executivo quadrense alterou a área rural para urbana, para permitir o investimento.
O próximo passo é o estabelecimento de parcerias com a região, incluindo a Prefeitura de Tatuí. Américo informou que estreitará relações com os administradores do entorno para que o complexo possa suprir necessidade de mão de obra. “Nós sabemos que só a Quadra não é suficiente para fornecer trabalhadores. Então, temos de trabalhar em conjunto”, concluiu o prefeito.