Da reportagem
Na quarta-feira, 1º, os alunos do curso de “Monitoria na Propriedade de Turismo Rural”, promovido pelos Sindicato Rural e Patronal de Tatuí e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de São Paulo (Senar-SP), concluíram as atividades, realizando um café da manhã para convidados, na sede da entidade classista.
O curso, que teve apoio da prefeitura, por meio da Secretaria de Esporte, Cultura, Turismo e Lazer, foi conduzido pelo instrutor do Senar e turismólogo Eduardo Bettin.
A capacitação é tida como “pontual”, com duração de quatro dias, com o objetivo de incentivar o produtor ou empresário rural a adaptar suas propriedades ao turismo, mostrando ao participante como conduzir os visitantes e montar um plano de monitoria adequado para que os atrativos sejam mostrados de forma organizada e agregadora.
Bettin enfatizou que, com a reabertura das atividades, o turista passou a procurar lugares como os ambientes rurais. “Este é o momento ideal para promover aumento na renda dos trabalhadores do campo e desenvolver as comunidades com foco na área”, pontuou.
A propriedade rural escolhida para os alunos realizarem o trabalho prático de monitoria foi a propriedade da aluna e confeiteira Silvana Silva. “O local tem potencial de desenvolver o turismo rural, ecológico e gastronômico”, descreveu Bettin.
A proposta montada foi de que os alunos exercessem a função de monitoria, associando a parte produtiva com a preservação, já que há uma reserva de mata preservada no local.
O sítio foi adquirido no ano de 2000 e tinha como economia de subsistência o gado leiteiro. Agora, Silvana pretende empreender e adequar o espaço ao turismo e construir um ponto de apoio para recepcionar ciclistas, que frequentemente pedalam pelas estradas de terra da região.
“O conhecimento adquirido neste curso foi fundamental para eu enxergar minha propriedade com outros olhos. Quero colocar em prática o que está no papel”, sustentou Silvana, responsável pela confecção de grande parte dos itens do café da manhã.
A propriedade de Silvana recebe escoteiros do grupo “Os Desbravadores”, de Tatuí, que acampam para “aprender a desenvolver talentos, habilidades, percepções e o gosto pela natureza”.
O aluno Rafael Foster, por exemplo, pensa em comprar um sítio, empreender e focar na recepção dos públicos da terceira idade e de portadores de deficiência.
“Quero construir com toda estrutura adaptada, a fim de receber os turistas com toda segurança, conforto e comodidade”, declarou. Foster pretende investir em hospedagem no formato de chalés e na criação de animais, que irão compor o os atrativos.
“Para que este segmento do turismo seja forte, é importante que as propriedades sejam complementares”, acentuou Bettin. Para ele, o pequeno produtor não precisa necessariamente ter tudo em sua propriedade.
“Se um vizinho tem determinado atrativo ou produto, é interessante que haja parcerias. Isso é positivo, movimenta e fortalece a cadeia produtiva e, consequentemente, faz o turista permanecer mais tempo em Tatuí”, concluiu.
O próximo curso gratuito na área de turismo a ser oferecido em Tatuí será o denominado “Turismo Pedagógico no Meio Rural”, dias 20, 21, 27 e 28 de outubro, com total de 32 horas. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones do Sindicato Rural e Patronal de Tatuí, (15) 3251-4320 ou (15) 9-9201-9712, das 8h às 17h.
Crescimento do turismo rural
Segundo informações divulgadas pelo portal do Senar, o turismo foi um dos setores mais afetados pela pandemia no Brasil, acumulando perdas da ordem de R$ 413,1 bilhões entre março de 2020 e julho de 2021. Entretanto, o setor vem crescendo de forma consistente desde o segundo trimestre do ano passado.
Boa parte dessa retomada é atribuída ao turismo rural. Dadas as suas características de prestação de serviços ao ar livre, o segmento não atingiu a paralisação total durante a pandemia.
Agora, na retomada, demonstra crescimento e potencial, dado o desejo de muitos brasileiros de desfrutarem de viagens mais perto de casa, oportunidade para que municípios e empreendedores rurais recuperem seus ganhos.
Outros benefícios apontados são: diversificação e interiorização do turismo, diminuição do êxodo rural, conservação dos recursos naturais, resgate da autoestima do campesino e melhora da qualidade de vida da população.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, criada em 1993 e administrada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, com o objetivo de implantar, organizar, administrar e executar, em todo o território nacional, a formação profissional rural e a promoção social.