Da reportagem
A atriz de Tatuí Vera Holtz escolheu a cidade natal para o lançamento oficial, em circuito nacional, do filme-documentário “As Quatro Irmãs”. Será na data do aniversário dela, 7 de agosto, segunda-feira, em sessão para convidados, no cinema local. No filme-documentário, Vera retoma, por meio do cinema, lembranças de sua família, com a ajuda das irmãs Teresa, Rosa e Regina.
Sob direção de Evaldo Mocarzel, “As Quatro Irmãs”, que já foi exibido na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 2018, teve como ponto de partida resgatar a memória da família da atriz em um momento no qual o casarão do clã Fraletti-Holtz completava cem anos.
“Enfrentando lapsos de memória, ela tenta reinventar a própria vida no filme: a infância e a adolescência em Tatuí, a convivência familiar e as irmãs como fonte de inspiração para suas personagens”, conforme o material de divulgação da obra.
A família Fraletti-Holtz é de origem italiana pelo lado da mãe, Terezinha, e alemã, pelo pai, José Carlos. O casal teve quatro filhas: Vera Lúcia, Maria Tereza, Rosa Cristina e Regina Maria.
Todos moraram em um casarão em Tatuí, onde as meninas passaram a infância e a adolescência. O ponto de partida do filme-documentário é o centenário desse casarão, “recheado de lembranças”.
Vera tomou a iniciativa de recuperar a memória da família. A convivência familiar e as irmãs, como “personas do seu ser”, sempre foram fonte de inspiração para suas personagens, como Vera definiu em uma sessão especial de exibição do filme para jornalistas, em 2018, dias antes da Mostra de Cinema.
As irmãs se dedicaram muito às gravações, contou à época o diretor Mocarzel. “Cada uma trouxe à tela uma característica própria”, definiu ele à época.
Mas, assim que as filmagens terminaram, uma fatalidade chocou a família Fraletti-Holtz: o falecimento da irmã mais velha, Tereza Holtz, em 2017.
“Me emocionei para valer (ao ver o filme-documentário pela primeira vez), principalmente por ver minha irmã Tereza na tela, que veio a falecer”, comentou a atriz.
“É um filme ligado diretamente com a minha família, sobre as lembranças que eu tenho e as memórias que estão sendo esquecidas por mim aos poucos. É uma epifania reviver tudo isso na tela grande pela primeira vez, revendo essas pessoas queridas da vida”, acrescentou Vera, na sessão especial.
O diretor, aproveitando o gancho da brincadeira sobre a perda de memória ser a pior tragédia a acontecer com um ator, “retrata Vera indo ao encontro de suas memórias para resgatar tudo o que foi perdido, relembrando sua trajetória junto às suas irmãs e aos seus pais, já falecidos”.
Tanto é que, em meio a algumas cenas de caráter surrealista, o filme-documentário traz vários momentos de conversas entre as quatro irmãs.
Em algumas delas, Vera veste as roupas da mãe para lembrar de passagens envolvendo os pais.
Na sessão especial para a Mostra de Cinema, Vera disse ainda que, dependendo da personagem e do lugar, ela busca sempre referências na família e amigos.
“Vamos falar, por exemplo, da personagem (da novela da Globo) “Orgulho e Paixão”. Ela tinha sotaque carregado, tinha um pouquinho do Doda, que está no filme, tinha um pouquinho da minha irmã Rosa, um pouquinho da Joana, uma prima minha”, revelou.
“Então, coloco um pouco do ritmo da fala, postura, olhar; sempre estou procurando nesse acervo familiar, que pode ser memória de amigos também”, afirmou.
Depois de Tatuí, haverá outras três sessões especiais de estreia com a presença da atriz tatuiana: terça-feira, 8, em São Paulo; 29 de agosto, no Rio de Janeiro; e 30 de agosto, em Niterói.