O atual presidente da 26ª subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Tatuí, Eleodoro Alves de Camargo Filho, anunciou intenção de concorrer à reeleição, que ocorrerá em novembro.
Camargo afirmou que decidiu se colocar na disputa depois de receber apoio de presidentes de seccionais, comissões da OAB e advogados.
Segundo ele, o nome da chapa de situação ainda não está definido, mas a tendência é que se mantenha o mesmo da eleição passada. “Em 2012, o nome foi ‘Novos Tempos’. Provavelmente, devemos continuar com ele”, resumiu.
O registro das chapas pode ser feito até o dia 16 deste mês. As inscrições começaram na quarta-feira, 30.
Além de Camargo e Roseli Aparecida Soares, como presidente e vice, respectivamente, três outros nomes compõem a equipe. Da atual diretoria, restariam dois: Laércio de Jesus Oliveira (secretário-geral) e Luis Cláudio de Oliveira (tesoureiro).
Conforme Camargo, o secretário-geral-adjunto Sérgio Nogueira não fará parte da chapa neste ano. “Ele é de Porangaba, e essa distância impede a presença física dele nas reuniões. Ele não foi muito presente”, afirmou.
Caso seja reeleito presidente da OAB local, o advogado informou que um dos objetivos para o novo mandato seria a construção da sede própria da entidade.
“Estamos já com 82 anos, indo para 83 de subseção sem ter a casa. Nosso auditório decíduo é apertado, e nós temos que construir a nossa sede própria”, declarou.
No dia 17 de setembro, uma cerimônia de lançamento da pedra fundamental da nova Casa do Advogado foi realizada. A sede receberá o nome do advogado Ivo Mendes, que faleceu no dia 3 do mesmo mês.
Camargo ressaltou que a construção da casa vai favorecer a classe e a população. Atualmente, o local recebe entre 2.000 e 2.500 pessoas à procura de assistência jurídica.
O advogado explicou que todo cidadão que não tem condições de pagar advogado possui direito à assistência jurídica gratuita. Com a construção da nova sede, Camargo sustenta que terá como prioridade “a prestação de serviços de boa qualidade e de fácil acesso à população”.
“A casa, pela sua conformação, não pode abrigar esse número de pessoas. Hoje nós abrigamos esse povo num auditório que tem capacidade para até 30 pessoas. Antigamente, o pessoal ficava na chuva, esperando chamar”, detalhou.
Camargo afirmou que, por ser um projeto muito grande, está dependendo da liberação de recursos junto ao BNDES para início das obras em 2016. Para ele, a parte mais difícil foi conseguir o terreno para construção da casa.
Camargo lembrou que a Prefeitura colaborou com a doação do terreno onde o prédio será construído, na avenida Virgílio Montezo Filho, no bairro Nova Tatuí, próximo ao fórum.
Ainda sem informações oficiais sobre os concorrentes, o advogado diz que, em anos anteriores, os mandatos à presidência da OAB local foram longevos, e que na eleição passada, pela primeira vez, três chapas disputaram o pleito.
“Tivemos presidente que ficou 23 anos. Uma subseção como a nossa teve, nestes 82 anos, apenas seis presidentes”, afirmou.
Outro projeto que o advogado pretende adotar, caso seja eleito, é a reestruturação nos trabalhos das comissões. Segundo ele, muitos advogados costumam enfrentar problemas, principalmente, quando atuam contra os interesses do próprio juiz.
“Às vezes, o advogado é desrespeitado em suas prerrogativas, em presídios ou na própria delegacia. As nossas comissões, principalmente de prerrogativas, trabalham muito bem, dando assistência para esses colegas que se interpõem contra juízes, promotores e autoridades em geral”, argumentou.
“Neste ano, nosso trabalho é buscar financiamento, ou seja, aprovação da seccional de São Paulo. Isso é uma coisa que, se você não atua politicamente, não consegue. Nós fomos atrás e conseguimos a Casa do Advogado”, afirmou.
Segundo ele, o resultado foi elogiado pelo diretor-tesoureiro da seccional paulista, José Maria Dias Gomes. “Ele disse que, se a casa for construída, foi pela persistência, humildade e competência nossa na busca do direito na seccional de São Paulo”.
Camargo ainda lembrou que a competência da entidade atinge cidades vizinhas. Além de Tatuí, a 26ª subseção engloba Guareí, Porangaba, Cesário Lange, Capela do Alto, Quadra, Bofete e Torre de Pedra.
Ele explicou que as pessoas dessas regiões que precisam de assistência jurídica têm de se locomover até Tatuí para serem ouvidas. “Às vezes, o prefeito fala: ‘Eu arrumo uma sala para eles’, mas isso implica em locomoção de toda a administração judiciária, é complicado”.
O advogado frisa que a função dele à frente da subseção tem ares de trabalho político. “Você sai de um trabalho normal na advocacia para fazer um trabalho político, de avaliações”, argumentou.
Camargo sinaliza preocupação com a falta de recursos e diz que a subseção “vive de subsídio que se apura da xerox”. Com o avanço para o processo judiciário eletrônico, ele presume que o número de cópias vai diminuir, acarretando problemas financeiros.
“Por exemplo, você vai ao fórum, na Casa do Advogado, e você tem café, leite, bolacha doce e salgada, e isto é fruto do que se apura com o dinheiro da xerox. Se isso diminuir, nós vamos ter problemas para manter”, lamentou.