Em operações conjuntas com a Polícia Civil, a Elektro, distribuidora do Grupo Neoenergia, detectou mais de 60 casos de fraudes nas redes elétricas e recuperou 4,8 milhões de KWh (quilowatt hora) no ano passado em Tatuí.
A energia recuperada seria suficiente para abastecer o município de Tietê, com 41 mil habitantes, por 11 dias, conforme a Elektro divulgou em nota à imprensa.
A Elektro atua em 228 municípios, sendo 223 no estado de São Paulo e cinco no Mato Grosso do Sul, com uma área de concessão de 121 mil quilômetros quadrados e com 2,6 milhões de clientes.
A O Progresso, o representante institucional regional Eduardo Zornoff contou que a Elektro tem um programa de inspeção habitual, pelo qual realiza fiscalizações programadas nas unidades consumidoras. Em 2018, essas ações juntaram-se à organizada pela Polícia Civil no combate a fraudes.
Com essas operações, segundo relatório divulgado pela distribuidora, 61 casos de irregularidades foram identificados em Tatuí no ano passado, em comércios, empresas e residências, no centro, Jardim Rosa Garcia, Água Branca, vila Angélica e bairro das Pedras.
Zornoff explicou que a maioria dos casos identificados envolvia desvio de energia com intenção de reduzir o valor da conta de consumo, pela qual o cliente paga uma taxa, porém, não condizente com o consumo real.
“Diferente dos “gatos”, que é quando o cliente faz a ligação direta na rede de distribuição e não paga pelo fornecimento de energia”, explicou Zornoff.
“Eles fazem de todo jeito: alguns desviam a energia no próprio muro da residência; tem outros que fazem rompimento do lacre do medidor; entre outras engenhocas que o pessoal inventa. Mas, tudo isso é detectado na hora que vai fazer a inspeção, pois a carga que entra tem que estar compatível com a corrente elétrica que está chegando para o consumidor”, ressaltou.
O representa regional destaca que, além de ser um prejuízo financeiro para a distribuidora, as fraudes nas redes elétricas contribuem para tornar a conta de luz mais cara para todos os consumidores, causam interferência no fornecimento e trazem riscos para a segurança.
Ele explica que o valor da energia furtada e os custos para identificar e coibir as irregularidades são levados em consideração pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para estabelecer o quanto a energia custa para cada área de concessão.
Ainda segundo Zornoff, além do impacto na conta de luz, os furtos e fraudes de energia pioram a qualidade do serviço prestado, prejudicando todos os consumidores.
Ele salienta que as ligações clandestinas sobrecarregam a rede elétrica, deixando o sistema de distribuição mais suscetível a interrupções no fornecimento de energia.
“O fato é que o furto de energia prejudica a sociedade, porque você aumenta o custo da geração. Além disso, ele pode prejudicar os vizinhos, porque, se ele está fraudando e usando uma carga que não está declarando para a distribuidora, pode dar uma interferência nos demais clientes e causar diversos transtornos”, reforçou.
Zornoff ainda ressalta que os técnicos da Elektro recebem horas de treinamentos específicos antes de atuar na rede elétrica, e quem faz ligações clandestinas ou “gatos” corre o risco de sofrer acidentes graves – muitas vezes, fatais -, por conta da manipulação de circuitos energizados sem os devidos preparos técnicos.
“É uma situação muito séria, quando o cliente faz isso ele pode prejudicar o fornecimento e também causar graves riscos de segurança com curtos circuitos e outras situações bastante delicadas. Se é uma ligação feita de forma irregular, também pode haver incêndios, machucados e diversas situações graves”, afirmou.
Para reduzir o valor da conta de luz mensal, Zornoff orienta que a população use a energia elétrica de modo eficiente e evite desperdícios, principalmente na utilização de aparelhos como ar-condicionado, chuveiro, ferro de passar roupa, freezer, entre outros.
Conforme Zornoff, para reduzir os riscos e o furto de energia, há canais de denúncia, por meio dos quais é possível passar as informações anonimamente, como o 0800 701 0102 ou pelo site (www.elektro.com.br).
“É importante que a população denuncie. A ligação é gratuita e não identifica a chamada. A pessoa não precisa se identificar, ela simplesmente precisa passar o endereço onde há suspeita de fraude e a empresa vai lá para apurar a situação. Isso colabora muito com a identificação dos casos de fraudes”, concluiu.