São cinco horas da tarde…
O frio inclemente impõe
um silêncio pesado em tudo.
Cadê os bem-te-vis
que ontem cantavam no quintal?
A imensa cortina da noite
cai vagarosamente
antecipando o fim do dia.
São cinco horas da tarde…
a chuva não para de cair.
As flores lilás da frondosa
primavera vestiram-se
de uma estranha tristeza.
Para suportar a dor de tamanha
solidão, suplico o socorro
de um querido CD antigo…
Eis que dois violões românticos
começam a trocar confidências
num doce diálogo de ternura
E então eu esqueço o frio,
a chuva e a solidão
e sigo uma fascinante viagem
no colo macio da música
desfrutando as mais inefáveis recordações…