Discussão de requerimentos domina a pauta de ordinária





A sessão ordinária de terça-feira, 8, terminou sem “ordem do dia”. Os vereadores discutiram apenas os requerimentos apresentados na pauta, “travada” pela segunda semana consecutiva por falta de pareceres.

Entre os projetos que aguardam para serem votados, está o que altera o zoneamento da cidade, o que permitiria a instalação de um shopping center. Funcionários municipais e populares que acompanharam a reunião protestaram.

O vice-prefeito Vicente Aparecido Menezes, Vicentão (PT), reclamou da decisão dos parlamentares em não atenderem ao pedido do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu (PMDB). Ao final da sessão, ele gritou ao presidente da Casa, Wladmir Faustino Saporito (Pros), cobrando a celeridade.

Em nota, Saporito disse que o projeto em trâmite na Câmara não diz respeito à construção de um shopping center, mas prevê mudança de zoneamento de uma determinada área. Conforme o vereador, o espaço poderá abrigar “possivelmente, no futuro, um empreendimento” (no caso, um shopping).

Conforme o parlamentar, a proposta ainda está sob análise das comissões do Legislativo e seguindo o trâmite normal. “Deixo claro que, assim que os vereadores derem os pareceres necessários, ele será colocado em votação”, afirmou.

“O pedido do prefeito é válido, mas ele tem que entender que existem leis em nossa cidade e existem procedimentos na Câmara que precisam ser respeitados”, adicionou.

O vereador afirmou, ainda, que é preciso “pensar no entorno da área e no bairro que existe na região”. Segundo ele, há necessidade de preparação de uma infraestrutura para o entorno do local, caso seja instalado um shopping center.

Na semana passada, o prefeito disse a O Progresso ter urgência na aprovação da mudança. O motivo seria que os empresários (o que pretende construir um centro comercial e os demais, que querem fazer loteamentos no entorno) estariam pressionando a Prefeitura.

Manu informou que os empreendedores de imóveis pretendem investir R$ 20 milhões na construção de uma nova avenida. O dispositivo poderia ter ciclovia e canteiros centrais. Já o proprietário da área do futuro shopping aplicaria R$ 200 milhões.

A Prefeitura aguardava a votação do zoneamento na terça-feira passada. Como o projeto ainda não recebeu parecer, não pôde ser colocado em discussão.

O público voltou a fazer manifestação em prol da aprovação, distribuindo sacos de pipoca como ato de indignação.

Segundo relatório

Antes de discutirem somente os requerimentos, o vereador Márcio Antonio de Camargo (PSDB) comunicou que fará a leitura do relatório final da CEI (comissão especial de inquérito) aberta pela Casa de Leis para apurar a contratação de empresa especializada para o monitoramento de escolas e creches da cidade.

Camargo preside a comissão que tem como componentes Valdeci Antonio de Proença (PSB) e Dione Batista (PDT). O relatório não deverá ser lido pelo presidente. Os vereadores aprovaram a abertura da CEI no dia 17 de março.

Para evitar interrupção (por conta da manifestação do público), como registrado no dia 1o, o presidente solicitou presença da Polícia Militar. Guardas civis municipais também reforçaram a segurança dos parlamentares.

Atendendo pedido de Batista, a presidência permitiu que os vereadores debatessem sobre requerimentos apresentados no dia 1o.

Os documentos constantes na pauta da ordinária anterior não seriam discutidos “por terem sido prejudicados” com a suspensão da reunião antes mesmo da etapa de votação.