Dinheiro e Valores

Raul Vallerine

“O homem vale pela sua expressão de sentimento e de consciência. E é dentro desses valores profundos que precisamos viver para o cumprimento das finalidades mais elevadas e mais puras”.

Dinheiro e Valores

O dinheiro é, sem contestação, um fator importante em nossas vidas. Resolve muitas situações, porém, nem sempre permite comprar aquilo que, em determinadas situações, constitui nossa maior necessidade.

Podemos comprar uma casa confortável, por exemplo, mas não um lar ditoso. Podemos comprar livros excelentes, mas não o conhecimento.

Adquirir os medicamentos mais eficientes, mas não podemos comprar a saúde. Compramos um lugar de destaque entre os homens, mas não o verdadeiro afeto.

Com o dinheiro podemos pagar diversões sofisticadas, mas não compramos a felicidade real. Podemos contratar advogados de renome, mas se somos culpados, não compraremos a isenção de culpa.

Com o dinheiro podemos subjugar pessoas, mas não compramos o respeito e a admiração. O dinheiro pode pagar os melhores colégios, mas não nos isenta da educação informal.

Podemos comprar cama confortável e lençóis de luxo, mas não logramos comprar o sono. Compramos alimentação requintada, mas o apetite não está à venda.

O dinheiro pode comprar as mais finas roupas, mas não compra a elegância. O dinheiro pode comprar uma noite de prazer, mas não um grande amor.

Pode comprar o remédio, mas não a saúde. Onde está realmente o verdadeiro valor da vida?

Nem sempre as pessoas param para refletir sobre o verdadeiro significado das coisas. Iludem-se com a riqueza vinda do acúmulo de bens e, principalmente, do dinheiro.

Trocam a vida pela incessante busca dos valores materiais. Acreditam que, ao se sacrificarem trabalhando de sol a sol, finalmente ao fim da vida farão jus à riqueza e consequentemente à felicidade.

Poucos percebem que tropeçam na riqueza todos os dias, sem se darem conta que são felizes e que a felicidade não depende do dinheiro.

Enfim, podemos adquirir um lugar de destaque em cemitério luxuoso, nas não a paz de consciência quando mudarmos de dimensão.

Como podemos perceber o dinheiro é necessário, mas tem valor relativo e transitório. Qual é o valor real do dinheiro? Não se sabe, porque em cada país ele tem um valor diferente.

Pensando assim, o bom senso nos diz que não devemos investir o tempo somente para fazer dinheiro, sobre o risco de ficarmos de mãos vazias nas horas mais difíceis.

Vale a pena investirmos um pouco do nosso tempo na conquista de valores imperecíveis que, no dizer de Jesus, nem a traça come, nem a ferrugem corrói.

E diríamos mais: – Nenhuma medida econômica desvaloriza. Esses valores são a nossa cota de participação efetiva na construção de um lar harmonioso.

A leitura nobre e instrutiva que nos garanta a liberdade intelectual. A aquisição da honestidade e da fidelidade que nos permitam conquistar afetos verdadeiros.

O desenvolvimento de uma moral adequada que nos garanta, ao mesmo tempo, saúde física e paz de consciência.

Onde você deposita seus valores? Em qual banco? Em qual cofre? Saint-Exupéry escreveu que: “Apesar da vida humana não ter preço, agimos sempre como se certas coisas superassem o valor da vida humana”.

No entanto, basta uma pequena reflexão para entendermos que nada tem mais valor na vida que a própria vida.

Com todos seus contratempos, com todas suas mazelas, a vida ainda é o nosso maior bem. Porque então não investir mais numa vida plena e maravilhosamente rica em saúde, cercada de bons amigos?