
O Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, reforça a urgência de um olhar mais atento para uma doença crônica que cresce de forma silenciosa no Brasil e no mundo. Estimativas recentes da Federação Internacional de Diabetes (IDF) indicam que 11,1% da população adulta mundial (ou 1 em cada 9 pessoas) vive com diabetes, sendo que mais de 4 em cada 10 desconhecem o diagnóstico. Até 2050, a projeção é que o número global chegue a 853 milhões de pessoas, um aumento de 46%.
No Brasil, o IBGE e o Ministério da Saúde estimam que o país já tenha aproximadamente 20 milhões de pessoas com diabetes, considerando que 10,2% da população das capitais brasileiras afirmam ter recebido o diagnóstico. O levantamento também revela que as mulheres são as mais afetadas (11,1%), enquanto 9,1% dos homens vivem com a condição. A prevalência aumenta com a idade e é maior entre pessoas com menor escolaridade.
A Dra. Karine Antunes, médica endocrinologista do Studio Gorga Bem-Estar, explica que o diabetes é uma doença metabólica crônica, caracterizada pelo aumento da glicose no sangue devido à produção insuficiente de insulina ou à dificuldade do corpo em utilizá-la corretamente. “A insulina é o hormônio que permite a entrada da glicose nas células. Quando ela não atua como deveria, o açúcar se acumula no sangue, e isso causa uma série de desequilíbrios no organismo”, afirma.
A especialista destaca que o diabetes já é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, cegueira e amputações no mundo. “O problema é que ele evolui de forma silenciosa. Muitas pessoas convivem com alterações na glicemia sem saber, e só descobrem a doença quando já há complicações”, alerta.
Quais são os sintomas do diabetes?
Os sintomas podem variar de acordo com o tipo e o estágio da doença, mas alguns sinais merecem atenção. “Sede excessiva, aumento da vontade de urinar, cansaço, fome constante e perda de peso inexplicada são sintomas típicos”, explica a Dra. Karine.
Outros indícios incluem visão embaçada, formigamento nas extremidades e infecções frequentes, especialmente urinárias e de pele. “Mesmo sintomas leves devem ser investigados. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de controle e prevenção de complicações”, reforça a médica.
Quantos tipos de diabetes existem?
O diabetes tipo 1 e o tipo 2 são as formas mais comuns da doença. O tipo 1, que afeta cerca de 600 mil pessoas no Brasil, ocorre quando o sistema imunológico ataca as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. “Ele aparece geralmente na infância ou adolescência e sempre requer o uso de insulina, além de alimentação equilibrada e atividade física”, explica a endocrinologista.
O diabetes tipo 2 representa mais de 90% dos casos e está ligado a fatores de estilo de vida, como obesidade, sedentarismo e alimentação inadequada. “É o tipo que mais cresce entre adultos e até entre jovens, devido ao aumento do sobrepeso em faixas etárias cada vez mais baixas”, afirma a Dra. Karine. Dependendo da gravidade, pode ser controlado com mudanças no estilo de vida, medicamentos orais ou, em alguns casos, com insulina.
Há ainda o diabetes gestacional, que aparece durante a gravidez e, mesmo desaparecendo após o parto, aumenta o risco de desenvolver o tipo 2 no futuro.
O que é pré-diabetes?
O pré-diabetes é uma fase intermediária entre a glicemia normal e o diabetes tipo 2. “É o momento em que os níveis de açúcar no sangue já estão elevados, mas ainda não atingem o critério diagnóstico da doença”, explica a endocrinologista.
Segundo a Dra. Karine, essa é a fase em que a reversão é mais possível. “Com mudanças simples, como alimentação equilibrada, prática de atividade física e perda de peso, é possível normalizar a glicemia e evitar a progressão da doença. O diagnóstico precoce é o divisor de águas”, pontua.
Diabetes é hereditário?
A herança genética influencia, mas não é determinante. “Ter pais ou irmãos diabéticos aumenta o risco, mas o estilo de vida é o fator mais decisivo. É possível evitar o aparecimento da doença com alimentação saudável, controle do peso e sono de qualidade”, explica a Dra. Karine Antunes.
Ela lembra que o tipo 1 tem uma origem genética mais forte, mas ainda sem forma de prevenção. “No tipo 2, o comportamento conta muito mais: sedentarismo e má alimentação são os principais gatilhos para quem já tem predisposição”, reforça.
Diabetes tem cura?
“Não existe cura definitiva, mas existe controle efetivo”, destaca a Dra. Karine. O tratamento envolve alimentação equilibrada, exercícios regulares, manejo do estresse e acompanhamento médico contínuo. “Com o controle adequado, a pessoa com diabetes pode viver com qualidade e longevidade, sem limitações.”
A especialista acrescenta que os novos medicamentos vêm mudando o cenário do tratamento. “As terapias modernas trazem benefícios que vão além da glicemia, como proteção cardiovascular e redução de peso. Mas o pilar do tratamento continua sendo o mesmo: cuidar do corpo todos os dias”, conclui.
Sobre o Studio Gorga Bem Estar: O Studio Gorga Bem Estar é uma clínica multidisciplinar localizada em São Paulo (SP), sob coordenação da nutricionista Marina Gorga (CRN3 37985) e da médica ginecologista e obstetra Gabriela Gava (CRM/SP 184390 | RQE 114885). Com uma equipe de 16 profissionais, a clínica atua de forma integrada em especialidades como nutrição funcional, ginecologia, obstetrícia, endocrinologia, nutrologia, ortopedia, cirurgia plástica, vascular e medicina do esporte. Seu diferencial é oferecer atendimento personalizado, ético e baseado em evidências, priorizando saúde e bem-estar em primeiro lugar.







