Dia Mundial da Audição: aumento de problemas entre os mais jovens desperta preocupação entre especialistas

Segundo IBGE, 5% da população brasileira é composta de pessoas que apresentam alguma deficiência auditiva; 2,5 bilhões de pessoa viverão com algum grau de perda auditiva até 2050.

Dra. Vanessa Gardini

A audição é um dos nossos cinco sentidos que nos permite conhecer melhor o mundo e as pessoas à nossa volta através de sons, ruídos e conversas. Apesar de ouvir ser um aspecto importante para vivermos em sociedade, 5% da população brasileira é composta de pessoas que apresentam algum tipo de deficiência auditiva, foi o que apontou o último levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2023.

No próximo dia 3 de março, é lembrado o Dia Mundial da Audição, uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) com o propósito de conscientizar a população sobre a importância da saúde auditiva e promover ações para prevenir a perda gradativa desse importante sentido.

A Dra. Vanessa Gardini, fonoaudióloga e diretora da Pró-Ouvir Sorocaba, destaca que a conscientização sobre a audição é uma ferramenta crucial para alcançar a população e evitar que problemas futuros aconteçam com os nossos ouvidos.

“A audição é um meio que podemos perceber o mundo ao nosso redor. É um sentido primordial para a nossa comunicação e relacionamento. O Dia Mundial da Audição é uma data crucial para ampliar o conhecimento da população sobre a saúde auditiva e incentivar práticas que garantam uma boa audição por toda a vida”, destaca.

A OMS lançou, em 2021, o Relatório Mundial sobre a audição que mostrou um aumento no número de pessoas com perda auditiva, principalmente na população mais jovem. Segundo a organização, uma a cada quatro pessoas viverão com algum grau de perda auditiva até 2050, o que representa 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo.

Dra. Vanessa destaca que essas informações mostram que o surgimento de novas tecnologias podem estar por trás desse fenômeno.

“O fone de ouvido, por exemplo, é uma demonstração que o aumento das tecnologias tem proporcionando um grande fluxo de informações, mas também podem causar riscos à saúde dos nossos ouvidos se não tomarmos o cuidado necessário. Precisamos considerar não apenas os aspectos legais, mas também os impactos físicos, sociais, educacionais, emocionais e econômicos que um problema auditivo pode causar”, comenta a Dra.

A fonoaudióloga enfatiza que é necessário refletir sobre que tipo de ambiente estamos colocando os nossos ouvidos e qual qualidade sonora queremos para o nosso futuro.

“A dica que damos para os nossos pacientes é praticar a escuta segura, que é um comportamento que não coloca a audição em risco. Isso envolve controlar a exposição a sons altos em dispositivos de áudio pessoais, ambientes de entretenimento e no cotidiano por longos períodos”, explica Dra. Vanessa.

Globalmente, mais de 1,5 bilhão de pessoas enfrentam algum grau de perda auditiva, com projeções de aumento para 322 milhões na região das Américas até 2050.

“Lutamos para o acesso à saúde de qualidade para toda a população, isso inclui acesso a visitas regulares ao médico. Descobrir problemas auditivos de forma precoce aumenta as chances de um tratamento eficaz contra a surdez. Acreditamos que o acesso a aparelhos auditivos de qualidade não apenas melhora a conexão auditiva com o mundo exterior, mas também contribui para uma melhor qualidade de vida”, diz Dra.Vanessa.

Dicas para prevenir a perda da audição

A Dra. Vanessa Gardini compartilha algumas dicas para prevenir a perda auditiva e manter uma audição saudável:

Evitar barulhos altos, pois a exposição prolongada a ruídos intensos pode danificar as células ciliadas do ouvido, comprometendo irreversivelmente a audição;
O uso cuidadoso de fones de ouvido, recomenda-se ajustar o volume apenas ao necessário para uma audição confortável;
Manter as orelhas secas é crucial, pois o excesso de umidade pode favorecer infecções que afetam a capacidade auditiva. Em casos de sintomas como gripes, resfriados ou dores no ouvido, a Dra. Vanessa enfatiza a importância de buscar tratamento adequado com um médico para evitar complicações;
O uso de cotonetes, ressaltando o risco de danificar partes sensíveis do ouvido;
Consultas regularmente ao médico como uma medida preventiva essencial para preservar a saúde auditiva.

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