Desassoreamento de ribeirão entra na ‘pauta’ de secretaria

 

As fortes chuvas de verão e os problemas enfrentados com as pontes ao longo do ribeirão do Manduca reacendem antigo debate a respeito da canalização do curso d’água que corta a cidade de oeste a leste.

Segundo o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Marco Luís Rezende, ao contrário de muitas cidades, o maior problema do ribeirão não são as enchentes em si, mas o assoreamento do curso d’água no perímetro urbano.

Como o leito do rio tem material orgânico, detritos, entulhos e outros, o nível da água fica maior, mesmo quando há chuvas de pouco volume. Com o leito elevado, o fluxo acaba empurrando as estruturas das pontes.

Com a renovação dos dispositivos de acesso, um dos problemas será resolvido, uma vez que os projetos preveem o assentamento das cabeceiras em solo seco.

Já o assoreamento do rio, citado por Rezende como o principal problema, tende a ser resolvido “em médio prazo”. Como o município não dispõe de recursos para a canalização do ribeirão, o secretário deve pleitear junto ao DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica), do governo do Estado, equipamento para realizar a limpeza do leito do córrego.

O requerimento do equipamento deve ser feito nos próximos meses, quando a temporada de chuva terminar. Já a entrega do equipamento por parte do órgão estadual não tem data para acontecer.

“A solução do ribeirão não é alargar, mas aprofundar o leito do rio, para que o fluxo de água possa ir mais rápido e diminuir o risco de alagamentos. Essa limpeza também evita que a água fique solapando as laterais da ponte”, explicou.

Caso o plano de desassoreamento do Manduca se concretize, a tarefa será demorada, segundo o secretário. A limpeza do leito demanda tempo e exige muito planejamento, como um local para destinação do lodo e da sujeira retirados do curso d’água.

“A demora é na retirada do material e na destinação a locais corretos. É um empecilho por conta do transbordo do material e no transporte até uma área fora da cidade”.

Os trabalhos deverão começar pela região do Clube de Campo, próximo à nascente do ribeirão. Aos poucos, a equipe da Secretaria de Obras avançará os mais de seis quilômetros de rio até a ponte do Jardim Lírio.

“Temos um projeto e até tínhamos uma máquina para fazer o serviço, mas foi levada embora, e vamos tentar reavê-la com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado”, afirmou.

De acordo com Rezende, os custos para a canalização do ribeirão do Manduca são altos e o município não tem condições de arcar sozinho com o investimento.

Para ele, o desassoreamento tem resultados semelhantes e também ajuda a evitar a erosão de encostas próximas ao rio, como acontece em alguns trechos urbanos do Manduca.

“A canalização é inviável para a gente. A limpeza tem resultado semelhante, e conseguimos fazer com a nossa própria equipe”, ressaltou.