Departamento de Trânsito pretende impedir caminhões na região central





AC Prefeitura / Evandro Ananias

Quincas conversa com gerente da Acertar para mostrar possíveis soluções para o trânsito

 

Caminhões carregados de tijolos e telhas não deverão mais passar pelo centro. O Departamento de Trânsito e Transportes da Prefeitura está estudando rotas alternativas para tráfego desses veículos. Eles também serão proibidos de pernoitar nas ruas.

O diretor do Departamento de Trânsito, Francisco Antônio de Souza Fernandes, Quincas, disse que, após muitas reclamações de munícipes com relação à maneira que os caminhões – principalmente, de tijolos, areias e terra – se “portam” na cidade, o Executivo decidiu tomar providências.

Quincas afirmou que um fator essencial para a proibição foi um caminhão que quebrou no cruzamento da rua São Bento com a avenida Salles Gomes, em horário de pico, perto das 12 horas.

“Ali, foi a ‘gota d’água’: uma carreta de 60 toneladas carregada de areia ficou parada. Foi um impacto muito grande, horário de almoço, crianças saindo da escola, aquilo virou um transtorno”, afirmou.

A princípio, o diretor fez reunião com gerentes da empresa desse caminhão que quebrou no centro. Eles definiram, juntos, que os motoristas dos veículos tentariam fazer outro caminho, para não passarem mais pela avenida Salles Gomes, diminuiriam o número de viagens por dia, de quatro para duas, e não transitariam mais em horários de pico.

De acordo com Quincas, ele chamou o gerente administrativo da Acertar (Associação das Cerâmicas de Tatuí e Região), Francisco Malavasi, para conversar sobre possíveis caminhos alternativos para caminhões que transportam tijolos, areia e terra.

Conforme Quincas, Malavasi mostrou-se disposto a colaborar com a mudança no trânsito. “Também concordou que temos que disciplinar o tráfego intenso de caminhões, principalmente de tijolos, que é um absurdo esse trânsito. Fica caminhão de tijolos dificultando e impactando o trânsito”, disse Quincas.

Segundo o diretor, o departamento está fazendo levantamento para formatar um gráfico com todas as cerâmicas da cidade e, então, definir caminhos alternativos.

Ele disse que a intenção é fazer a rota desde a saída de onde os veículos estiverem estacionados até o destino final. Outro problema a ser sanado é o pernoite de caminhões na rua, que seria proibido e fiscalizado.

“Pretendemos fazer um levantamento, também, pegando todos os endereços de motoristas, para sabermos das regiões, pois os caminhões também serão proibidos de ficarem estacionados na rua à noite”.

“O prejuízo para o asfalto, de ficar veículos de grande porte parado na rua, é muito grande. A fiscalização será com qualquer tipo de caminhão ou ônibus, nenhum tipo poderá pernoitar na rua”, acrescentou.

O diretor explicou que o asfalto cede bastante com o peso desses veículos e acaba danificando a via pública. Ressaltou, também, que muitos caminhões e ônibus saem de madrugada e acabam “perturbando o sono e sossego da vizinhança”.

Quincas sustentou que a proibição de caminhões grandes transitarem no centro também deve ocorrer para “trazer mais mobilidade às pessoas”.

“Porque um caminhão desse não anda rápido. Carregado, ainda, ele tem que ir segurando; cada freada que ele dá, vai tempo. O arranque dele também não é como o de um veículo normal”, argumentou.

Quincas entende que dirigir esses caminhões é a profissão de muitas pessoas, mas que “não há outra solução no momento”. “Foi necessário pensar na coletividade do município”, acrescentou.

Depois de fechar o levantamento de todas as empresas de cerâmica da cidade, servidores do departamento irão a cada uma conversar com gerentes e donos, para definirem as soluções e discutirem os caminhos alternativos.

Vai haver algumas exceções de veículos grandes passarem no centro, mas Quincas afirmou que serão poucas, porque algumas empresas não terão mesmo como fazer rota alternativa, pelo local de saída e destino final.

De acordo com ele, mesmo com as exceções, em horários de pico, não poderá haver caminhões grandes com carregamentos transitando no centro, a não ser os de carga e descarga.

Malavasi, gerente administrativo da Acertar, disse acreditar que, se a Prefeitura, pelo Departamento de Trânsito e Transportes, traçar um caminho alternativo, nenhuma empresa ou entidade representativa deixará de colaborar no intuito de ajudar a melhorar o trânsito na cidade.

“Eu acho que Tatuí não é tão grande assim, a tal ponto que, se fizer uma rota alternativa, a empresa não vai sofrer grande alteração no custo. Acho que qualquer alternativa de rota não vai ser uma distância tão grande, que vai aumentar”, afirmou Malavasi.

Ele ressaltou, também, que é importante que a proibição seja para qualquer segmento que utiliza caminhão como veículo de transporte de cargas.

Malavasi afirmou que, se a rota for traçada mesmo, é importante que o departamento invista na fiscalização, pois, se não houver controle, “não adiantará nada”.

Quincas garantiu que a supervisão e autuações serão intensas. “A partir do momento que houver conscientização, a regulamentação vai entrar e a fiscalização, melhorar”.

Ele ressaltou que caminhões não poderão passar pelo centro todo de Tatuí, por todas as ruas, a não ser as exceções.

Conforme Quincas, o processo de intensificar a fiscalização era um plano antigo, que demorou a ser colocado em prática, mas que, devido a reclamações e congestionamentos, o Executivo exigiu que o departamento tomasse a iniciativa o mais rápido possível.

“Já estava dentro do nosso cronograma, só que, como foi se agravando, tínhamos que tomar providências nesse sentido”, afirmou.

O diretor informou que este é um dos passos executados pela Prefeitura, junto ao Departamento de Trânsito, para melhorar o trânsito da cidade.

“Foi crescendo (a cidade) de uma forma que não tinha o ordenamento do trânsito, e, hoje, estamos disciplinando isso. Por exemplo, as ruas estreitas e de mão dupla estão se tornando mão única”.