Delegado requisita ajuda do CB em buscas a criança que desapareceu

 

O Corpo de Bombeiros de Tatuí vai colaborar com a Polícia Civil nos trabalhos de buscas à menina Juliana Soares Conceição, desaparecida desde o dia 6. Segundo a corporação, investigadores indicarão locais de difícil acesso às margens do rio Tatuí onde os bombeiros deverão realizar o trabalho.

A corporação foi requisitada pelo delegado Emanuel dos Santos Françani, titular da Delegacia de Polícia de Tatuí, após cães farejadores das guardas civis de Sorocaba e de Itu terem encontrado rastros da garota em uma mata próxima ao rio Tatuí.

As equipes das duas cidades juntaram-se voluntariamente a uma guarnição da Guarda Civil Municipal local nas buscas. Os cães foram separados em três pontos diferentes do Jardim Santa Rita de Cássia e levaram os agentes a um ponto da mata entre o bairro onde a família da menina mora e o Jardim Rosa Garcia 2.

Na manhã de quinta-feira, 17, dois militares do Corpo de Bombeiros estiveram na delegacia para acertarem os detalhes do trabalho de buscas próximo ao rio Tatuí.

Por enquanto, de acordo com o delegado, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de desaparecimento, mas não descarta a possibilidade de a garota Juliana ter sido assassinada.

Até a quinta-feira, a equipe de investigação da PC realizou nove interrogatórios. Foram ouvidos parentes, vizinhos e pessoas que viram a garota no dia do desaparecimento. Neste domingo, terão se passado duas semanas desde o sumiço de Juliana.

As investigações são conduzidas de forma conjunta com a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Itapetininga. Policiais civis da cidade vizinha deslocam-se diariamente para colaborar nas oitivas e buscas pelo Santa Rita.

“Estamos analisando imagens, tivemos a colaboração dos cães farejadores e solicitamos o auxílio do Corpo de Bombeiros para percorrer o rio. Isso deve acontecer o mais rápido possível”, afirmou Françani.

Conforme o delegado, ainda é difícil apontar suspeitos. Na semana do desaparecimento, um jovem foi ouvido pela Polícia Civil após ter sido visto conversando com a menina na rua onde ela desapareceu.

“Tanto esse homem quanto as outras pessoas que conversaram com a menina estão sendo avaliados, a fim de verificar algum indício. É difícil apontar algum suspeito dentre essas pessoas”, frisou.

O delegado desmentiu notícias de que a Polícia Civil teria encontrado imagens da menina com um homem horas após a notificação do desaparecimento. Vídeos de câmeras de monitoramento de residências e estabelecimentos comerciais foram analisados por investigadores.

O único registro de imagem da menina ocorreu antes do desaparecimento, em uma rua próxima à casa dela. O vídeo tem cerca de dez segundos e mostra Juliana na companhia de um homem, já identificado e ouvido pela Polícia Civil.

“Não tem outras imagens. A que a gente tem é enquanto ela estava no bairro. Verificamos vídeos de outros locais, mas não procede a informação de que ela teria sido vista domingo à noite”, informou.

A Polícia Civil aguarda laudo pericial em roupas encontradas no bairro Queimador. As vestimentas seriam da garota desaparecida e foram reconhecidas pela mãe, Ilzoneide Soares da Silva.

A expectativa é de que o laudo seja emitido em até três semanas. A perícia pretende comparar o DNA encontrado na roupa com os genes da mãe. O material foi enviado ao IC (Instituto de Criminalística) de Itapetininga, que remeterá a roupa a São Paulo.

Françani solicitou informações aos moradores. Pistas sobre o paradeiro da criança podem ser prestadas pelos telefones 3251-4402 ou 3251-4240, da Delegacia de Polícia de Tatuí.

“Nossos investigadores estão todos os dias no bairro, coletando informações, conversando com os moradores e fazendo buscas. Nós pedimos que qualquer informação seja trazida à Polícia Civil”, declarou.

Segundo o delegado, a PC requisitou novas perícias, porém, não afirmou se as análises serão feitas em objetos ou pessoas sob investigação.

“Se falarmos, podemos atrapalhar ou imputar uma pessoa injustamente. Temos o caminho da investigação e queremos evitar trazer prejuízos, para não causar injustiça sem algo concreto”, disse.

Desaparecimento

O desaparecimento da menina Juliana foi registrado no domingo, 6. Segundo a mãe da criança, a garota estava brincando com três irmãos e vizinhos na rua Pedra Ribeiro Abrame quando sumiu.

As crianças teriam saído para a rua às 17h. Cerca de uma hora depois, a mãe chamou os filhos de volta para a casa, porém, apenas três das quatro crianças voltaram.

No momento do desaparecimento, a garota estava utilizando um “top” de cor preta, um “short” vermelho e vestia sandálias brancas. Juliana é magra, tem estatura baixa e cabelos cacheados pintados de loiro.

Na quinta-feira da semana passada, 10, moradores do bairro encontraram restos de roupas queimadas em uma estrada de terra no Queimador. O bairro rural fica próximo à localidade onde a menina mora. Junto aos vestígios, um frasco de álcool foi encontrado.