Defesa Civil do município confirma volume atípico de chuvas em 2014





Paula Bragalda

João Batista analisa mapa da cidade e aponta regiões com riscos

 

A cidade vive cenário atípico no volume das chuvas que normalmente acontecem entre os meses de dezembro a janeiro, época de verão. A apuração, registrada pela Defesa Civil, envolve período até a segunda semana deste mês, em que choveu “muito abaixo do esperado”.

“Em dezembro costuma atingir 180, 200 milímetros; agora, estamos com um pouco mais de 50, o que é muito pouco”, considera o coordenador adjunto da Defesa Civil, João Batista Alves Floriano.

Apesar de não haver ocorrências atemporais e nem notificações relevantes pelo 199 (telefone emergencial), a Defesa Civil (DC) ainda prevê que o período de chuvas pode ser prorrogável de março à primeira quinzena de abril.

Segundo Floriano, independente do período de estiagem vivido por munícipes, a DC, antes mesmo desta época de fortes chuvas, se reúne com um colegiado intermunicipal para estabelecer metas e treinamentos aos funcionários.

“Nós fazemos uma reunião periódica entre todas as cidades que compõe o regional de Sorocaba, ao qual, Tatuí pertence e onde são estipuladas algumas metas, treinamentos e reciclagens”.

A fim de evitar desgastes futuros, por conta das variações climáticas, o órgão municipal, utiliza o PPDC (Plano Preventivo de Defesa Civil), que estabelece quatro fases: observação, atenção com vistoria em campo, alerta e alerta máximo.

Na primeira fase, o órgão mede o nível do rio e realiza conforme análise da previsão de tempo, o volume das gotas que podem vir a cair.

Para isso o secretário detalha: “Se houver três dias contínuos de chuvas e atingir a média de 80 milímetros, então, já pode ter alguns escorregamentos, deslizamentos”.

Na sequência, vem o plano da atenção, com vistorias presenciais e monitoradas pela DC nas áreas previamente mapeadas. Isto acontece quase diariamente, até que a área retroceda para a fase inicial ou passe para a fase seguinte, de alerta.

Nesta fase, a Defesa Civil procura as áreas mais críticas e, se houver necessidade, já retira algumas pessoas. Se elas não tiverem para aonde ir, no caso de parentes e amigos, a Prefeitura é obrigada a alocá-las. “Então, a partir do momento em que acontece isto, as pessoas estão amparadas pelo abrigo público,”, salientou Floriano.

Em caso similar, o secretário ressalva que desalojados – pessoas que estão em casas de parentes, amigos, ou outra casa – não precisam de abrigo público. Mas, se a chuva continuar, elas poderão ser retiradas das áreas de risco, como medida cautelar. “Daí chegamos à última fase da operação, que é a chamada – alerta máximo – com retirada de todas as pessoas”.

Em casos de chuvas seguidas por ventos fortes em áreas mais vulneráveis e que podem ocasionar estragos, com quedas de árvores, destelhamentos, Floriano orienta que, apesar dos ventos variarem, ocorre em uma área ou outra, e o telefone emergencial da DC, o 199, está disponível para o contato da população, pois funciona 24 horas todos os dias e com especialistas em regime de plantão.

Conforme entrevista a O Progresso, Floriano afirmou que o 199 serve de parâmetro para a DC, uma vez que, em pequenas ou grandes ocorrências, é possível prevenir possíveis incidentes.

“O 199 continua sendo nosso termômetro, mesmo porque o vento é uma coisa rápida e rara e nós podemos ficar mais atentos ao simples contato de alerta. Podemos saber qual é a área atingida e demais detalhes, sendo necessária a ajuda da população para nos informar através do 199”, frisou.

Ele explica que, na teoria, os ventos podem acontecer mais facilmente na “boca da noite”, ou madrugada, porque quanto maior for a cidade, também serão as “ilhas de calor”. “Com a impermeabilização do solo há uma evaporação muito forte, e, à noite, uma queda da temperatura, o que ocasiona ventos e chuvas”.

Para exemplificar o fenômeno, Floriano descreveu: “Ontem de madrugada (16), caiu à temperatura, porque o dia foi abafado. Então, há um desconforto climático com um pouco de chuva dispersa. Estas pequenas ‘pancadinhas’ podem ocorrer de novo e ao longo do dia, de acordo com previsões. “Às vezes, pode acontecer completamente diferente”.

A Comdec (Coordenadoria Municipal de Defesa Civil), órgão criado para monitoramento de chuvas, também as que percorrem os rios da cabeceira, medidas, o setor estabelece um regulamento para estarem vistoriando os rios não todos os dias, mas duas vezes por semana, em pontos mais críticos.

“O distrito de Americana é um local de maior risco das cheias. Lá, já tem um pessoal trabalhando, agora oficialmente. Mas, no Thomaz Guedes, que as chuvas duram de 10 horas a 12 horas lá na cabeceira, este ponto pode ser o final para medição”.

Devido à estação de verão e os fortes eventos meteorológicos, com raios, vendavais, danos e destruições de uma maneira geral, que se concentram no período de dezembro até meados de abril, com índices pluviométricos que oscilam a cada ano, a Comdec e o Nudec (Núcleo Comunitário de Defesa Civil), do distrito de Americana, deixam dicas e alertas à população.

Enchentes:

Antes:

Levante os móveis e objetos de valor.

Desligue a chave geral de eletri-cidade e os registros de água e gás.

Leve o lixo para área não sujeita a enchentes.

Procure abrigo em local alto e seco.

Durante:

Evite contato com a água, que pode estar contaminada, provocando doenças graves, como leptospirose.

Se estiver em local seguro, procure não se deslocar.

Não atravesse ruas alagadas.

Evite risco de ser levado pela água.

Se estiver dentro do carro, diminua a velocidade e aumente a distância do veiculo da frente.

Ligue o rádio para acompanhar as noticias.

Não feche cruzamentos.

Facilite a passagem de veículos de socorro.

Aguarde o veículo à frente passar pela área alagada, para depois atravessá-la.

Depois:

Não se arrisque em locais que estejam inundados.

Descarte os alimentos e outros produtos que tiveram contato com a água da enchente.

Não use águas de poço ou de fontes.

Limpe os locais atingidos pela água e lama, usando botas e luvas, desinfetando os objetos atingidos pela água, com uma mistura de um copo de água sanitária para cada balde de 20 litros de água.

Em caso de febre, vômito, diarreia, ferimentos e dores musculares principalmente na batata da perna, procure a unidade de saúde mais próxima.

Evite contato com equipamentos elétricos, se estiverem molhados.

Raios

Cuidados fora de casa:

Abrigue-se em uma casa, edifício ou alguma instalação subterrânea. Caso esteja em um veículo, não saia. Feche os vidros e não encoste nas partes metálicas.

Evite lugares abertos, como estacionamentos, praias, campos de futebol, etc.

Se estiver no mar, rio ou lago ou piscina, saia imediatamente.

Mantenha distância de objetos altos e isolados, como árvores, postes, quiosques, caixas d’água, etc.

Afaste-se de objetos metálicos grandes e expostos, como tratores, escadas, cercas de arame, etc.

Evite soltar pipas e não carregue objetos, como canos e varas de pesca;

Evite andar de bicicleta, motocicleta ou a cavalo.

Se não houver nenhum abrigo por perto, fique agachado com os pés juntos até a tempestade passar.

Não deite no chão.

Cuidados em casa durante a tempestade:

Afaste-se de aparelhos e objetos ligados à rede elétrica, como TVs, geladeiras e fogões.

Evite utilizar o telefone (a menos que seja sem fio ou celular).

Afaste-se de janelas, tomadas, torneiras, canos elétricos e evite tomar banho.

Verdades sobre as tempestades:

As descargas elétricas acontecem na maioria dos temporais.

Os raios são mais comuns no verão, mas podem ocorrer no inverno.

O raio pode cair duas vezes no mesmo lugar e normalmente atinge o objeto mais alto de um determinado local.

Os raios podem matar.

Deslizamentos

Antes:

Plante nas encostas, pois as raízes penetram no solo e evitam o desmoronamento – exceto bananeiras, pois acumulam água no solo e provocam o deslizamento de terra.

Evite cortes e aterros nas encostas.

Não construa próximo ao barranco, quanto maior a distância, maior a segurança.

O lixo jogado nas encostas acumula água e, quando molhado, fica pesado, escorrega arrastando o solo.

As águas servidas de pia, tanque ou chuveiro não podem ser jogadas diretamente na encosta, pois desgasta o solo e aumentam o risco de deslizamento.

Instale canaletas, para o escoamento das águas e mantenha-as limpas.

Sinais de perigo:

Árvores, postes ou muros inclinados,

Rachaduras ou trincas e “barrigas” no terreno,

Água mais barrenta que o normal.

Durante:

Saia imediatamente de casa.

Procure lugares sem perigo de deslizamentos.

Informe a Defesa Civil, fone 199.