
Aqui, Ali, Acolá
José Ortiz de Camargo Neto
Frase do dia: “Há três formas de mentira: a comum, a deslavada e as estatísticas” (Ariano Suassuna).
Caros amigos, estou cansado de ouvir dizer que a criminalidade no Brasil mata mais que guerras. Fui conferir os dados e olhem o que encontrei:
A Segunda Guerra Mundial causou a morte de cerca de 70 a 85 milhões de pessoas, incluindo soldados e civis e as mortes decorrentes da guerra, como doenças e fome.
A Primeira Guerra Mundial matou cerca de 20 milhões de pessoas, sendo 8,5 milhões militares e 10 a 13 milhões, civis.
O bombardeio atômico em Hiroshima assassinou 140 mil pessoas entre os desintegrados imediatamente e os que morreram depois, de doenças da radiação.
Em Nagasaki, a bomba atômica matou imediatamente cerca de 70 mil pessoas, com mais 30 mil falecendo nos meses seguintes devido aos efeitos da radiação.
O número de mortes causadas pela Revolução Bolchevique e Guerra Civil Russa foi muito escondido, mas calcula-se que pelo menos 10 milhões de pessoas morreram.
As mortes estimadas devido à Revolução Cultural da China variam muito, de centenas de milhares a 20 milhões.
Além dessas guerras feitas pelos países ditos do Primeiro Mundo (não estou considerando o conflito atual Ucrânia x Rússia, entre outros) cada nação dessas tem também organizações criminosas terríveis (a Máfia Italiana, a Casa Nostra Americana) além de serial killers que brotam como capim.
Será que a criminalidade brasileira atinge esses níveis dos intermináveis conflitos bélicos entre as nações ditas mais civilizadas? Será que um país com um povo pacífico e pacificador de conflitos internacionais como o nosso tem mais patologia do que países estrangeiros?
É claro que não!
Só posso concluir que ideias como essa, que sempre rebaixam o Brasil, devem-se ao nosso invencível e tradicional complexo de vira-latas…
Até breve.
* Jornalista e escritor tatuiano.