Daniel Caputo vence pela 5ª vez o Paulista e soma três tí­tulos no ano





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Na categoria MX2, Caputo cruzou em 2º, mas faturou o campeonato

 

A pista do Motódromo “Ulisses Martins”, da cidade de Angatuba, ficou pequena para o tatuiano Daniel Caputo. O piloto de Tatuí venceu pela quinta vez competição organizada pela Vitória Moto Clube e supervisionada pela FMESP (Federação de Motociclismo do Estado de São Paulo).

Mesmo não cruzando a linha de chegada em primeiro pela categoria MX2, Caputo sagrou-se pentacampeão do “Campeonato Paulista de Motocross MX1-MX2”. As disputas aconteceram no domingo, 7, sendo precedidas de treinos (livres no sábado, 6, e cronometrados, na manhã do dia seguinte ao das largadas). Elas valeram, também, para o encerramento do “Campeonato Sul Paulista”.

Esse é o quinto título obtido pelo piloto na competição desde que ele começou a participar de provas. Caputo compete há seis anos, tendo iniciado carreira nas “motos menores”. Ele correu pela primeira vez na categoria 50 cilindradas, passou para 65 e, depois, para categoria de 85 cilindradas.

O desempenho nas pistas fez o piloto subir de categoria. Atualmente, ele compete com moto de 250cc, na categoria considerada a mais acirrada pelos pilotos. Na MX2, ele garantiu o favoritismo e a diferença de pontos para o 2o colocado.

Na etapa anterior, Caputo tinha três pontos de diferença de Giovanny Camargo. O piloto concorrente terminou em 3o na etapa final, fazendo com que o tatuiano obtivesse o troféu com folga. Ele somou oito pontos à frente de Camargo.

O desempenho do tatuiano também rendeu a ele o título de campeão do “Sul Paulista” na MX2. Na mesma competição, ele conquistou o mesmo título na MX Gold, vencendo novamente Giovanny Camargo, que sagrou-se vice. Caputo ainda terminou como vice-campeão do Paulista na categoria.

A disputa da última etapa envolveu 15 pilotos e um trabalho de superação. Em 2014, o piloto teve sérios problemas no equipamento (moto com a qual compete) e na parte física. “Na 1a etapa, fundiu meu motor e eu não consegui terminar a corrida. Daí, já comecei com o pé esquerdo”, descreveu.

O incidente fez com que ele ficasse pontos atrás dos concorrentes e precisasse correr, literalmente, para reverter o desempenho. Em abril, o piloto deslocou pela quarta vez o ombro. “Tive esse problema duas vezes no ano”, contou.

Por conta disso, também viu o desempenho cair. “Quando isso acontece, é mais difícil pilotar. Não dá para suportar a dor. Como os pilotos usam muito o ombro, a gente fica sem força nenhuma no braço, além da dor”, explicou.

O baixo rendimento voltou a prejudicar Caputo, que precisou acelerar ainda mais nas etapas seguintes para sonhar com o pentacampeonato. Com ajustes na moto e apoio da família e patrocinadores, ele chegou à penúltima etapa com vantagem de pontos e terminou a temporada entre os melhores do ano.

Acostumado com os trajetos pelos quais passou durante as etapas, Caputo disse que vencer as competições é sempre um desafio. Conforme o piloto, a cada edição, os eventos se tornam mais difíceis em função da preparação dos pilotos.

“Atualmente, não é só sair na moto e acelerar. Tudo é resultado de preparo físico, dedicação fora da pista, em treinamento funcional e psicológico”, analisou.

O piloto também classificou como importante o preparo psicológico dos participantes. Como o motocross é um esporte que cansa – por exigir maior força de quem pilota as motos por conta dos trajetos que apresentam irregularidades –, para vencer o competidor tem de estar disposto a enfrentar exaustivas horas de treino. Não só nas pistas, mas em academia e fora delas.

De acordo com Caputo, quem compete precisa se acostumar a manter-se em “uma constante”. Isso porque as etapas são, basicamente, mensais com treinos livres aos sábados e cronometrados aos domingos, seguidos de corridas.

A dedicação é necessária especialmente por parte dos pilotos que disputam a MX1 e MX2. Essas são consideradas as categorias mais difíceis dos eventos. Também por isso costumam atrair o maior número de participantes, em média, 40. A quantidade por etapa varia de acordo com as condições físicas dos pilotos, das motos com as quais eles competem e de patrocínios.

Caputo corre na categoria 250 cilindradas que é considerada “mais forte” que a 450cc. “Apesar de a MX1 ser de 450cc, ela é disputada por pilotos mais experientes porque as motos não precisam de tanto esforço para serem pilotadas. A 250cc tem motos mais fortes, com mais ‘molecada’”, disse o empresário João Caputo, pai, incentivador e um dos patrocinadores do piloto tatuiano.

Além da MX2, Caputo disputou a MX Gold, que conta com pilotos das duas cilindradas. A quantidade de pilotos na pista, nessa categoria, exige mais concentração dos pilotos, uma vez que há “muitos retardatários na pista”. “É preciso saber ‘negociar’ (ultrapassar bem rápido) para não perder tempo”, disse.

Piloto dos mais promissores da cidade, Caputo disse que sonha com a popularização da modalidade e com um espaço no qual os pilotos possam manter-se em treinamento. “Quero continuar indo bem e que o motocross se torne algo mais acessível, mais popular, mais próximo do que é o futebol”, disse.

De duas a três vezes no ano, ele participa de ação com amigos junto ao Motódromo Municipal “Altair Passerani Filho”, no bairro Inocoop. Também treina em Itapetininga, onde desfruta da “fama dos tatuianos”. “Nós somos conhecidos na região. O motocross é forte na cidade”, comentou.

Nos treinos, o piloto e a equipe fazem os ajustes necessários nas motos. A regulagem é realizada por meio de chips, que são trocados conforme os trajetos e as condições (pista seca ou molhada). Também é necessário fazer troca de pneus.

Já o condicionamento físico precisa ser trabalhado o ano todo. Caputo, por exemplo, frequenta academia as segundas, quartas e sextas-feiras. Nos demais dias, anda de bicicleta. O esforço é compensado com alimentação balanceada.

“Chegar em 1o lugar é um trabalho conjunto, que exige ajustes na moto, treinamento físico e avaliação por parte dos competidores. É uma constante”, disse.

A vitória também é apontada por Caputo como uma chance de avaliação do trabalho realizado no ano. “Correr e chegar à frente de pilotos que disputam o brasileiro já é uma vitória, especialmente para mim que estou bem, mas vou continuar nesse ritmo para, no ano que vem, ver no que vai dar”, concluiu.