Da Cia. de Teatro Heliópolis, circulação de peça teatral em Tatuí será na terça

“Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos” tem entrada gratuita

Cena de “Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos” (foto: Divulgação)
Da redação

O espetáculo “Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos”, premiada montagem da Companhia de Teatro Heliópolis, com encenação de Miguel Rocha e texto de Dione Carlos, segue em circulação por cidades paulistas durante o mês de julho.

A peça teatral em Tatuí será encenada no Teatro “Procópio Ferreira”, terça-feira, 23, às 19h30, com ingressos gratuitos e intérprete de Libras. As próximas cidades contempladas serão Campinas, no dia 24, e Mogi das Cruzes, no dia 27, às 17h.

Em 2022, a peça ganhou o Prêmio APCA (dramaturgia; indicado também em direção), Prêmio Shell de Teatro (dramaturgia e música; indicado ainda em direção), VI Prêmio Leda Maria Martins (ancestralidade) e foi relacionado entre os melhores espetáculos do ano pelo jornal Folha de S. Paulo.

A montagem aborda “a forte presença feminina no contexto do cárcere”. O enredo parte da história das irmãs Maria dos Prazeres e Maria das Dores, cujas vidas são marcadas pelo encarceramento dos homens da família: primeiro, o pai; depois, o companheiro de uma; agora, o filho da outra.

Dentro do presídio, o jovem Gabriel – que sonha em ser desenhista – aprende estratégias de sobrevivência para lidar com as disputas internas de poder e a falta de perspectivas inerente ao sistema carcerário.

“Naquele microcosmo, a violência dita as regras e não poupa os considerados fracos ou rebeldes. Fora dali, em suas comunidades, as mulheres – mães, filhas, afilhadas – buscam alternativas para tentar romper os ciclos de opressão que as aprisionam em existências sem futuro”, narra a produção do espetáculo.

A história das irmãs é um “disparador” no enredo de “Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos” para expor “o quanto é difícil se desvincular da complexa estrutura do encarceramento”.

“Enquanto a mãe enfrenta o sistema jurídico na tentativa de libertar o filho preso injustamente, lutando pela subsistência da família e do filho, sua irmã é refém do ex-companheiro, a quem deve garantir suporte no presídio, sem direito a uma nova vida conjugal”, aponta a sinopse.

“Presas a um histórico circular, elas lutam para quebrar o ciclo em um percurso espinhoso. O espetáculo mostra que os saberes ancestrais resistiram à barbárie e atravessaram os séculos nos corpos, nas vozes e nas crenças das/dos africanas/nos que, escravizados/as, fizeram a travessia do Atlântico”, conforme divulgado pela produção.

“Iansã, Rainha Oyá, a deusa guerreira dos ventos, das tempestades e do fogo não abandonou o seu povo. Ela permanece iluminando caminhos e inspirando fabulações para que seus filhos e filhas experimentem, por fim, a liberdade”, conclui a produção.

As apresentações e oficinas integram projeto de circulação contemplado pela Lei Paulo Gustavo, por meio de edital estadual 20/2023, de difusão, que prevê passagem por 18 cidades do estado de São Paulo.

As demais são: Araraquara, Campinas, Cerquilho, Itatiba, Praia Grande, Suzano, Jacareí, Limeira, Mogi das Cruzes, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Sorocaba, Tatuí, Taubaté, Vinhedo e Votorantim.

Entre os integrantes da ficha técnica, estão: na encenação, Miguel Rocha; assistência de direção, Davi Guimarães; texto, Dione Carlos; e, no elenco, Antônio Valdevino, Dalma Régia, Davi Guimarães, Isabelle Rocha, Jefferson Matias, Jucimara Canteiro, Priscila Modesto, Vitor Pires e Walmir Bess.

O espetáculo tem duração de 120 minutos, classificação de 12 anos, o gênero “experimental” e acesso gratuito ao público. A distribuição dos ingressos começa uma hora antes da apresentação, marcada para às 19h30.

O Teatro “Procópio Ferreira” fica nua São Bento, 415, no centro, e tem capacidade: 429 lugares. As vagas para a oficina de teatro já estão esgotadas.