A cuidadora de idosos amarrada por dois jovens durante um assalto na manhã de sábado, 6, no centro, disse à Polícia Civil que permanecera por, aproximadamente, 30 minutos como refém dos acusados.
A vítima, de 57 anos, relatou que fora imobilizada e deixada em um dos banheiros da residência do idoso para o qual presta serviços, um aposentado de 85 anos.
O crime ocorreu por volta das 8h, na rua Prudente de Moraes. A Polícia Militar deteve duas pessoas, que estavam perto da residência, depois de atender a um chamado.
Para os militares, a vítima disse que saía do banheiro quando fora rendida pelos suspeitos. Eles teriam revistado a mulher e levado dela um total de R$ 26.
Depois de pegarem o dinheiro, a cuidadora contou que os jovens (um de 18 e outro de 20 anos) passaram uma corda pelo corpo dela e trancaram-na no cômodo.
A mulher afirmou, aos militares, que a dupla usava uma faca. Os suspeitos, no entanto, negaram o uso do acessório. Disseram que simularam estar armados.
Os PMs tomaram conhecimento do assalto por meio do Copom (Centro de Operações). Inicialmente, eles haviam sido informados de que uma casa no centro fora invadida por criminosos. No endereço, conversaram com a neta do aposentado, uma assistente social de 24 anos, que atualizou a denúncia para roubo.
Enquanto a equipe conversava com a assistente social, outros militares que patrulhavam as imediações notaram a presença de duas pessoas em “atitudes suspeitas”, na esquina da propriedade. Ao perceberem a presença dos policiais, a dupla teria corrido, sido perseguida, contida e, posteriormente, identificada.
Com os ajudantes Allan Rafael Ramos Correa, 18, e Gustavo Ferreira Santos, 20, os militares encontraram R$ 26, um frasco de perfume e um aparelho celular. O telefone estava em um dos bolsos do segundo suspeito.
Após revista pessoal, os policiais levaram os jovens até a residência. Lá, eles teriam sido reconhecidos pela assistente social. Ela também teria apontado que o perfume seria propriedade do avô e o dinheiro, pertencente à cuidadora.
A PM apreendeu a corda que teria sido utilizado pelos suspeitos para amarrar a funcionária. Na delegacia, a vítima reconheceu os pares de tênis usados pelos suspeitos.
A cuidadora também explicou que a neta do idoso pediu ajuda para uma amiga, por meio de um aplicativo de conversa para celulares (WhatsApp), depois de ouvir vozes.
De acordo com ela, a neta ouviu barulhos na residência e, ao olhar por uma fresta na porta, percebeu que havia dois homens falando com a empregada. A moça retornou para a cama, fingiu dormir e contatou uma amiga. A conhecida da neta, então, solicitou a presença de uma viatura ao imóvel.
Em depoimentos, Correa e Santos teriam confessado a autoria do crime. Segundo boletim de ocorrência, eles alegaram que “apenas iriam furtar a casa” e disseram que “resolveram cair para dentro” depois de saírem de uma festa.
A dupla afirmou, ainda, que amarrara a cuidadora “de forma simples e apenas para intimidá-la”. Os dois negaram ter feito uso de arma de fogo ou de faca. Declararam que simularam a posse de arma com uma das mãos sob a camisa.
Eles permaneceram detidos e responderão por roubo, concurso de agentes, uso de arma e retenção de vítima. No registro da ocorrência, o delegado Carlos Augusto Palumbo Del Gallo representou pela conversão da prisão em flagrante da dupla em preventiva, “em função dos antecedentes criminais dos suspeitos”.
De acordo com ele, ambos fazem do meio criminoso um “estilo de vida e do crime o sustento”. Del Gallo disse que os acusados possuem “vínculos com o tráfico de drogas”, inclusive, com condenação criminal transitada em julgado.