Uma brincadeira que virou tradição, o Cordão Folclórico Tatuiense, conhecido como Cordão dos Bichos, realiza neste sábado, 6, às 12h, apresentação na Praça da Matriz.
O grupo, com bonecos gigantes de animais que interagem com o público, contará com a presença de até 25 personagens, de um total de 35, o número de figuras que possui.
A expectativa é de que o grupo conclua a participação até às 13h. “Quem passar pela Matriz vai entrar na atração”, comentou o presidente do grupo, Pedro da Silva.
Silva revelou que a “identidade” do grupo não muda a cada apresentação. “Para o público em geral, às vezes, é novidade, porque a plateia não é a mesma, mas o gênero não muda. Somos os mesmos, com os bonecos e as marcinhas de Carnaval”, garantiu.
Os bonecos são feitos de papel e as esculturas variam de peso e tamanho, sendo restauradas a cada apresentação. “Temos muita preocupação com o visual das figuras”, afirmou.
Segundo o presidente, o grupo não realiza ensaios, e, com isso, existe a preocupação com o preparo físico do voluntário, devido ao peso e tamanho dos bonecos.
Silva revelou que o Cordão dos Bichos só trabalha com voluntários homens e ressaltou que essa exigência é uma regra estatutária desde que ele assumiu a presidência do grupo. Segundo ele, o cadastro já passa de 50 pessoas.
O grupo trabalha com agendamento anual de atrações. O Carnaval, segundo Silva, é a época do ano em que o grupo tem mais compromissos, chegando a participar de eventos em outras cidades.
O Cordão também realiza apresentação no dia 11 de Agosto, aniversário de Tatuí. Além disso, organiza eventos beneficentes em escolas, festejos juninos e comemorações para crianças, em outubro.
No fim do ano, o Cordão dos Bichos participa de eventos natalinos. Silva revelou uma parceria com uma empresa de turismo, que promove a vinda de turistas para a cidade. “É de onde parte a renda do Cordão, que não tem verba de órgãos governamentais”.
O Cordão dos Bichos anima Tatuí há mais de cinco décadas. A combinação de papel e cola, arame e bambu é a técnica utilizada na confecção dos bonecos, sendo que eles não podem sofrer mudanças na estrutura interna e externa.
O grupo folclórico surgiu em 1928, com o nome de “Arca de Noé”. Tudo começou como uma diversão. Seis funcionários de uma fábrica de tecidos montaram três figuras, sendo dois cavalos e um elefante. Saíram, então, pelas ruas da cidade. O sucesso foi tanto que, em pouco tempo, tornou-se tradição.
A fórmula simples de pessoas vestidas de bichos resistiu ao tempo. O cordão chegou a ter 75 peças, mas um incêndio no galpão do grupo, em 1982, destruiu parte delas. As 35 figuras que não foram consumidas pelo fogo são restauradas. Algumas têm mais de oitenta anos.
