RAUL VALLERINE
A personalidade criadora deve pensar e julgar por si mesma, porque o progresso moral da sociedade depende exclusivamente da sua independência.
Albert Einstein
Desde os primórdios da humanidade, o homem demonstra a necessidade de conviver em sociedade, construindo assim, grupos sociais, com o objetivo de facilitar a sua sobrevivência.
Porém, conviver em sociedade não é algo tão simples, pois, refere-se à estruturação de um laço de convivência entre os indivíduos pertencentes a sociedade.
A publicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, trouxe à sociedade uma reflexão acerca da liberdade, igualdade e dignidade humana.
O instinto gregário nos impulsiona a viver em grupo. Não há quem consiga viver tal qual um ermitão, um eremita, isolado de tudo e de todos. Afinal, precisamos uns dos outros! Mas como viver em grupo sem conflito?
Na verdade, não é fácil viver em sociedade, pois nem todos tem a faculdade de saber respeitar seus semelhantes, esquecendo-se de que é disso que depende o mundo, para não cair mais fundo. Algo feito em cooperação, sempre terá uma melhor solução.
Todos dependemos de todos, e não podemos ignorar quem está ao lado. Ajudando-se mutuamente, problemas se resolverão facilmente.
Quando o ser humano, finalmente aprender a ser humano, e descobrir que os verdadeiros tesouros, que tão insanamente procuram, estão simplesmente em nosso interior, e inteiramente a seu dispor.
Poderão chegar à conclusão que lhe aquietará o coração, de que, aprendendo a cultivar e muito bem respeitar o lema: Igualdade, Liberdade, Fraternidade, a humanidade viverá com humanidade, e poderá conseguir uma certa felicidade.
A vida em sociedade impõe condutas que vão desde o respeito ao próximo, até o cumprimento de regras e normas que nos são apresentados, como forma de usufruirmos de uma convivência pacífica e harmoniosa.
Desta forma não nos cabem atitudes individualistas, egoístas as quais apenas atendem aos anseios próprios. Assim, a vontade individual jamais poderá sobrepujar à coletiva.
Infelizmente, nem todos são dotados desse nível de entendimento e consciência, e disso resultam os problemas, as intrigas, os conflitos, enfim. A grande maioria de nós ainda precisa da polícia, a fim de fiscalizar as nossas atitudes. A sós tendemos a infringir, a violar!
Obviamente, não podemos generalizar, mas o nosso nível evolutivo ainda não está suficientemente avançado de modo a possibilitar-nos condutas retas, integras e dignas e todos os aspectos.
Como o nosso planeta está sempre apresentando uma densidade demográfica exorbitante, pois atualmente já somos mais de sete bilhões de seres humanos e a urgente necessidade de uma mudança de atitude comportamental, de todos nós, a qual nos levará a uma convivência agradável, minimizando os inúmeros conflitos sociais.
Sócrates (370 a C.), o eminente filósofo grego, já nos convidava à viagem interior, através da qual analisaríamos não os fatores externos que permeiam a nossas vidas, mas a nossa essência espiritual, possibilitando o descobrimento das nossas mazelas morais para as trabalharmos, num processo de burilamento, do nosso caráter, da nossa personalidade.
Devemos estar constantemente inteirados de uma frase inquietadora “Homem, conhece-te a ti mesmo!” Isso nos levaria a essa autoanálise, ao autodescobrimento para, a partir daí, buscarmos seguir o valioso ensinamento de Santo Agostinho: “Sermos hoje melhores que fomos ontem, e amanhã melhores do que estamos sendo hoje.”
Sabemos que qualquer mudança no campo social se dá a longo prazo, porque envolve hábitos e costumes, os quais, via de regra, necessitam de tempo para serem alterados.
Contudo, que possamos dar os primeiros passos, buscando fazer a nossa parte, acreditando que estaremos semeando não para nós, mas, talvez para os nossos descendentes, a fim de contribuirmos para um mundo bem melhor.
Olhe para quem está seu lado, sorria, cumprimente, não o ignore, respeite-o, e será respeitado. Saiba viver, e saiba deixar viver.