Da redação
O Teatro “Procópio Ferreira” recebe neste sábado, 10, às 20h, a ópera “Domitila”. A récita faz parte do projeto “Ópera Fora da Caixa”, do Theatro Municipal de São Paulo, que leva montagens “a espaços pouco convencionais, fora da caixa cênica”, e trata-se de uma coprodução entre as instituições.
A entrada é gratuita. Os ingressos podem ser retirados pela plataforma virtual INTI ou pessoalmente na bilheteria do teatro, de terça-feira a sexta-feira, das 13h às 16h e das 17h às 20h, à rua São Bento, 415, centro.
O espetáculo é cantado totalmente em português, em um ato, contando a história de amor entre Dom Pedro I e a Marquesa de Santos, por meio das cartas que trocaram.
De acordo com os organizadores do evento,” Dom Pedro I foi conhecido por suas amantes, mas o caso com Domitila de Castro talvez tenha sido um dos mais conhecidos pela história”.
Durante os sete anos em que o imperador do Brasil manteve um romance com a Marquesa de Santos, ele escreveu-lhe 143 cartas, “que mostram a história íntima e não oficial desse amor”, acentua a produção.
Idealizada para a participação de quatro artistas, a apresentação celebra os 200 anos da Independência do Brasil, e foi escrita no ano 2000, por João Guilherme Ripper, a convite do CCBB do Rio de Janeiro, para uma soprano – nesta montagem, a brasileira residente na Dinamarca Gabriella Pace.
“Só tenho a comemorar a participação da maravilhosa soprano Gabriella Pace cantando o papel de Domitila acompanhada por Ovanir Buosi, Rafael Cesario e Luiza de Aquino Salles. Além disso, conto com a parceria e criatividade do diretor cênico André Heller-Lopes, que conhece a ópera profundamente e dirigiu a primeira montagem”, declarou Ripper, também diretor musical da atual montagem.
“A ópera ‘Domitila’ nasceu de uma ideia baseada nas cartas escritas por Dom Pedro I e a Marquesa de Santos, que podem ser interpretadas como um documento da história do Brasil. A récita já foi interpretada por diversas cantoras ao longo dos últimos 20 anos e, desta vez, estamos trazendo a Gabriella Pace para fazer o papel principal”, afirmou Heller-Lopes.
Para Gabriella Pace, é fundamental que o cenário da música de ópera seja composto também por repertórios brasileiros e contemporâneos, gerando maior visibilidade para o compositor e o artista.
“Muitas vezes, o cantor brasileiro possui algumas reticências na hora de cantar em português. Porém, cantar na nossa língua é uma delícia e a melhor forma de mostrar a nossa cultura, nossa identidade, nossa expressão”, complementou Gabriela.
“É muito bonito e desafiador encenar como a Domitila interpretou as cartas do D. Pedro que integram o libreto”, completou a soprano sobre “a história de amor proibida, porém abertamente conhecida pela sociedade da época”, reforça produção.
Em única apresentação, a récita ainda conta com a presença de Ripper, compositor e diretor musical da ópera, Rafael Cesário, no violoncelo, Luiza Aquino, no piano, e Ovanir Buosi, no clarinete. Com duração de aproximadamente 50 minutos, a classificação do espetáculo é livre.
Além de apresentar “Domitila”, a Sustenidos Organização Social de Cultura anuncia a retomada do núcleo de ópera do Conservatório de Tatuí.
“Após um hiato de 12 anos, a instituição volta a investir na montagem de um espetáculo do gênero e prepara para o final deste ano a estreia da ópera ‘A Noite de São João’, de Elias Álvares Lobo, libreto de José de Alencar”, antecipa a organização social.